sábado, 16 de janeiro de 2010

HISTÓRIA DA RÁDIO DIFUSORA DA CIDADE DE TAUBATÉ - SP


RÁDIO DIFUSORA: SEIS DÉCADAS DE HISTÓRIA
Em Taubaté, no ano de 1940, foi constituída uma
sociedade civil, denominada Rádio Difusora Taubaté
Ltda, formada pelo presidente da Companhia Taubaté
Industrial (C.T.I.) – importante na época por ser a maior
indústria têxtil da América Lartina –, Alberto Guisard,
por umdos funcionários da fábrica, BeneditoMarcondes
Pereira e pelo pioneiro da radiodifusão na cidade,
Emílio Amadei Beringhs. Com isso, no ano seguinte,
no dia 19 de julho de 1941, foram realizadas as primeiras
transmissões da Rádio Difusora (ZYA-8), emdois
períodos: das 9h às 13h e das 15 às 23h, que funcionava
ainda em ondas médias.
Botossi e Luz (1991) recordam que a década de
inauguração da Rádio Difusora foi marcada pela tensão
vivenciada no mundo, decorrente da Segunda
GuerraMundial. A emissora acompanhou alguns acontecimentos
significativos daquele tempo, como o juramento
à bandeira pelos alunos do Tiro de Guerra
445, de Taubaté, em 1943, e a transmissão do “barulho”
provocado pela bomba atômica lançada sobre
Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945.
Assim que a guerra terminou, a Difusora conseguiu
o aval que permitiu o aumento de sua potência.
Com isso, passou à capacidade de operar com 1000
watts e entrou para o rol das mais potentes emissoras
do interior do país.
Durantemais de seis décadas de história, a Difusora
acolheu importantes nomes da radiocomunicação que
fizeram da emissora uma verdadeira escola, começando
por seu primeiro proprietário, Emílio Amadei
Beringhs, que muito contribuiu com a comunicação
em Taubaté, até Cid Moreira, que, após alguns anos
se dedicando à Difusora, passou a integrar o corpo de
jornalistas da Rede Globo. Nessa lista também está o
radialista Silva Neto, que durante muitos anos esteve
à frente de vários programas na Rádio, entre eles O
clube do Guri – no qual a cantora Celly Campelo fez
suas primeiras apresentações quando ainda era crian-ça –
Na Difusora, logo nos primeiros meses, eu já me
entusiasmei pela profissão. Não pensava em ser
radialista, mas fiquei bastante entusiasmado pelo
rádio e cada um que precisava ser substituído me
convidava para substituí-lo ao microfone. Eu comecei
a participar, então, de quase toda a programação,
ou de toda a programação e, alguns meses
depois, eu já tinha o meu horário. Comecei,
então, a ser locutor comercial, a apresentar programa
de auditório, a apresentar programas de
estúdio, fazia externa, reportagem e por aí vai.
No interior, naquela época, e até hoje deve ser
assim, a gente fazia de tudo e eu comecei a fazer
de tudo, gradativamente. Hoje uma coisa, amanhã
outra, duas, três coisas aomesmo tempo. E lá
na Rádio Difusora, eu fiquei quarenta e um anos. Com o correr do tempo, a emissora adquiriu um
prédio para se instalar definitivamente. Entre as décadas
de 1960 e 1970, o edifício foi reformado e a Rádio
Difusora passou a ter sede própria. Na década posterior,
a família Beringhs conseguiu a concessão para a
criação de novas emissoras, em Taubaté e na região,
formando assim a Rede Difusora de Rádio.
A emissora acompanhou, também, o desenvolvimento
socio-cultural do Vale do Paraíba e sua presença
foi marcante em vários acontecimentos ao longo
dessas seis décadas. Em entrevista, Silva Neto recorda-
se que a Difusora contribuiu com várias campanhas
em Taubaté, como as realizadas para a compra de um
avião que foi doado à Força Aérea Brasileira e para
angariar fundos durante a elevação do monumento
em homenagem ao Cristo Redentor. Além disso, a
Rádio sempre se colocou à disposição da Igreja Católica,
local para divulgar atos religiosos como procissões,
missas festivas e demais solenidades.
A emissora rompeu o ano 2000 em constante atividade
e ainda constitui-se em uma empresa familiar.
Atualmente, é dirigida pelos netos de Emílio Amadei
Beringhs e a programação tem como base a música,
o jornalismo e a prestação de serviço. Durante os sábados
e domingos, a Difusora ainda transmite, ao vivo,
jogos regionais e nacionais. Fonte : Rev. ciênc. hum, Taubaté, v. 12, n. 1, p.11-17, jan./jun. 2006.

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