quinta-feira, 29 de outubro de 2009

RÁDIOS COMUNITARIAS NO BRASIL


Participação nas Rádios Comunitárias no Brasil

Cicilia M.Krohling Peruzzo1


Índice

* Resumo
* Introdução
* Muito Mais Vozes no Ar
o Origens das Rádios Livres no Brasil

* Comunitárias ou Piratas?
* Participação da População, a Grande Diferença
* E agora, a Lei
* Conclusão
* Bibliografia

Resumo

O estudo aborda a questão das rádios comunitárias procurando entender sua origem e características atuais. Evidencia os aspectos legais e o posicionamento de setores da sociedade sobre as mesmas. Mostra o que caracteriza uma emissora como propriamente comunitária, diante da diversidade de experiências existentes. O estudo, baseado em pesquisa bibliográfica, análise de artigos da imprensa diária e periódica, sites na Internet e entrevistas, evidencia que o movimento das rádios comunitárias tem um caráter público e como tal contribuem para democratização da comunicação e para a ampliação da cidadania.

Introdução

Neste estudo analisamos a questão das rádios comunitárias no Brasil, suas origens e características atuais. Evidenciamos também as conotações do discurso sobre as mesmas sob o ponto de vista das associações patronais, transmitido com ênfase pela grande mídia, bem como aquele sob a ótica das associações comunitárias de radiodifusão que encontra mais espaço para divulgar suas posições apenas nos veículos de comunicação de caráter alternativo e nos seus próprios boletins, congressos e em seus sites na Internet.

O estudo é baseado em pesquisa bibliográfica, análise de artigos da imprensa diária, pequenos jornais de bairro, boletins das associações de rádios comunitárias, revistas de informações e especializadas, documentos, site de rádios livres e comunitárias na Internet e entrevistas .

As rádios comunitárias trazem aspectos inovadores quanto ao conteúdo de sua programação e processo de gestão. Estão contribuindo para acelerar a regulamentação no setor de radiodifusão de baixa potência e para acirrar o debate sobre a democratização dos meios de comunicação de massa no Brasil, historicamente concentrados nas mãos de grandes grupos econômicos e políticos.

Muito Mais Vozes no Ar

Em 1995 o Brasil descobriu as rádios comunitárias, no formato de rádios livres. Atualmente existe um grande número de emissoras desse tipo. Os números são controversos: para uns 5.5002, para outros 7.000, mas existem estimativas que falam na existência de 10.000 emissoras no país. Elas ousaram iniciar a ``reforma agrária no ar'', enquanto no Parlamento se discutia propostas de leis para a radiodifusão de baixa potência, com visível atraso em relação as demandas sociais para o setor.

Trata-se de algo inédito na história do país, não enquanto experiência de rádio livre, cujo pioneirismo remonta o início da década de setenta, mas pela elevado número de emissoras demonstrando uma disposição de ocupar as ondas, numa aberta contestação ao controle oligopolizado dos meios de comunicação de massa .

Rádios livres são emissoras que entram no ar, ocupam um espaço do dial, sem concessão, permissão ou autorização de canal por parte do Governo, sendo portanto caracterizadas como ilegais. Costumam ser chamadas também de clandestinas ou piratas. São consideradas ilegais com base na Lei 4.117, de 27 de agosto de 1962, e no Decreto-lei 236 de 1967. Os quais, proibem a instalação ou utilização de telecomunicações sem autorização do Governo, mas são omissos quanto a tipificação das rádios de baixa potência. Porém, a Constituição Brasileira de 1988, Art. 220, garante que ``manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição'', e no Art. 5º assegura: ``é livre a expressão da atividade intelectual, artística , científica e de comunicação, independente de censura ou licença''.

O Brasil também é signatário do Pacto de San José da Costa Rica, celebrado por ocasião da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em 1969, que declara ser o exercício de liberdade de pensamento e expressão ``não pode estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidade ulteriores, que devem ser expressamente fixadas em lei'' e que ``não se pode restringir o direito de liberdade de expressão por vias e meios indiretos, tais como abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequência radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões''.

Historicamente as rádios livres são ativadas por amantes do rádio que, apesar de não terem autorização para funcionar, entram no ar correndo os riscos de serem submetidos aos rigores da lei das telecomunicações que vem sendo aplicada, que prevê prisão de quem estiver operando, lacre e apreensão dos transmissores.

Suas matizes, também ao longo da história, tem sido bastante diferenciadas. Podem ser de caráter político-ideológico, de serviço comunitário, religioso, comercial, ligadas a interesses das minorias ou a movimentos sociais, ou simplesmente colocadas no ar com a intenção de oferecer uma programação alternativa, porém similar a das emissoras convencionais. No entanto, tem em comum a contestação aos sistemas de controle dos meios de comunicação de massa.

Origens das Rádios Livres no Brasil

No Brasil3, as rádios livres começaram a aparecer nos anos setenta, numa época em que o regime militar estava em vigor e os meios de comunicação de massa estavam, de forma predominante, nas mãos de pessoas ou grupos privilegiados com a concessão de canais, por decisão unilateral do Poder Executivo Federal.

A primeira experiência foi a da Rádio Paranóica, de Vitória (ES), em outubro de 1970. Seus idealizadores eram dois irmãos, na época com quinze e dezesseis anos de idade. O mais novo foi preso tido como subversivo, coisa que ele desconhecia oque significava. Seu interesse era apenas fazer rádio. Ela surgiu com o slogan ``Paranóica'', a única que não entra em cadeia com a Agência Nacional.''4 Apesar de ter sofrido intervenção5, voltou a funcionar em 1983 e continua no ar, com nome de Rádio Sempre Livre.

Depois surgiria a Rádio Spectro, de Sorocaba (SP), em 1976. A imprensa informou que essa cidade chegou a ter mais de quarenta emissoras desse tipo no início da década de oitenta. Outra pioneira, em 1978, a RCG-Rádio Globo de Criciuma (SC).

Quando da ``abertura lenta, gradual e segura'' do regime militar, mais no final da década de setenta e no início da seguinte, elas passariam a desenvolver-se com maior intensidade. disseminando-se em muitas cidades brasileiras. A capital paulista contava com dezenas delas em 1985, criando-se até uma Cooperativa dos Rádio-Amantes. Os nomes eram curiosos. Rádio Totó, Rádio Ternura, Rádio Xilik, Rádio Trip, Rádio Livre-Gravidade. De 15 de maio a 19 de junho de 1987, também funcionou a Rádio TX 107,3, na Biblioteca da Universidade Federal do Espírito Santo, operada por alunos do Curso de Comunicação Social.

Num primeiro momento, as rádios livres eram constituídas por jovens interessados, antes de tudo, em praticar a arte da radiofonia, pouco ou nada envolvidos com ``grandes causas'' sociais ou políticas. Em muitos casos, tratava-se de ``uma curtição de roqueiros, como aconteceu em 1983, quando a cidade de Sorocaba foi palco de uma simpática eclosão de rádios ilegais, realizada pôr garotos cansados da mesmice das freqüências moduladas oficiais.(...) Eles se diziam apolíticos. O negócio era muita música, uns recados para a sogra e umas paquinhas radiofônicas''6.

Depois, também se instalariam emissoras mais sensíveis à questão da centralização dos meios de comunicação, bem como à problemática sócio-econômica do País, embora continuassem preponderando o senso de ironia e a preocupação em ousar. Dizia um pequeno manifesto da Cooperativa dos Rádio-Amantes: ``Nós iniciamos um movimento de reforma agrária no ar. O rádio é uma conquista técnica da humanidade e não pode ficar nas mãos (...) de proprietários-concessionários''. Ou uma locução da Rádio Xilik, em 20.07.1985: ``Eles têm medo dos velhos pôr suas memórias. Eles têm medo dos jovens por sua inocência. Eles têm medo dos trabalhadores, (...) da ciência, dos músicos, (...) dos filósofos, (...) da democracia''. Ou, ainda, uma declaração da Rádio Ítaca: ``O cotidiano - e não o Estado - é o local escolhido para nossos delírios/desejos. (...) Não temos compromissos de gênero global.7(...) Nada de relações viciadas. Queremos comunicar''.8

Também houve experiências de rádios em sindicatos e nos movimentos comunitários. Os bancários de São Paulo, que em 1981/1982 haviam adquirido prática com o sistema de alto-falantes móveis, puseram no ar, em 1985, a Rádio Teresa9, com 120 watts de potência. Em Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital paulista funcionou a Rádio Patrulha, que passou o microfone à comunidade10.

De 14 de julho de 1990 a 03 de abril de 1992 funcionou a Rádio Livre Paulicéia, em Piracicaba (SP), com dez watts de potência, sem fins lucrativos, de propriedade dos moradores do bairro e gerida por um conselho coordenador escolhido pelo voto. Ela atuava com base em decisões tomadas por uma assembléia composta de 120 pessoas que discutia sobre seu papel e sua programação, entre outros assuntos. Contava com a participação intensa da comunidade, tanto nas deliberações como na produção dos programas, recebendo de trinta a quarenta telefonemas diários com sugestões, recados e perguntas. Cedia espaços para os católicos (pastoral da juventude, movimento carismático), os evangélicos, as crianças, os grupos de desempregados, conjuntos de rapp etc. Predominava a música black. As notícias, que eram da cidade, iam ao ar no Jornal da paulicéia. Faziam-se transmissões ao vivo. Ficando no ar até por 120 horas semanais, chegou a ser a emissora mais ouvida na cidade. Mas, como era previsível, acabou sendo fechada e interditada pela polícia federal11.

Outra experiência significativa é a Rádio Novos Rumos12, surgida em dezembro de 1990 e inaugurada oficialmente em maio de 1991, em Queimados, município da Baixada Fluminense (RJ). A emissora com pouco tempo de funcionamento foi fechada por fiscais do Ministério das Comunicações e a polícia federal, sendo apreeendidos o transmissor, a aparelhagem de audio e discos. Depois de várias tentativas de reabrí-la, através da mobilização da comunidade13 e de lobby do Comitê pela Democratização da Comunicação do Rio de Janeiro junto ao Ministério das Comunicações, finalmente após o então Ministro, Sergio Motta, ter se comprometido, em março de 1995, a formar uma comissão para elaborar uma proposta de regulamentação para as emissoras de baixa potência, a emissora é reinaugurada em 15 de maio de 1995. Em 1997 voltou a ser fechada no dia 6 de maio, mas reaberta em 11 do mesmo mês.

Atualmente, a Rádio Novos Rumos funciona diariamente, das 6 às 24 horas. É a terceira emissora mais ouvida em Queimados, com 21% dos ouvintes, segundo pesquisa de audiência do IBOPE.

Pelo estatuto a emissora garante a todo cidadão o direito a voz na programação. Conta com 100 colaboradores e 14 funcionários. Tem um quadro de 781 sócios, que contribuem com R$ 2,00 (dois reais) por mês, mas sua principal fonte de receitar são os comerciais e prestação de serviços para terceiros.

Dos 51 programas , 44% são musicais, 42% jornalísticos e 14% religiosos(de orientação evangélica, católica e espírita).

A emissora faz assembléia,de seis em seis meses, com os associados, da qual tiram as diretrizes globais de atuação, mas o seu dia a dia e conduzido por um conselho executivo, composto por cinco membros. Possui também um conselho de programação e um conselho de fundadores.

As rádios livres, mesmo que algumas possam ter sido decorrência de aventuras sem maiores pretensões políticas, são, no conjunto, um protesto contra a forma de acesso aos instrumentos massivos e uma tentativa de conquistar a liberdade de expressão a qualquer preço. Elas contribuem para o debate sobre a estrutura anti-democrática dos meios de comunicação de massa no Brasil, que também teria lugar na Assembléia Nacional Constituinte, mas nunca veio a empolgar amplos setores representativos da sociedade, nem conseguiu grandes avanços no texto da nova Lei Magna promulgada em 1988. Esta apenas estatuiu que a concessão de canais deveria ter a aprovação do Congresso e a criação do Conselho Nacional de Comunicação.

A proliferação atual de emissoras comunitárias é o resultado de um processo de mobilização social pela regulamentação da radiodifusão de baixa potência, cujo marco histórico é o dia 10 de abril de 1995, data em que o Ministro das Comunicações, Sérgio Motta, recebeu, em audiência, um grupo de representantes de rádios livres e comunitárias. Nessa ocasião ele reconheceu, publicamente, a existência de milhares de emissoras de baixa potência em todo país e assumiu o compromisso de regulamentar seu funcionamento.

Convém lembrar que o Forum pela Democratização da Comunicação, cujo ação este mais contundente no processo Constituinte, vem acompanhando as ações do Congresso Nacional, fazendo lobby e propondo políticas democráticas para os meios de comunicação no País. Uma de suas conquistas nesse setor é a lei de TV a Cabo, uma lei que garante a obrigatoriedade de seis canais de uso público.

A origem dessas rádios está ancorada nas experiências de rádios populares de alto-falantes, também conhecidas como rádio- poste, cujo apogeu ocorreu nos anos 80, no Brasil.

A transmissão de programas através de alto-falantes, foi, e continua sendo em muitos lugares, o veículo de comunicação a que as organizações comunitárias tiveram acesso para poderem levar suas mensagens aos habitantes de determinadas localidades. São chamados de ``rádio do povo'' ou de ``rádio popular''.

Contudo, o uso do alto-falante como rádio, surgiu há muitos anos, ainda antes do regime militar de 1964, em muitas localidades, principalmente no interior, e em geral vinculados a lojas comerciais, Igrejas e Prefeituras.

Em Muqui (ES), existiu uma emissora desse tipo em 1948 para divulgar as promoções de uma loja. Com o tempo, passou a desenvolver um serviço de utilidade pública. Transmitia música, debate político, jogos de futebol e festas. Em outros municípios do Espírito Santo, como Castelo, Alegre e Guaçui também existiram serviços semelhantes. Com o Golpe Militar de 64 foram extintos14.

Nos anos oitenta15 há um ressurgimento desse tipo de meio de comunicação. Na década de 90 eles continuam existindo e com conotações diferenciadas. Existe um modelo em que o serviço de som funciona como um produto da comunidade. As organizações comunitárias o administra voluntária e coletivamente. Desenvolve uma programação voltada para a conscientização e mobilização, informa, oferece entretenimento e presta serviço de utilidade pública. Um segundo modelo conserva as características de interesse público, mas é dirigido por uma ou duas pessoas comprometidas com o bem-estar social local. Normalmente são pessoas que gostam do rádio e vêm nessas emsissoras uma canal para exercitarem sua voz e prestarem um serviço a comunidade. Num terceiro modelo seus idealizadores chegam até a colocar o sistema de som a serviço da comunidade visando melhorias, mas seus interesses são particulares. Querem reconhecimento, prestígio e almejam um emprego nas emissoras convecionais. Um quarto modelo é similar ao anterior, só que os interesses são de ordem comercial . Operam o sistema de som enquanto meio para veiculação de anúncios e outras formas de patrocínio visando o lucro particular. Claro que acabam prestando algum serviço de utilidade para o local, chegando as vezes até mesmo a transmitir notícias das associações de moradores.

Aos poucos foi acontecendo um declínio das rádio de alto-falantes e começando a surgir as emissoras, propriamente ditas, tais como a Rádio Livre Paulicéia e a Rádio Novos Rumos, mencionadas anteriormente.

Comunitárias ou Piratas?

Um grande debate em nível nacional vem sendo travado em torno das emissoras de baixa potência, depois que resolveram desafiar os limites legais e chegam a configurar-se como um movimento nacional, com articulações nos estados e muncicípios brasileiros. Foi criada, inclusive, a ABRAÇO-Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, e várias associações estaduais, tais como a ARCOCE-Associação das Rádios Comunitárias do Ceará e a APERLOC-Associação Paulista de Radiodifusão Local Comunitária.

Dessa dinâmica surge a expressão rádio comunitária. Porém, pelo que pudemos observar com este estudo, são chamadas dessa maneira apenas por seus idealizadores e simpatizantes. Para seus opositores, para cujo pensamento a grande mídia proporcionou grandes espaços, elas são ``rádios piratas'', ou clandestinas. Essas expressões estão carregadas de conotações ideológicas. Quando são chamadas de comunitárias normalmente se lhes atribui um caráter público. São vistas enquanto engajadas nas atividades comunitárias e portanto, portadoras de potencial para contribuir para o desenvolvimento social e na construção da cidadania. Ao serem taxadas de piratas elas são tidas como ilegais, invasoras e perversas.

As vozes mais ferrenhas, contrárias as emissoras de baixa potência, provém de órgaõs do Governo e dos donos das emissoras convencionais, de forma isolada ou através de suas associações, entre elas a ABERT - Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão.

O Ministério das Comunicações, pôr sua vez, tem determinado o combate a tais transmissões, e através de suas Delegacias Regionais, em conjunto com a Polícia Federal, vem apreendendo equipamentos e fechando muitas emissoras no país.

Segundo Eurico Gode, presidente da AMIRT - Associação Mineira de Rádio e Televisão, as ``rádios piratas causam interferência no sinal das estações legalmente constituídas e perpetram uma concorrência desleal com empresas idôneas, que recolhem impostos e cumprem suas responsabilidade sociais''16.

É claro que um grande número de emissoras irradiando, em controle, em faixas de frequência alheias vai causar interferência. E não é isso que pretendem as rádios comunitárias, tanto que há bastante tempo vem reivindicando uma legislação para permitir sua existência legal e, mesmo tempo, normatizar sua utilização. Querem o direito de operarem o meio de comunicação que um bem público, pertence a coletividade. Elas não querem interferir em freqüências reservadas a serviços essenciais. Pôr isso pedem a regulamentação.

Contudo, voltando ao discurso anteriormente citado, nele está um elemento chave para compreendermos a causa principal da não aceitação das emissoras comunitárias. As rádios convencionais tem receio da pulverização da audiência e da conseqüente perda de anunciantes. A prática tem demonstrado que pequenas emissoras comunitárias tem conseguido índices altos de audiência e de aceitação pelas comunidades locais. Primeiro porque desenvolvem uma programação sintonizada com os interesses, cultura e problemática locais. Segundo porque têm revelado grande capacidade de inovar programas e linguagens, o que as diferenciam das FMs tradicionais. Terceiro porque acabam revelando um grande potencial de atrair os anunciantes locais tanto pelo preço mais baixo das inserções, quanto pela possibilidade da alta segmentação de mercado, ou seja atinge diretamente o público-alvo do anunciante local.

Todavia, dinheiro não é tudo que interessa, não o único motivo para a contestação às rádios comunitárias. Elas são portadoras de um conteúdo político que amedronta os três poderes constituídos: ``Elas subvertem o poder exercido pela oligarquia local ou desmascaram seus caráter antipopular. (...) O grande perigo das rádios comunitárias está na cidadania que ela faz despertar no ouvinte, ao promover a troca de papéis: de ouvinte, o cidadão passa a falante e os mandões locais (...) de falantes a ouvintes. (...) É insuportável aos membros do Poder Judiciário, pôr exemplo, ouvir depoimentos de trinta ou cinqüenta queixosos , de que as filas à porta dos tribunais de pequenas causas não avançam''17.

Quanto a questão da ilegalidade desse tipo de transmissão, de fato sob o ponto de vista jurídico é discutível, pois a lei das telecomunicações e a Carta Magna do país colidem no assunto. Porém, podem ser consideradas como legítimas, pois têm uma função social importante no processo de convivência e desenvolvimento comunitário. Atendem a uma carência crescente de comunicação em nível local, a que a legislação não soube se adiantar. Além de muitos municípios brasileiros não disporem de emissoras de rádio ( setenta por cento18), em geral as rádios existentes tem uma programação descolada das problemáticas locais, eminentemente musicais e padronizadas, e em alguns casos transmitem em rede nacional, operadas a partir dos grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro.

Por outro lado, como diz Nivaldo Manzano ``somos tão piratas como os serviços de radiodifusão sonora por satélite, também não regulamentados e nem por isso ilegais, como as redes Bandeirantes, CBN, Pan, Católica de Rádio, American Sat, Antena Um, Líder etc. Como também o foram as TVs a Cabo, que começaram a operar no Brasil antes de sua regulamentação - um fato comum na história das telecomunicações, no Brasil e no mundo''19.

Neste caso a mídia não as rotulou de clandestinas, nem de ilegais, nem de piratas. Todo esse discurso mediático revela seu ``corporativismo institucional'' e seu comprometimento com os interesses políticos e econômicos dos grupos empresariais das telecomunicações e do Governo que os representa. As matérias sobre as rádios comunitárias na grande mídia teceram, majoritariamente, a conotação negativa da qual falamos.

O combate às emissoras comunitárias não parou nos quisitos explicitados até aqui. Elas também foram acusadas de serem culpadas pela queda de um avião da TAM, em 31 de outubro de 1996, em São Paulo. A explicação foi de que as transmissões de alguma rádio comunitária, situada nas imediações do Aeroporto de Congonhas, teria causada interferência no sistema de comunicação e navegação da aeronave.

Para Chico Lobo ``é estranho que pequenas emissoras, que funcionam com baixa potência (no máximo 50 Watts), venham a causar esse tipo de desarranjo nos aviões de carreira. Não podemos imaginar que grandes empresas aeronáuticas, como a Boeing e a Folker, fossem tão ingênuas ou irresponsáveis para deixar sair de seus hangares aeronaves com tamanha vulnerabilidade nos sistemas de navegação''20. Na mesma matéria ele cita declarações de João de Ataliba Nogueira, engenheiro de instrumentos da Varig, em matéria na revista Fly nº 27, de janeiro de 1993, dizendo que ``nenhum tipo de rádio frequência adentra [de fora para dentro] através da fuselagem das aeronaves comerciais modernas, pois elas são construídas para suportar todo tipo de interpérie ou interferência que possa prejudicar a segurança de nossos passageiros.(...) Nossas aeronaves são testadas em todas as condições adversas. (...) Qualquer aeronave sobrevoa os quatro cantos do planeta, em lugares com as mais diversas atividades de rádio possíveis''.

Chico Lobo também lembra que a somatória de toda a potência das mais de 500 emissoras existentes em São Paulo não chega à metade da potência de uma só emissora convencional, que atinge freqüentemente cem mil Watts. Diz também que a somatória da potência das emissoras de FM, mais as de OM, as de ondas curtas, TV, VHS, UHS, radioamadores, além de outros serviços de radio comunicação, como a Faixa Cidadão, teríamos uma potência dissipada nos ares da capital paulista de mais de 450 milhões de Watts. Não seria, portanto, a parcela insignificante de rádios comunitárias capaz de causar o estrago que propala a mídia.21.

Participação da População, a Grande Diferença

Na realidade existem emissoras de baixa potência de diferentes tipos e com interesses divergentes, tal como o acontece com os alto-falantes, mas todas se intitulam de comunitárias.

Podemos agrupa-las em quatro tipos. 1º Emissoras que se caracterizam como eminentemente comunitárias, uma vez que as organizações comunitárias são responsáveis por todo o processo comunicativo, desde a programação até a gestão do veículo. Não têm fins lucrativos. Vivem de apoio cultural, contribuições de sócios, doações e recursos arrecadados mediante a realização de festas etc, as vezes também veiculum anúncios comerciais e prestam serviços de audio a terceiros. 2º Aquelas que prestam alguns serviços comunitários, mas estão sob o controle de poucas pessoas e, em última instância, servem como meio de vida para seus idealizadores, os quiais em geral também são seus donos. Ou seja, são de propriedade privada de alguém. Sua finalidade maior é a venda de espaço publicitário. 3º Há também aquelas mais estritamente comerciais, com programação similar as das emissoras convencionais, sem vínculos diretos com a comunidade local. 4º Existem também emissoras de cunho político-eleitoral, ligadas a candidatos a cargos eletivos e seus resepctivos partidos políticos. Essas se proliferam mais rapidamente em períodos pré-eleitorais. Essas estão mais preocupadas em fazer ``campanhas disfarçadas'' de candidatos. 5º Há ainda emissoras religiosas, vinculadas a setores das Igrejas Católica e Evangélicas. São sustentadas por suas mantenedoras e/ou pela venda de espaço publicitário. Entre elas algumas fazem programação estritamente reliogiosa e outras incluem programas de caráter educativo, informativo e cultural, o que as aproxima das comunitárias.

Diante dessa diversidade, e principalmente pelo fato de em geral serem, todas, chamadas de ``piratas'', começa a se fazer determinadas distinções. Para Sérgio Pires & Sylvio Miceli, ``a diferença entre rádio comunitária e uma pirata está em seu objetivo, ou seja, a comunitária não visa lucro, e sim a prestação de serviço. Já as piratas são emissoras que comercializam espaços em sua programação sem a participação dos moradores, considerando apenas o lado financeiro22.

De fato, muitas emissoras que se dizem comunitárias, se caracterizam mais como micro-empresas. São comerciais. Além de venderem espaço publicitário, a estrutura de funcionamento é similar a de qualquer pequena empresa . Sua programação é semelhante a das emissoras comerciais, ou melhor reproduzem sua lógica, embora introduzem inovações que agradem os ouvintes. Têm donos. Visam lucro, cuja aplicação depende unicamente de decisão de seus proprietários.

A diferença fundamental está em a rádio comunitária ``pertencer a comunidade, ser organizada, dirigida, pautada e operada pela comunidade. Quem fala e quem ouve é a comunidade, sem os mediadores diplomados.(...) E saberá buscar no mercado os profissionais, quando deles sentir necessidade''23.

Em suma, pelo que podemos observar nas experiências que vem sendo desenvolvidas, os aspectos que caracterizam uma rádio, propriamente, comunitária, são:

a) Sem fins lucrativos. Comercializa espaços publicitário para patrocínio na forma de apoio cultural, ou até presta serviços de audio a terceiros, mas os recursos arrecadas são canalizados para custeio e manutenção e/ou reinvestimento, e não para o lucro particular.

b) É produto da comunidade. Sob o ponto de vista da programação, que tende a ter um vínculo orgânico com a realidade local, tratando de seus problemas, suas festas, suas necessidades, seus interesses e sua cultura. E ainda por possui sistemas de gestão partilhado, ou seja, funciona na base de orgãos deliberativos coletivos, tais como conselhos e assembléia.

c) Favorece uma programação interativa com a participação direta da população ao microfone e até produzindo e transmitindo seus próprios programas, através de suas entidades e associações. Portanto, é garantido o acesso público ao veículo de comunicação. Aliás, é nesse tipo de experiência de comunicação, desde os alto-falantes e outros veículos, nos anos recentes, que tem sido concretizadas as mais completas formas de interatividade nos meios de comunicação, recentemente descoberta e ensaiada, com grandes limitações, pela grande mídia

d) Valoriza e incentiva a produção e trasmissão das manifestações culturais local.

e) Tem compromisso com a educação para a cidadania no conjunto da programação e não apenas em algum programa específico.

f) Democratiza o poder de comunicar proporcionando o treinamento de pessoas da própria comunidade para que adquiram conhecimentos e noções técnicas de como falar no rádio, produzir programas etc.

Voltando a questão da diversidade de emissoras, uma das consequências óbvias é que programação também é tão variada quanto o gosto, desejo e as necessidades tanto de seus emissores, quanto dos públicos receptores. Muitas são ligadas à Igrejas, Católica ou Evangélicas. Nesse caso algumas fazem uma programação estritamente religiosa e outras incluem programas de caráter educativo e cultural, o que as aproximam das comunitárias. Aquelas, propriamente comunitárias, de caráter religioso ou não, como já dissemos, tendem a fazer uma programação interativa e em sintonia com a realidade local. Por exemplo, em Cássia, Minas Gerais, ajudou a baixar o preço do saco de cimento de 10 para 6 reais no comércio varejista; em Adralina, São Paulo, estimulou a comunidade local a plantar um número recorde de árvores no mais curto espaço de tempo; no Maranhão uma delas serve para a professora dar aulas a distância, uma vez que nem sempre as crianças conseguem atravessar o rio para chegar a escola24. Quanto as emissoras de baixa potência, de caráter comercial, a maioria é eminentemente musical, tem também suas virtudes oferendo, muitas vezes, uma programação alternativa para quem está cansado da mesmice das FMs tradicionais25.

Contudo, não devemos esquecer que muitas das rádios de baixa potência conservam suas características originais enquanto rádios livres, portanto sem o perfil comercial ou comunitário. E assim vão querer continuar, pois curtem seu caráter de ``radio livre'' enquanto forma de liberdade de expressão e de contestar o sistema oficial de radiodifusão.

E agora, a Lei

O Brasil chegou a figurar como o único país da América do Sul sem uma legislação para rádios de baixa potência26, o que finalmente veio a ocorrer em dezembro de 1996, através do Projeto- de - Lei 1.521, o qual gerou muita polêmica, mas deu origem a Lei 9.612, de 19 de fevereiro de 1998.

Ela institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, sonora, em Frequência Modulada. Permite uma potência de no máximo 25 Watts e antena não superior a 30(trinta) metros. As entidades representativas das rádios comunitárias reivindicam 50 Watts. Outros pontos de divergências são: Quanto ao número de emissoras, a lei prevê apenas uma rádio por localidade. As entidades querem fixar o número entre duas e doze para cada município, em função do tamanho da população. Quanto a obrigatoriedade de todas as emissoras operarem na mesma freqüência, no país todo. Para o movimento de rádios comunitárias isso vai gerar ``colisão'' ou interferência de sinais. Outro limite não aceito para o referido movimento é a proibição de formação de rede, o que possibilitaria a transmissão conjunta de eventos culturais, esportivos e educativos de interesse de um conjunto de localidades.

Como podemos observar, a Lei é restritiva. Porém, representa um avanço no sentido de regulamentar um setor da radiodifusão de demanda crescente, tendo em vista a necessidade de mídias comunitárias no processo de mobilização em torno da ampliação da cidadania.

O Ministério das Comunicações vinha sendo alvo de pressão em prol da regulamentação das rádios de baixa potência por parte das Associações de Rádios Comunitárias e do Forum Nacional pela Democratização da Comunicação. Existiam vários projetos-de-leis para regulamentá-las. No entanto, o aprovado na Câmara Federal foi aquele que teve a participação direta da ABERT, o que ajuda a entender o porquê dos limites impostos. A mesma associação, através de seu lobby também conseguiu fazer recuar o Ministro das Comunicações, Sergio Motta, inicialmente acenando com a intenção de autorizar a instalação de até dez mil emissoras comunitárias no Brasil. A pressão da associação patronal também surtiu efeitos no recrudescimento a perseguição às emissoras.

Para quem considerar 10.000 um número excessivo, Nivaldo Manzano esclarece: Atualmente existem menos de 5.000 emissoras comerciais AM e FM no país (três mil pertencem a políticos e as demais são ligadas a famílias de empresários das comunicações ligadas a políticos). E, do ponto de vista tecnológico, ou seja, no espectro radioelétrico brasileiro em frequência modulada (é nessa frequência que operam as comunitárias, cabem mais 100.000 emissoras, pelo sistema analógico. Se considerarmos o sistema digital, de tecnologia já dominada, o número é praticamente ilimitado27. Fica claro que a não regulamentação e os limites que vem sendo impostos são mais por uma questão de ordem política do que técnica.

Mas, de acordo com a Lei 9.612, a concessão só será permitida a Fundações e Associações Civis, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação de serviço. Além disso estabelece, no seu artigo 4º que a programação das emissoras de radiodifusão comunitária deverá obedecer os seguintes princípios:

a) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício do desenvolvimento geral da comunidade;

b) promoção das atividades artísticas e jornalistas na comunidade e da integração dos membros da comunidade atendida;

c) respeito das valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a integração dos membros da comunidade atendida;

d)não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais, convicções político-ideológico-partidárias e condição social nas relações comunitárias.

A programação deverá ser acompanhada e fiscalizada no sentido de verificar sua adequação aos interesses da comunidade e aos princípios da lei, por um Conselho Comunitário, composto de, no mínimo, cinco pessoas representantes de entidades da comunidade local, tais como associações de classe, beneméritas, religiosas ou de moradores legalmente instituídas.

Conclusão

O movimento das rádios comunitárias tem um caráter público e como tal estão construindo um significado político e cultural importante. São um forte indicativo, no campo do rádio, de grandes mudanças que estão por acontecer nos meios de comunicação de massa no Brasil, começa a perpassar também o sistema de televisão, principalmente por causa da abertura dos canais comunitários desencadeada pela Lei de TV a Cabo.

As rádios comunitárias não pretendem competir com as emissoras convencionais. Querem mesmo é oferecer às comunidades conteúdos de cunho cultural e educativo que as outras não tem se interessado em privilegiar. Em sua dinâmica vem servindo de espaço para o aprendizado da cidadania, ao proporcionar mecanismos para participação da população nas várias etapas do processo de comunicação, tais como na gestão dos veículos e no planejamento e produção de programas.

No contexto da radiodifusão comunitária existem muitos limites e problemas. Em períodos pré-eleitorais, por exemplo, é comum a tentativa de manipulação dos canais em função de interesses de alguns candidatos a cargos eletivos no Poder Legislativo ou Executivo. Afinal é um bom meio do candidato falar diretamente para seus eleitores. Contudo, quanto mais organizada a comunidade, mais ela conseguirá assegurar sua autonomia.. Por outro lado, muito se tem a crescer em qualidade participativa na programação e na gestão de veículos de radiodifusão comunitária.. Mesmo porque somos um povo sem tradições participativas e culturalmente impregnado de viéses de conformismo e tendência a transferir aos governantes a responsabilidade pela solução dos problemas sociais. Contudo, nas duas últimas décadas a praxis dos movimentos populares começaram a alterar esse quadro ao possibilitarem a elaboração cultural de novos valores, muitos dos quais podemos ver incorporados em experiências de comunicação comunitária.

A experiência da radiodifusão comunitária evidencia uma crescente demanda pela mídia local e por programas locais nos grandes meios massivos. São canais que possibilitam a expressão das diferenças e ao mesmo tempo das identidades culturais das populações locais.

Bibliografia

* PERUZZO, Cicilia M.K. Comunicação nos movimentos populares - a participação nas construção da cidadania. Petrópolis : Vozes, 1998.

* BERALDO, Carla. ``Rádios Piratas: Ondas Criminosas''. Estado de Minas. Belo Horizonte: 10/novembro/1997.

* LOBO, Chico. ``A mentira das Interferências''. No ar. Rio de Janeiro: Abraço, março de 1997, nº 1, pp.4.

* A COMUNITÁRIA MAIS ANTIGA. No ar. Rio de Janeiro: Abraço, março de 1997, nº 1, pp.8.

* MORAES, Denise & HALLACK, Giovana. ``OS Piratas que estão na Onda''.Domingo. Suplemento do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: 27.Outubro/96, pp.18.

* COELHO, Tania e SILVEIRA, Renata. ``Rádios Livres: Sem restrições.'' Cadernos do Terceiro Mundo. Rio de Janeiro: Editora Terceiro Mundo, Outubro/1995, nº 190, pp.18-20.

* PIRES, Sérgio & MICELI, Sylvio. ``Rádios Comunitárias: a Luta pela Regulamentação'', O Bairro. São Paulo: Ed. Princípio e Verbo, Dezembro/96, pp.8.

* MANZANO, Nivaldo. ``Escandulo no Ar'', Caros Amigos. São Paulo: Casa Amarela, maio de 1997, nº 2, pp.12.

* MACHADO, Arlindo et alii. Rádios livres: a reforma agrária do ar. São Paulo: Brasiliense, 1986.

* GUEDES, Gilse B. Democracia na Rádio Livre Paulicéia. In: PERUZZO, Cicilia M.K. (org.)Comunicação e culturas populares. S.Paulo: Intercom, 1995, pp. 71-77.

* ``COMISSÃO APROVA PROJETO DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS''. A Gazeta. Vitória: Rede Gazeta de Comunicações, 5 / dezembro/1996, pp.8.


Notas de rodapé

... Peruzzo1
Professora da Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP - Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. O artigo é uma versão ampliada. Paper apresentado no GT Cultura e Comunicacção Popular, XXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Recife-PE, 9 a 14 de setembro de 1998.
... 5.5002
``Comissão Aprova Projeto de Rádios Comunitárias''. A Gazeta, 5 de dezembro de 1996, pp.8
... Brasil3
PERUZZO, Cicilia M.K. Comunicação nos movimentos populares - a participação na construção da cidadania, 1998. p.240 e seguintes.
... Nacional.''4
A Agência Nacional irradia A Voz do Brasil, uma hora diária de noticiário oficial, obrigatoriamente retransmitida por todas as emissoras de rádio do país.
...ao5
O jornal A Gazeta, de Vitória (ES), noticiou o fechamento da emissora em sua edição de 21.02.71.
...onicas''6
MACHADO, Arlindo et alii. Rádios livres: a reforma agrária do ar, 1986, pp.17-38
... global.7
Alusão indireta à Globo, a maior rede comercial de televisão e rádio no Pais.
... comunicar''.8
MACHADO, Arlindo. Op.cit. pp.22-23: 51-52.
... Teresa9
Teresa é a corda que os prisioneiros fazem com lençóis, para evadir-se das cadeias. O nome foi aqui utilizado para significar a fuga da ``cadeia global'' que domina a comunicação no país.
... comunidade10
MACHADO, Arlindo. Op.cit. pp.132.
... federal11
GUEDES, Gilse. Democracia na Rádio Livre Paulicéia., 1995.
... Rumos12
A Comunitária mais Antiga''. No ar. março/1997, nº 2. pp.8.
... comunidade13
Fizeram um abaixo assinado com 10 mil assinaturas de habitantes do município e 100 de apoio de parlamentares.
... extintos14
Depoimento de Terezinha Jovita Coelho.
... oitenta15
Na Zona Leste II de São Paulo, tais emissoras começaram a surgir em 1983 e em 1988 chegaram a existir 42 delas. No Espírito Santo a Rádio Popular de São Pedro, inaugurada em 1986, foi uma das mais importantes.(Ver

Peruzzo, 1997).

... sociais''16
BERALDO, Carla. ``Rádio Pirata: Ondas Criminosas''. Estado de Minas, 10/Novembro/1996, pp.32
...cam''17
MANZANO, Nivaldo. Escândulo no Ar, pp.12-13.
... cento18
Pelo estudo do jornalista Manzano ( pp.11), não apenas estados como o Rondonia, onde seus quatorze muncípios - com exceção da capital Boa Vista- não dispõem de nenhuma emissora, mas isso ocorre também em muitos municípios de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo.
... mundo''19
Op.cit., pp.11
...ao''20
``A Mentira das Interferências'', No Ar, março de 1997. nº 1, pp. 4
...idia.21
Op. cit. pp.4
... financeiro22
``Rádios Comunitárias: a Luta pela Regulamentação'', O Bairro. Dezembro/96, pp.8
... necessidade''23
MANZANO, Nivaldo. Op. cit., pp.12
... escola24
MANZANO, Nivaldo. Op. cit., pp.10-11
... tradicionais25
Dão espaços para bandas alternativas,tocam punk, rock pesado, propostas dos alcóolicos anônimos, informações de interesse local. Tem uma que, segundo MORAES, Denise e HALLACK, Giovana. em ``Os Piratas que estão na Onda''publicado no Suplemento Domingo do Jornal do Brasil, chegava a divulgar a cotação do preço da maconha nas bocas de fumo. (Domingo, JB, 27.10.96, pp.18-19)
...encia26
COELHO, Tania e SILVEIRA, Renata. ``Rádios Livres Sem Restrições'', Cadernos do Terceiro Mundo, Outubro/95, pp.18.
... ilimitado27
Op.cit., pp.12

TEATRO LAMBE - LAMBE


Teatro lambe-lambe
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


O Teatro Lambe-Lambe, também conhecido como Teatro de Miniaturas, é uma linguagem de formas animadas que ocupa um espaço cênico mínimo formado por um palco em miniatura confinado em uma caixa preta de dimensões reduzidas. Nesse espaço são apresentadas peças teatrais de curtíssima duração através da manipulação de bonecos, para um espectador por vez. O Teatro Lambe Lambe já é considerado uma "modalidade" dentro do gênero "Teatro de Bonecos". O "Teatro Lambe Lambe" possui este nome, pois sua forma de apresentação, se assemelha demais aos antigos fotográfos lambe lambes que ocupavam as praças brasileiras nas décadas de 40, 50 e 60. Porém, já escassos nos dias atuais. Este nome "Teatro Lambe Lambe" é uma homenagem feita por Denise di Santos e Ismine Lima a estes fotográfos que por anos fizeram parte da cultura brasileira e hoje já se encontram em pleno anonimato.
Índice


* 1 Histórico
* 2 Curiosidades
* 3 Algumas companhias e bonequeiros que trabalham com Teatro Lambe-lambe



Histórico

O Teatro de Lambe-Lambe nasceu em Outubro de 1989, pelas mãos das bonequeiras Ismine Lima e Denise Di Santos. Desde então, já foi foco em muitos festivais nacionais e internacionais. Nos últimos anos os catarinenses Dhio Adhelino e Daniel Tsunami (Centro de Pesquisas Lambe Lambe Brasil), juntamente com Susanita Freire (Unima) vêm catalogando e mapeando os grupos e espetáculos de Teatro Lambe Lambe espalhados pelo Brasil e Mundo.

Os primórdios do Teatro lambe-lambe, assim foi seu nascimento Por Ismine Lima (Uma das criadoras do Teatro Lambe Lambe)

"Tinha uma amiga que fazia um parto na sala, na mesa do professor.Um dia, eu disse, não faria um parto devassado, parto requer uma intimidade e então surgiu a caixa do teatro lambe-lambe que abrigou A DANÇA DO PARTO. Tinha também um casal que ela ensinava a usar a camisinha e isto foi transformado no IMPÉRIO DOS SENTIDOS, conhecia este filme, virou uma peça para Teatro lambe-lambe. Mas existe também uma outra razão de ser do teatro lambe-lambe que a questão financeira do teatro de rua... não concordo com o chapéu, acho que o teatro tem ter um preço estabelecido a caixa é um teatro independente, volante, andarilho e deve ser cobrado, tem até um porteiro, bem vestido, que deve ser um ator performático. Porque senão nunca o teatro evolui.A outra questão básica que se constitui numa trilogia, o tripé deste teatro, é a profunda intimidade que ator manipulador do teatro lambe-lambe estabelece com o publico, é algo visceral. É neste momento que se compreende a força que o boneco tem e o domínio que você pode ter sobre esta audiência. Reside ai a força e o perigo do teatro de bonecos. Ariel Bufano, o grande bonequeiro argentino dizia, o bonequeiro (ele falava titeriteiro) tem que ter uma consciência dos deuses, senão ele manipula pra qualquer coisa e o teatro de bonecos tem quer servir pra dizer algo que deve ser dito, que precisa ser dito é um grito de dor, de alegria e morte.

Fazer uma peça para o Teatro lambe-lambe é como encontrar uma pérola no fundo do mar. É um Ray Kay em imagens.

Ismine Lima. 5 de Julho de 2009 - Ver. http://teatrolambelambe.blogspot.com/2009/07/primordios-do-lambe-lambe.html
Curiosidades

* O primeiro espetáculo apresentado no Lambe-lambe foi "A Dança do Parto";
* Em 2007 a Cia de Theatro Anjos da Noite de Tijucas/SC, deu início a seu projeto de teatro lambe-lambe, com o Projeto Lambe-lambe in Tchekhov, na qual foi inserido o realismo dos contos tcheckovianos dentro dos mini teatros;
* Atualmente, para um mapeamento geral da arte, O Centro de Pesquisas Lambe Lambe Brasil e a Cia de Theatro Anjos da Noite estão cadastrando todos os teatros lambe lambes através de um sistema de cadastros. [1]
* O Teatro Lambe Lambe foi criado pelas Baianas Ismine Lima e Denise di Santos, que sempre juntas circulavam com seus mini teatros pelo mundo. Após o ano de 2008, as duas, por motivos particulares decidiram seguir suas carreiras á parte, cada uma com seu grupo de Teatro Lambe Lambe;
* O Teatro Lambe Lambe também é conhecido como Teatro de Miniaturas, Teatro de Minionetes, Teatrinho, Mundo miúdo, Caixas de Imagens, Caixa mágica, caixinha de surpresas, etc aqui no Brasil.
* Em alguns países como México, França e Espanha o Teatro Lambe Lambe é conhecido como "Pet Show", ou também "Teatro de Cajas";
* Tem data para 2010, o primeiro Festival de Teatro Lambe Lambe, que acontecerá em Santa Catarina, para maiores informações acesse: www.anjosdanoite.org

Algumas companhias e bonequeiros que trabalham com Teatro Lambe-lambe

No Brasil

* Cia de Theatro Anjos da Noite - SC - www.anjosdanoite.org
* Cia Mutua de Teatro - SC - www.ciamutua.com.br
* Circo de Papel - BA - www.teatrolambelambe.blogspot.com
* Lambe Lambe da Bahia - BA
* In Bust Teatro de Bonecos - PA - www.inbust.com.br

Para ter acesso a todo o mapeamento dos lambe lambeiros no Brasil e Mundo, favor solicitar ao Centro de Pesquisas Lambe Lambe Brasil o portfólio completo com as cias/grupos mapeados, bem como os bonequeiros que também desenvolvem esta arte. Informações no site do Centro de Pesquisas. Acesse www.teatrolambe-lambe.blogspot.com
Referências

HISTORIA DA COMPUTAÇÃO


História da computação
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O desenvolvimento da tecnologia da computação foi a união de várias áreas do conhecimento humano, dentre as quais: a matemática, a eletrônica digital, a lógica de programação, entre outras.
Índice


* 1 Computação
* 2 Os Algoritmos
* 3 A Revolução Industrial
* 4 Babbage e Ada
* 5 A Lógica Binária
* 6 Shannon e a Teoria da Informação
* 7 Hollerith e sua máquina de perfurar cartões
* 8 O primeiro computador
* 9 A guerra e os computadores
* 10 O nascimento da Ciência da Computação
* 11 O Trabalho Teórico
* 12 Alan Turing
* 13 O Teste de Turing
* 14 Von Neumann
* 15 Primeiros computadores pessoais
* 16 A Apple e a popularização
* 17 Os computadores pessoais para empresas
* 18 A Parceria IBM - Microsoft
* 19 A aposta da Apple para continuar no topo
* 20 Os "IBM-PC Compatíveis"
* 21 Gerações de computadores
* 22 Realizações para a sociedade


Computação

Crystal Clear app xmag.pngVer artigos principais: Numeração, Ábaco.

A capacidade do ser humano em calcular quantidades nos mais variados modos foi um dos fatores que possibilitaram o desenvolvimento da matemática e da lógica. Nos primórdios da matemática e da álgebra, utilizavam-se os dedos das mãos para efetuar cálculos.

Na região do Mar Mediterrâneo, surgiram o alfabeto e o ábaco.

A primeira ferramenta conhecida para a computação foi o ábaco, cuja invenção é atribuída a habitantes da Mesopotâmia, em torno de 2400 a.C.. Seu uso original era desenhar linhas na areia com rochas. Versões mais modernas do ábaco ainda são usadas como instrumento de cálculo.

O ábaco dos romanos consistia de bolinhas de mármore que deslizavam numa placa de bronze cheia de sulcos. Também surgiram alguns termos matemáticos: em latim "Calx" significa mármore, assim "Calculos" era uma bolinha do ábaco, e fazer cálculos aritméticos era "Calculare".

No século V a.C., na antiga Índia, o gramático Pānini formulou a gramática de Sânscrito usando 3959 regras conhecidas como Ashtadhyāyi, de forma bastante sistemática e técnica. Pānini usou meta-regras, transformações e recursividade com tamanha sofisticação que sua gramática possuía o poder computacional teórico tal qual a Máquina de Turing.

Entre 200 a.C. e 400, os indianos também inventaram o logaritmo, e partir do século XIII tabelas logarítmicas eram produzidas por matemáticos islâmicos. Quando John Napier descobriu os logaritmos para uso computacional no século XVI, seguiu-se um período de considerável progresso na construção de ferramentas de cálculo.

John Napier (1550-1617), escocês inventor dos logaritmos, também inventou os ossos de Napier, que eram tabelas de multiplicação gravadas em bastão, o que evitava a memorização da tabuada.

A primeira máquina de verdade foi construída por Wilhelm Schickard (1592-1635), sendo capaz de somar, subtrair, multiplicar e dividir. Essa máquina foi perdida durante a guerra dos trinta anos, sendo que recentemente foi encontrada alguma documentação sobre ela. Durante muitos anos nada se soube sobre essa máquina, por isso, atribuía-se a Blaise Pascal (1623-1662) a construção da primeira máquina calculadora, que fazia apenas somas e subtrações.

A primeira calculadora capaz de realizar as operações básicas de soma e subtração foi inventada em 1642 pelo filósofo, físico e matemático francês Blaise Pascal. Pascal, que aos 18 anos trabalhava com seu pai em um escritório de coleta de impostos na cidade de Rouen, desenvolveu a máquina para auxiliar o seu trabalho de contabilidade. A calculadora usava engrenagens que a faziam funcionar de maneira similar a um odômetro. Pascal recebeu uma patente do rei da França para que lançasse sua máquina no comércio. A comercialização de suas calculadoras não foi satisfatória devido a seu funcionamento pouco confiável, apesar de Pascal ter construído cerca de 50 versões.

A máquina Pascal foi criada com objetivo de ajudar seu pai a computar os impostos em Rouen, França. O projeto de Pascal foi bastante aprimorado pelo matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1726), que também inventou o cálculo, o qual sonhou que, um dia no futuro, todo o raciocínio pudesse ser substituído pelo girar de uma simples alavanca.

Em 1671, o filósofo e matemático alemão de Leipzig,Gottfried Wilhelm Leibniz introduziu o conceito de realizar multiplicações e divisões através de adições e subtrações sucessivas. Em 1694, a máquina foi construída, no entanto, sua operação apresentava muita dificuldade e sujeita a erros.

Em 1820, o francês natural de Paris, Charles Xavier Thomas, conhecido como Thomas de Colmar,projetou e construiu uma máquina capaz de efetuar as 4 operações aritméticas básicas: a Arithmomet. Esta foi a primeira calculadora realmente comercializada com sucesso. Ela fazia multiplicações com o mesmo princípio da calculadora de Leibnitz e efetuava as divisões com a assistência do usuário.

Todas essas máquinas, porém, estavam longe de ser um computador de uso geral, pois não eram programáveis. Isto quer dizer que a entrada era feita apenas de números, mas não de instruções a respeito do que fazer com os números.
Os Algoritmos

No século VII, o matemático indiano Brahmagupta explicou pela primeira vez o sistema de numeração hindu-arábico e o uso do 0. Aproximadamente em 825, o matemático persa Al-Khwarizmi escreveu o livro Calculando com numerais hindus, responsável pela difusão do sistema de numeração hindu-arábico no Oriente Médio, e posteriormente na Europa. Por volta do século XII houve uma tradução do mesmo livro para o latim: Algoritmi de numero Indorum. Tais livros apresentaram novos conceitos para definir sequências de passos para completar tarefas, como aplicações de aritmética e álgebra. Por derivação do nome, atualmente usa-se o termo algoritmo.
A Revolução Industrial

Em 1801, na França, durante a Revolução Industrial, Joseph Marie Jacquard, mecânico frânces, (1752-1834) inventou um tear mecânico controlado por grandes cartões perfurados. Sua máquina era capaz de produzir tecidos com desenhos bonitos e intrincados. Foi tamanho o sucesso que Jacquard foi quase morto quando levou o tear para Lyon, pois as pessoas tinham medo de perder o emprego. Em sete anos, já havia 11 mil teares desse tipo operando na França.
Babbage e Ada

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Máquina analítica

A origem da idéia de programar uma máquina vem da necessidade de que as máquinas de tecer produzissem padrões de cores diferentes. Assim, no século XVIII foi criada uma forma de representar os padrões em cartões de papel perfurado, que eram tratados manualmente. Em 1801, Joseph Marie Jacquard (1752-1834) inventa um tear mecânico, com uma leitora automática de cartões.

A idéia de Jacquard atravessou o Canal da Mancha, onde inspirou Charles Babbage (1792-1871), um professor de matemática de Cambridge, a desenvolver uma máquina de "tecer números", uma máquina de calcular onde a forma de calcular pudesse ser controlada por cartões.

O brilhante matemático inglês Charles Babbage (26 de dezembro de 1791 - 18 de outubro de 1871) é conhecido como o "Pai do Computador". Babbage projetou o chamado "Calculador Analítico", muito próximo da concepção de um computador atual.
Charles Babbage foi um matemático inglês.

Foi com Charles Babbage que o computador moderno começou a ganhar forma, através de seu trabalho no engenho analítico. O equipamento, apesar de nunca ter sido construído com sucesso, possuía todas as funcionalidades do computador moderno. Foi descrito originalmente em 1837, mais de um século antes que qualquer equipamento do gênero tivesse sido construído com sucesso. O grande diferencial do sistema de Babbage era o fato que seu dispositivo foi projetado para ser programável, item imprescindível para qualquer computador moderno.

Tudo começou com a tentativa de desenvolver uma máquina capaz de calcular polinômios por meio de diferenças, o calculador diferencial. Enquanto projetava seu calculador diferencial, a idéia de Jacquard fez com que Babbage imaginasse uma nova e mais complexa máquina, o calculador analítico, extremamente semelhante ao computador atual.

O projeto, totalmente mecânico, era composto de uma memória, um engenho central, engrenagens e alavancas usadas para a transferência de dados da memória para o engenho central e dispositivos para entrada e saída de dados. O calculador utilizaria cartões perfurados e seria automático.

Sua parte principal seria um conjunto de rodas dentadas, o moinho, formando uma máquina de somar com precisão de cinquenta dígitos. As instruções seriam lidas de cartões perfurados. Os cartões seriam lidos em um dispositivo de entrada e armazenados, para futuras referências, em um banco de mil registradores. Cada um dos registradores seria capaz de armazenar um número de cinquenta dígitos, que poderiam ser colocados lá por meio de cartões a partir do resultado de um dos cálculos do moinho.

Por algum tempo, o governo britânico financiou Babbage para construir a sua invenção.

Além disso tudo, Babbage imaginou a primeira máquina de impressão, que imprimiria os resultados dos cálculos, contidos nos registradores. Babbage conseguiu, durante algum tempo, fundos para sua pesquisa, porém não conseguiu completar sua máquina no tempo prometido e não recebeu mais dinheiro. Hoje, partes de sua máquina podem ser vistas no Museu Britânico, que também construiu uma versão completa, utilizando as técnicas disponíveis na época.

Durante sua colaboração, a matemática Ada Lovelace publicou os primeiros programas de computador em uma série de notas para o engenho analítico. Por isso, Lovelace é popularmente considerada como a primeira programadora.Em parceria com Charles Babbage, Ada Augusta (1815-1852) ou Lady Lovelace, filha do poeta Lord Byron, era matemática amadora entusiasta. Ela se tornou a pioneira da lógica de programação, escrevendo séries de instruções para o calculador analítico. Ada inventou o conceito de subrotina, descobriu o valor das repetições - os laços (loops) e iniciou o desenvolvimento do desvio condicional.Junto com Babbage, trabalhou a jovem Ada Augusta, filha do poeta Lord Byron, conhecida como Lady Lovelace e Ada Lovelace. Ada foi a primeira programadora da história, projetando e explicando, a pedido de Babbage, programas para a máquina inexistente. Ada inventou os conceitos de subrotina, uma seqüência de instruções que pode ser usada várias vezes, loop, uma instrução que permite a repetição de uma seqüência de cartões, e do salto condicional, que permite saltar algum cartão caso uma condição seja satisfeita.

Babbage teve muitas dificuldades com a tecnologia da época, que era inadequada para se construir componentes mecânicos com a precisão necessária. Com a suspensão do financiamento por parte do governo britânico, Babbage e Ada utilizaram a fortuna da família Byron até a falência, sem que pudessem concluir o projeto, e assim o calculador analítico nunca foi construído.

Ada Lovelace e Charles Babbage estavam avançados demais para o seu tempo, tanto que até a década de 1940, nada se inventou parecido com seu computador analítico. Até essa época foram construídas muitas máquinas mecânicas de somar destinadas a controlar negócios (principalmente caixas registradoras) e algumas máquinas inspiradas na calculadora diferencial de Babbage, para realizar cálculos de engenharia (que não alcançaram grande sucesso).
A Lógica Binária

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Lógica booleana

Por volta do século III a.C., o matemático indiano Pingala inventou o sistema de numeração binário. ainda usado atualmente no processamento de todos computadores modernos, o sistema estabelece que sequências específicas de uns e zeros podem representar qualquer número, letra ou imagem.

Em 1703 Gottfried Leibniz desenvolveu a lógica em um sentido formal e matemático, utilizando o sistema binário. Em seu sistema, uns e zeros também representam conceitos como verdadeiro e falso, ligado e desligado, válido e inválido. Levou mais de um século para que George Boole publicasse a álgebra booleana (em 1854), com um sistema completo que permitia a construção de modelos matemáticos para o processamento computacional. Em 1801 apareceu o tear controlado por cartão perfurado, invenção de Joseph Marie Jacquard, no qual buracos indicavam os uns, e áreas não furadas indicavam os zeros. O sistema está longe de ser um computador, mas ilustrou que as máquinas poderiam ser controladas pelo sistema binário.

As máquinas do início do século XIX utilizavam base decimal (0 a 9), mas foram encontradas dificuldades em implementar um dígito decimal em componentes eletrônicos, pois qualquer variação provocada por um ruído causaria erros de cálculo consideráveis.

O matemático inglês George Boole (1815-1864) publicou em 1854 os princípios da lógica booleana, onde as variáveis assumem apenas valores 0 e 1 (verdadeiro e falso), que passou a ser utilizada a partir do início do século XX.
Shannon e a Teoria da Informação

Até a década de 1930, engenheiros eletricistas podiam construir circuitos eletrônicos para resolver problemas lógicos e matemáticos, mas a maioria o fazia sem qualquer processo, de forma particular, sem rigor teórico para tal. Isso mudou com a tese de mestrado de Claude E. Shannon de 1937, A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits. Enquanto tomava aulas de Filosofia, Shannon foi exposto ao trabalho de George Boole, e percebeu que tal conceito poderia ser aplicado em conjuntos eletro-mecânicos para resolver problemas de lógica. Tal idéia, que utiliza propriedades de circuitos eletrônicos para a lógica, é o conceito básico de todos os computadores digitais. Shannon desenvolveu a teoria da informação no artigo de 1948 A Mathematical Theory of Communication, cujo conteúdo serve como fundamento para áreas de estudo como compressão de dados e criptografia.
Hollerith e sua máquina de perfurar cartões

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Cartão perfurado

Por volta de 1890, Dr. Herman Hollerith (1860-1929) foi o responsável por uma grande mudança na maneira de se processar os dados dos censos da época.

O próximo avanço dos computadores foi feito pelo americano Herman Hollerith (1860-1929), que inventou uma máquina capaz de processar dados baseada na separação de cartões perfurados (pelos seus furos). A máquina de Hollerith foi utilizada para auxiliar no censo de 1890, reduzindo o tempo de processamento de dados de sete anos, do censo anterior, para apenas dois anos e meio. Ela foi também pioneira ao utilizar a eletricidade na separação, contagem e tabulação dos cartões.

Os dados do censo de 1880, manualmente processados, levaram 7 anos e meio para serem compilados. Os do censo de 1890 foram processados em 2 anos e meio, com a ajuda de uma máquina de perfurar cartões e máquinas de tabular e ordenar, criadas por Hollerith e sua equipe.

As informações sobre os indivíduos eram armazenadas por meio de perfurações em locais específicos do cartão. Nas máquinas de tabular, um pino passava pelo furo e chegava a uma jarra de mercúrio, fechando um circuito elétrico e causando um incremento de 1 em um contador mecânico.

Mais tarde, Hollerith fundou uma companhia para produzir máquinas de tabulação. Anos depois, em 1924, essa companhia veio a se chamar como International Business Machines,ou IBM,como é hoje conhecida.
O primeiro computador

O primeiro computador eletro-mecânico foi construído por Konrad Zuse (1910-1995). Em 1936, esse engenheiro alemão construiu, a partir de relés que executavam os cálculos e dados lidos em fitas perfuradas, o Z1. Há uma grande polêmica em torno do primeiro computador. O Z-1 é considerado por muitos como o primeiro computador eletromecânico. Zuse tentou vender o computador ao governo alemão, que desprezou a oferta, já que não poderia auxiliar no esforço de guerra. Os projetos de Zuse ficariam parados durante a guerra, dando a chance aos americanos de desenvolver seus computadores.
[editar] A guerra e os computadores

Foi na Segunda Guerra Mundial que realmente nasceram os computadores atuais. A Marinha americana, em conjunto com a Universidade de Harvard, desenvolveu o computador Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken, com base no calculador analítico de Babbage. O Mark I ocupava 120m³ aproximadamente, conseguindo multiplicar dois números de dez dígitos em três segundos.

Com a II Guerra Mundial, as pesquisas aumentaram nessa área. Nos Estados Unidos, a Marinha, em conjunto com a Universidade de Harvard e a IBM, construiu em 1944 o Mark I, um gigante eletromagnético. Num certo sentido, essa máquina era a realização do projeto de Babbage.

Mark I ocupava 120 m3, tinha milhares de relés e fazia muito barulho. Uma multiplicação de números de 10 dígitos levava 3 segundos para ser efetuada.

Em segredo, o exército norte-americano também desenvolvia seu computador. Esse usava apenas válvulas e tinha por objetivo calcular as trajetórias de mísseis com maior precisão.

Simultaneamente, e em segredo, o Exército Americano desenvolvia um projeto semelhante, chefiado pelos engenheiros J. Presper Eckert e John Mauchy, cujo resultado foi o primeiro computador a válvulas, o Eletronic Numeric Integrator And Calculator (ENIAC)[2], capaz de fazer quinhentas multiplicações por segundo. Tendo sido projetado para calcular trajetórias balísticas, o ENIAC foi mantido em segredo pelo governo americano até o final da guerra, quando foi anunciado ao mundo.

O engenheiro John Presper Eckert (1919-1995) e o físico John Mauchly (1907-1980) projetaram o ENIAC: Eletronic Numeric Integrator And Calculator. Com 18 000 válvulas, o ENIAC conseguia fazer 500 multiplicações por segundo, porém só ficou pronto em 1946, vários meses após o final da guerra. Os custos para a manutenção e conservação do ENIAC eram proibitivos, pois dezenas a centenas de válvulas queimavam a cada hora e o calor gerado por elas necessitava ser controlado por um complexo sistema de refrigeração, além dos gastos elevadíssimos de energia elétrica.

No ENIAC, o programa era feito rearranjando a fiação em um painel. Nesse ponto John von Neumann propôs a idéia que transformou os calculadores eletrônicos em "cérebros eletrônicos": modelar a arquitetura do computador segundo o sistema nervoso central. Para isso, eles teriam que ter três características:

1.Codificar as instruções de uma forma possível de ser armazenada na memória do computador. Von Neumann sugeriu que fossem usados uns e zeros. 2.Armazenar as instruções na memória, bem como toda e qualquer informação necessária a execução da tarefa, e 3.Quando processar o programa, buscar as instruções diretamente na memória, ao invés de lerem um novo cartão perfurado a cada passo.

Este é o conceito de programa armazenado, cujas principais vantagens são: rapidez, versatilidade e automodificação. Assim, o computador programável que conhecemos hoje, onde o programa e os dados estão armazenados na memória ficou conhecido como Arquitetura de von Neumann.

Para divulgar essa idéia, von Neumann publicou sozinho um artigo. Eckert e Mauchy não ficaram muito contentes com isso, pois teriam discutido muitas vezes com ele. O projeto ENIAC acabou se dissolvendo em uma chuva de processos, mas já estava criado o computador moderno.
O nascimento da Ciência da Computação

Antes da década de 1920, computador era um termo associado a pessoas que realizavam cálculos, geralmente liderados por físicos em sua maioria mulheres. Milhares de computadores, eram empregados em projetos no comércio, governo e sítios de pesquisa. Após a década de 1920, a expressão máquina computacional começou a ser usada para referir-se a qualquer máquina que realize o trabalho de um profissional computador, especialmente aquelas de acordo com os métodos da Tese de Church-Turing.

O termo máquina computacional acabou perdendo espaço para o termo reduzido computador no final da década de 1940, com as máquinas digitais cada vez mais difundidas. Alan Turing, conhecido como pai da Ciência da Computação, inventou a Máquina de Turing, que posteriormente evoluiu para o computador moderno.
O Trabalho Teórico

Os fundamentos matemáticos da ciência da computação moderna começaram a serem definidos por Kurt Gödel com seu teorema da incompletude (1931). Essa teoria mostra que existem limites no que pode ser provado ou desaprovado em um sistema formal; isso levou a trabalhos posteriores por Gödel e outros teóricos para definir e descrever tais sistemas formais, incluindo conceitos como recursividade e cálculo lambda.

Em 1936 Alan Turing e Alonzo Church independentemente, e também juntos, introduziram a formalização de um algoritmo, definindo os limites do que pode ser computado, e um modelo puramente mecânico para a computação. Tais tópicos são abordados no que atualmente chama-se Tese de Church-Turing, uma hipótese sobre a natureza de dispositivos mecânicos de cálculo. Essa tese define que qualquer cálculo possível pode ser realizado por um algoritmo sendo executado em um computador, desde que haja tempo e armazenamento suficiente para tal.

Turing também incluiu na tese uma descrição da Máquina de Turing, que possui uma fita de tamanho infinito e um cabeçote para leitura e escrita que move-se pela fita. Devido ao seu caráter infinito, tal máquina não pode ser construída, mas tal modelo pode simular a computação de qualquer algoritmo executado em um computador moderno. Turing é bastante importante para a ciência da computação, tanto que seu nome é usado para o Turing Award e o teste de Turing. Ele contribuiu para as quebras de código da Grã-Bretanha na Segunda Guerra Mundial, e continuou a projetar computadores e programas de computador pela década de 1940; cometeu suicídio em 1954.
Alan Turing

Alan Mathison Turing nasceu em 23 de junho de 1912 em Londres, filho de um oficial britânico, Julius Mathison e Ethel Sara Turing. Seu interesse pela ciência começou cedo, logo que aprendeu a ler e escrever, distraia-se fatorando números de hinos religiosos e desenhando bicicletas anfíbias. A maior parte do seu trabalho foi desenvolvido no serviço de espionagem, durante a II Grande Guerra, levando-o somente por volta de 1975 a ser reconhecido como um dos grandes pioneiros no campo da computação, Em 1928, Alan começou a estudar a Teoria da Relatividade, conhecendo Christopher Morcom, que o influenciou profundamente. Morcom morreu em 1930 e Alan se motivou a fazer o que o amigo não teve tempo, durante anos trocou correspondências com a mãe de Morcom a respeito das idéias do amigo e se maravilhou com a possibilidade de resolver problemas com a teoria mecânica quântica.Chegou inclusive a escrever sobre a possibilidade do espirito sobreviver após a morte.

Depois de concluir o mestrado em King's College (1935) e receber o Smith's prize em 1936 com um trabalho sobre a Teoria das Probabilidades, Turing se enveredou pela área da computação. Sua preocupação era saber o que efetivamente a computação poderia fazer. As respostas vieram sob a forma teórica, de uma máquina conhecida como Turing Universal Machine, que possibilitava calcular qualquer número e função, de acordo com instruções apropriadas.

Quando a II Guerra Mundial eclodiu, Turing foi trabalhar no Departamento de Comunicações da Gran Bretanha (Government Code and Cypher School) em Buckinghamshire, com o intuito de quebrar o código das comunicações alemãs, produzido por um tipo de computador chamado Enigma. Este código era constantemente trocado, obrigando os inimigos a tentar decodifica-lo correndo contra o relógio. Turing e seus colegas cientistas trabalharam num sistema que foi chamado de Colossus, um enorme emaranhado de servo-motores e metal, considerado um precursor dos computadores digitais.

Durante a guerra, Turing foi enviado aos EUA a fim de estabelecer códigos seguros para comunicações transatlânticas entre os aliados. Supõe-se que foi em Princeton, NJ, que conheceu Von Neumann e daí ter participado no projeto do ENIAC na universidade da Pensilvânia..

Terminada a guerra, Alan se juntou ao National Physical Laboratory para desenvolver um computador totalmente inglês que seria chamado de ACE (automatic computing engine).Decepcionado com a demora da construção, Turing mudou-se para Manchester. Em 1952, foi preso por "indecência", sendo obrigado a se submeter à pisicoanálise e a tratamentos que visavam curar sua homosexualidade.Turing suicidou-se em Manchester, no dia 7 de junho de 1954, durante uma crise de depressão, comendo uma maçã envenenada com cianureto de potássio.
[editar] O Teste de Turing

O teste consistia em submeter um operador, fechado em uma sala, a descobrir se quem respondia suas perguntas, introduzidas através do teclado, era um outro homem ou uma máquina. Sua intenção era de descobrir se podiamos atribuir à máquina a noção de inteligência.
Von Neumann

O matemático húngaro John Von Neumann (1903-1957) formalizou o projeto lógico de um computador.

Em sua proposta, Von Neumann sugeriu que as instruções fossem armazenadas na memória do computador. Até então elas eram lidas de cartões perfurados e executadas, uma a uma. Armazená-las na memória, para então executá-las, tornaria o computador mais rápido, já que, no momento da execução, as instruções seriam obtidas com rapidez eletrônica.

A maioria dos computadores hoje em dia segue o modelo proposto por Von Neumann. Esse modelo define um computador seqüencial digital em que o processamento das informações é feito passo a passo, caracterizando um comportamento determinístico (ou seja, os mesmos dados de entrada produzem sempre a mesma resposta).
Primeiros computadores pessoais
Os mainframes surgiam cada vez maiores e caros, sendo utilizados apenas por grandes empresas.

Até o final dos anos 1970, reinavam absolutos os mainframes, computadores enormes, trancados em salas refrigeradas e operados apenas por alguns poucos privilegiados. Apenas grandes empresas e bancos podiam investir alguns milhões de dólares para tornar mais eficientes alguns processos internos e o fluxo de informações. A maioria dos escritórios funcionava mais ou menos da mesma maneira que no começo do século. Arquivos de metal, máquinas de escrever, papel carbono e memorandos faziam parte do dia-a-dia.

Segundo o Computer History Museum, o primeiro "computador pessoal" foi o Kenbak-1, lançado em 1971. Tinha 256 bytes de memória e foi anunciado na revista Scientific American por US$ 750; todavia, não possuía CPU e era, como outros sistemas desta época, projetado para uso educativo (ou seja, demonstrar como um "computador de verdade" funcionava). Em 1975, surge o Altair 8800, um computador pessoal baseado na CPU Intel 8080. Vendido originalmente como um kit de montar através da revista norte-americana Popular Electronics, os projetistas pretendiam vender apenas algumas centenas de unidades, tendo ficado surpresos quando venderam 10 vezes mais que o previsto para o primeiro mês. Custava cerca de 400 doláres e se comunicava com o usuário através de luzes que piscavam. Entre os primeiros usuários estavam o calouro da Universidade de Harvard, Bill Gates, e o jovem programador, Paul Allen, que juntos desenvolveram uma versão da linguagem "Basic" para o Altair. Pouco tempo depois, a dupla resolveu mudar o rumo de suas carreiras e criar uma empresa chamada Microsoft.

Nos anos seguintes, surgiram dezenas de novos computadores pessoais como o Radio Shack TRS-80 (O TRS-80 foi comercializado com bastante sucesso no Brasil pela Prológica com os nomes de CP-300 e CP-500), Commodore 64, Atari 400 e outros com sucesso moderado.
A Apple e a popularização
O Apple II foi lançado em 1977 com teclado integrado, gráficos coloridos, sons, gabinete de plástico e oito slots de expansão.

Em 1976, outra dupla de jovens, Steve Jobs e Steve Wozniak, iniciou outra empresa que mudaria o rumo da informática: a Apple.

Jobs e Wozniak abandonaram a Universidade de Berkeley para poderem se dedicar ao computador pessoal criado por Wozniak, o Apple I. Como Wozniak trabalhava para a HP, o seu projeto precisava ser apresentado para a empresa que recusou de imediato a idéia. Isso abriu o caminho para a criação da Apple, empresa fundada pelos dois que comercializaria os computadores. Montados na garagem de Jobs, os 200 primeiros computadores foram vendidos nas lojas da vizinhança a US$ 500 cada. Interessado no projeto, Mike Makula (na época vice-presidente de marketing da Intel), resolveu investir US$ 250 mil na Apple.

Alguns meses depois, já em 1977, foi lançado o primeiro microcomputador como conhecemos hoje, o Apple II. O equipamento já vinha montado, com teclado integrado e era capaz de gerar gráficos coloridos. Parte da linguagem de programação do Apple II havia sido feita pela Microsoft, uma variação do BASIC para o Apple II. As vendas chegaram a US$ 2,5 milhões no primeiro ano de comercialização e, com o seu rapido crescimento de vendas, a Apple tornou-se uma empresa pública (ou seja, com ações que podem ser adquiridas por qualquer um na bolsa de valores) e ela construiu a sua sede principal - Infinite Loop - em Cupertino, Califórnia.

Com o sucesso do Apple II, vieram o Visicalc (a primeira planilha eletrônica inventada), processadores de texto e programas de banco de dados. Os micros já podiam substituir os fluxos de caixa feitos com cadernos e calculadoras, máquinas de escrever e os arquivos de metal usados para guardar milhares de documentos. Os computadores domésticos deixaram então de ser apenas um hobby de adolescentes para se tornarem ferramentas indispensáveis para muitas pessoas.

Entretanto, até o começo dos anos 1980, muitos executivos ainda encaravam os computadores pessoais como brinquedos. Além das mudanças de hábitos necessárias para aproveitar a nova tecnologia, os mais conservadores tinham medo de comprar produtos de empresas dirigidas por um rapaz de 26 anos que há menos de 5 trabalhava na garagem dos pais.
Os computadores pessoais para empresas

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O IBM PC utilizava o PC-DOS e possuia a BIOS como única parte de produção exclusiva da IBM.

Em 1980, a IBM estava convencida de que precisava entrar no mercado da microinformática e o uso profissional dos micros só deslanchou quando ela entrou nesse mercado. A empresa dominava (e domina até hoje) o mercado de computadores de grande porte e, desde a primeira metade do século XX, máquinas de escrever com sua marca estavam presentes nos escritórios de todo mundo. Como não estava acostumada à agilidade do novo mercado, criado e dominado por jovens dinâmicos e entusiasmados, a gigantesca corporação decidiu que o PC não podia ser criado na mesma velocidade na qual ela estava acostumada a desenvolver novos produtos.

Por isso, a empresa criou uma força tarefa especial para desenvolver o novo produto. Assim, um grupo de 12 engenheiros liderados por William C. Lowe foi instalado em um laboratório em Boca Raton, na Flórida, longe dos principais centros de desenvolvimento da corporação que, até hoje, ficam na Califórnia e em Nova Iorque. O resultado desse trabalho foi o IBM-PC, que tinha um preço de tabela de US$ 2.820, bem mais caro que os concorrentes, mas foi um sucesso imediato. Em 4 meses foram vendidas 35 mil unidades, 5 vezes mais do que o esperado. Como observou o jornalista Robert X Cringley: "ninguém nunca tinha sido despedido por comprar produtos IBM". Os micros deixaram definitivamente de ser um brinquedo.
A Parceria IBM - Microsoft

Como todo computador, o IBM PC precisava de um Sistema Operacional para poder ser utilizado. Durante o processo de desenvolvimento do IBM PC, houve uma tentativa sem sucesso de contratar a Digital Research, uma empresa experiente na criação de Sistemas Operacionais, para o desenvolvimento do Sistema Operacional da IBM.

Sem outra alternativa, a IBM recorreu a Microsoft que ofereceu um Sistema Operacional para a IBM, mas na verdade eles não tinham nada pronto. Ao assinar o contrato de licenciamento do DOS (Disk Operating System - Sistema Operacional de Disco) para a IBM, Bill Gates e Paul Allen foram atrás da Seatlle Computer, uma pequena empresa que desenvolvia o Sistema Operacional QDOS e que o vendeu para a Microsoft por US$ 50.000 sem imaginar o fim que esse sistema teria.

A Microsoft então adaptou-o e criou o PC-DOS. O contrato com a IBM previa uma royalty (de 10 a 50 dólares por cada máquina vendida) e um pequeno pagamento inicial. Mas o sistema continuava sobre propriedade da Microsoft, assim como a possibilidade de distribuir versões modificadas (MS-DOS).

Esse contrato é, sem dúvida alguma, um dos mais importantes do século XX pois, através desse contrato, a Microsoft deixou de ser uma microempresa de software para se tornar a empresa mais poderosa no ramo da informática e tornar Bill Gates um dos homens mais ricos do mundo actualmente.
A aposta da Apple para continuar no topo
A aposta Apple para se manter no topo do mercado: o Macintosh. Sua interface gráfica deixava a IBM décadas atrás.

Em dezembro de 1979, a Apple Computer era a empresa de maior sucesso da microinformática. O carro chefe da empresa, o Apple II+ já estava presente em escolas e residências da elite americana. Entretanto, as máquinas ainda eram difíceis de usar. Para operar um microcomputador, era preciso conhecer a "linguagem" do sistema operacional e a sintaxe correta para aplicá-la. Todas as interações do usuário com a máquina eram feitas através da digitação de comandos. Uma letra errada e a operação não era realizada, exigindo a digitação do comando correto. Assim, antes de aproveitar os benefícios da informática, era indispensável aprender todos os comandos de controle do computador.O computador da Apple estava com quase 2 anos de existência e já começava a ficar velho. A empresa precisava criar algo novo para continuar competindo.

A Xerox, empresa que dominava o mercado de copiadoras, acreditava que o seu negócio poderia perder rentabilidade com a redução do fluxo de documentos em papel, por causa do uso de documentos em formato eletrônico. Foi criado então, em 1970, o Palo Alto Research Center (PARC) com o intuito de inventar o futuro.Nessa época o PARC desenvolvia muitas novidades como as redes locais e impressoras laser, mas a pesquisa mais importante era a interface gráfica e o mouse. Após grandes desastres na tentativa de comercializar computadores do PARC (o computador do PARC saia por US$ 17 mil enquanto o da IBM custava apenas US$ 2,8 mil), a Xerox desistiu do projeto.

Steve Jobs também desenvolvia nos laboratórios da Apple a interface gráfica. Buscando saber detalhes de como ela ficaria depois de pronta, trocou opções de compra de ações da Apple por uma visita detalhada de três dias ao PARC. O primeiro produto lançado pela Apple usando os conceitos criados pela Xerox foi o Lisa. Apesar de moderno, não chegou a ser produzido em grande quantidade, pois o mercado não estava preparado para pagar quase US$ 10 mil apenas pela facilidade de uso.

Em 1979 Jef Raskin, um especialista em interfaces homem-máquina, imaginou um computador fácil de utilizar e barato para o grande público. Ele então lançou as bases do projeto Macintosh. O projeto inovador do Macintosh atraiu a atenção de Steve Jobs, que saiu do projeto Lisa com sua equipe para se concentrar no projeto Macintosh. Em janeiro de 1981, ele tomou a direção do projeto, forçando Jef Raskin a deixar o mesmo.

Em 24 de janeiro de 1984 surgiu o Macintosh, o primeiro computador de sucesso com uma interface gráfica amigável, usando ícones, janelas e mouse. Sua acolhida foi extremamente entusiástica, grande parte disso devido as campanhas publicitárias em massa da Apple. O principal anúncio de seu lançamento foi durante o intervalo da Super Bowl XVIII (evento comparável com a importância da Copa do Mundo para o Brasil). Essa propaganda é conhecida como "1984", pois era baseada no livro "Nineteen Eighty-Four" (Mil Novecentos e Oitenta e Quatro) de George Orwell, e retrata um mundo no qual todos eram submetidos ao regime totalitário do "Big Brother" (Grande Irmão). Uma heroína representada por Anya Major destroí um telão no qual o Big Brother falava ao público. O intuito do comercial era relacionar a IBM ao "Big Brother" e a heroína à Apple.
Os "IBM-PC Compatíveis"

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A clonagem do BIOS quase tirou a IBM do mercado de PCs.

O mesmo grupo que criou o IBM-PC também definiu que o componente básico do computador, a BIOS, seria de fabricação exclusiva da IBM. Esse chip tem a finalidade de fornecer aos PCs uma interface de entrada e saída de dados. Como todos os outros componentes do computador eram fabricados por outras empresas, a IBM tinha nesses chips a sua maior fonte de renda e a única coisa que vinculava qualquer PC à IBM.

Alguma empresas, dentre elas a Compaq, aplicaram a técnica de engenharia reversa no BIOS, clonaram-na e construíram computadores similares ao da IBM. Em novembro de 1982, a Compaq anuncia o Compaq Portable, primeiro PC que não usa a BIOS da IBM e mantém 100% de compatibilidade com o IBM PC.

Esses computadores são conhecidos como "IBM PC compatíveis" e são os PCs que são vendidos nas lojas até hoje, apenas bem mais evoluídos do que os primeiros PCs. Isso levou a IBM a se tornar uma simples empresa que fabricava computadores pessoais e concorria como qualquer outra nesse mercado. A IBM praticamente abandonou o mercado de PCs e se dedicou ao mercado de servidores, na qual é imbatível até hoje.
Gerações de computadores

A arquitetura de um computador depende do seu projeto lógico, enquanto que a sua implementação depende da tecnologia disponível.

As três primeiras gerações de computadores refletiam a evolução dos componentes básicos do computador (hardware) e um aprimoramento dos programas (software) existentes.

Os computadores de primeira geração (1945–1959) usavam válvulas eletrônicas, quilômetros de fios, eram lentos, enormes e esquentavam muito.

A segunda geração (1959–1964) substituiu as válvulas eletrônicas por transístores e os fios de ligação por circuitos impressos, o que tornou os computadores mais rápidos, menores e de custo mais baixo.

A terceira geração de computadores (1964–1970) foi construída com circuitos integrados, proporcionando maior compactação, redução dos custos e velocidade de processamento da ordem de microssegundos. Tem início a utilização de avançados sistemas operacionais.

A quarta geração, de 1970 até hoje, é caracterizada por um aperfeiçoamento da tecnologia já existente, proporcionando uma otimização da máquina para os problemas do usuário, maior grau de miniaturização, confiabilidade e velocidade maior, já da ordem de nanossegundos (bilionésima parte do segundo).

O termo quinta geração foi criado pelos japoneses para descrever os potentes computadores "inteligentes" que queriam construir em meados da década de 1990. Posteriormente, o termo passou a envolver elementos de diversas áreas de pesquisa relacionadas à inteligência computadorizada: inteligência artificial, sistemas especialistas e linguagem natural. Mas o verdadeiro foco dessa ininterrupta quinta geração é a conectividade, o maciço esforço da indústria para permitir aos usuários conectarem seus computadores a outros computadores. O conceito de supervia da informação capturou a imaginação tanto de profissionais da computação como de usuários comuns.
Realizações para a sociedade

Apesar de sua pequena história enquanto uma disciplina acadêmica, a ciência da computação deu origem a diversas contribuições fundamentais para a ciência e para a sociedade. Esta ciência foi responsável pela definição formal de computação e computabilidade, e pela prova da existência de problemas insolúveis ou intratáveis computacionalmente. Também foi possível a construção e formalização do conceito de linguagem de computador, sobretudo linguagem de programação, uma ferramenta para a expressão precisa de informação metodológica flexível o suficiente para ser representada em diversos níveis de abstração.

Para outros campos científicos e para a sociedade de forma geral, a ciência da computação forneceu suporte para a Revolução Digital, dando origem a Era da Informação. A computação científica é uma área da computação que permite o avanço de estudos como o mapeamento do genoma humano

TELEVISÃO


Televisão
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Televisão (do grego tele - distante e do latim visione - visão) é um sistema eletrônico de recepção de imagens e som de forma instantânea. Funciona a partir da análise e conversão da luz e do som em ondas eletromagnéticas e de sua reconversão em um aparelho - o televisor - que recebe também o mesmo nome do sistema ou pode ainda ser chamado de aparelho de televisão . O televisor ou aparelho de televisão capta as ondas eletromagnéticas e através de seus componentes internos as converte novamente em imagem e som.
Índice


* 1 História
* 2 Tipos de televisores
* 3 Teledifusão
* 4 Gêneros televisivos



História
Um modelo de televisão de 1958

Em 1923 Vladimir Zworykin regista a patente do tubo iconoscópico para camaras de televisão, o que tornou possivel a televisão electrónica. O primeiro sistema semi-mecânico de televisão analógica foi demonstrado em Fevereiro de 1924 em Londres, e, posteriormente, imagens em movimento em 30 de outubro de 1925. Um sistema eletrônico completo foi demonstrado por John Logie Baird, Philo Farnsworth e Philo Taylor Farnsworth em 1927. O primeiro serviço analógico foi a WGY em Schenectady, Nova Iorque, inaugurado em 11 de maio de 1928.

Os primeiros aparelhos de televisão eram rádios com um dispositivo que consistia num tubo de néon com um disco giratório mecânico (disco de Nipkow) que produzia uma imagem vermelha do tamanho de um selo postal. O primeiro serviço de alta definição apareceu na Alemanha em março de 1935, mas estava disponível apenas em 22 salas públicas. Uma das primeiras grandes transmissões de televisão foi a dos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936. O uso da televisão aumentou enormemente depois da Segunda Guerra Mundial devido aos avanços tecnológicos surgidos com as necessidades da guerra e à renda adicional disponível (televisores na década de 1930 custavam o equivalente a 7000 dólares atuais (2001) e havia pouca programação disponível).
Televisão dos anos 50.

A televisão em cores surgiu em 1954, na rede norte-americana NBC. Um ano antes o governo dos Estados Unidos da América aprovou o sistema de transmissão em cores proposto pela rede CBS, mas quando a RCA apresentou um novo sistema que não exigia alterações nos aparelhos antigos em preto e branco, a CBS abandonou sua proposta em favor da nova.

Em 1960 a japonesa SONY introduz no mercado os receptores de televisão con transistores. O satélite Telstar transmite sinais de televisão através do Oceano Atlantico em 1962. A miniaturização chegou em 1979 quando a Matsushita registou a patente da televisão de bolso con ecrã plano.

No Brasil, a primeira transmissão de televisão deu-se por conta do leopoldinense Olavo Bastos Freire, que construiu os equipamentos necessários e transmitiu uma partida de futebol em 28 de setembro de 1948, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Tipos de televisores

A televisão em sua forma original e até hoje mais popular, envolve a transmissão de som e imagens em movimento por ondas de radiofrequência (RF), que são captadas por um receptor (o televisor). Neste sentido, é uma extensão do rádio.

Tendo início na década de 1920, a televisão moderna se divide em três tendências distintas:

* Aparelhos de televisões omente.
* Sistemas integrados com aparelhos de DVD e/ou vídeo-game montados no próprio televisor (geralmente modelos menores com telas até 17 polegadas, pois a idéia é ter um sistema portátil completo);
* Sistemas independentes com tela grande (monitor de vídeo, rádio, sistema de som) para o usuário montar as peças como um home theater. Este sistema interessa aos videófilos e cinéfilos que preferem componentes que podem ser trocados separadamente.

Há vários tipos de monitores ou ecrãs de vídeo usados em equipamentos de televisão modernos. O mais comum são os CRTs para até 40 polegadas diagonais. A maior parte das televisões de tela grande ou ecrã grande (até mais de 100 polegadas) usa tecnologia de projeção. Três tipos de sistemas de projeção são usados em televisão : Tubos de raios catódicos (CRT), LCD (cristal líquido) e circuitos integrados (chips ) de imagem refletida. Avanços recentes trouxeram telas planas ou ecrãs planos aos televisores que usam tecnologia de cristal líquido LCD de matriz ativa ou displays de plasma. Televisores de tela ou ecrã grande e plano têm apenas 4 polegadas de espessura e podem ser pendurados na parede como um quadro. Os televisores de LCD e Plasma de hoje possuem em média 7,5cm de expessura e telas que variam de 3,5 a 65 polegadas. Em 2008 foi lançada a DTV Portátil, com tela de 3,5 polegadas e sintonizador de TV Digital. Muitas marcas atualmente já implantaram decodificador digital nas TVs e utilizam de resoluções Full HD.
Modelo TV ECCO da Lumines.

Novas tecnologias estão aparecendo, algumas delas são:

* LED TV, da Samsung - Televisores com 3cm de espessura e ecologicamente corretas.
* USB In, da Philips - Televisores com entrada USB para filmes, músicas e fotos sem precisar de DVD Player.
* DTV BuiltIn, da LG - Conversor digital integrado na TV.
* Scarlet Series, da LG (Black piano e Vermelho em diversas combinações)
* Pixel Plus, da Philips (Aumenta o número de pixels na tela.)
* Touch of Color, da Samsung (Bordas coloridas para envolver.)
* Ambilight, da Philips (Lâmpadas atrás da televisão que aumenta o campo de visão da tela.)
* Invisible Screen, da Lumines (TV em que a tela só aparece depois de ligada.)
* Design Collection, da Philips (Acabamento em acrílico nas bordas.)
* Touch Interface, da Lumines (TV com todas as partes sensíveis ao toque.)
* Bravia Engine, da SONY (Imagens mais realistas, pricipalmente em movimento.)
* Full HD 1080p (1920 x 1080 linhas progressivas), a mais alta resolução disponível em TVs, (Normalmente LCD ou plasma.)
* Entradas HDMI e DVI (Para conexão de equipamentos de vídeo de alta definição.)

Teledifusão

Há vários tipos de sistemas de teledifusão:

* Televisão terrestre
o NTSC, PAL, PAL-M, PAL2, SECAM usando sinal analógico
o DVB, ATSC, ISDB usando sinal digital
* Sistemas de transmissão do som
* NICAM, MTS
* Via satélite usando sinal digital ou sinal analógico.
* TV a cabo
o Há tanto o sistema analógico quanto o digital.
* Novas tecnologias: Televisão digital (DTV) -- Televisão de Alta Definição (HDTV) -- Pay-per-view -- Web TV -- programação sob encomenda.

A programação é a transmissão nas estações de televisão (por vezes chamada de canais) que são frequentemente dirigidos a uma determinada audiência. Há muitas notícias, desporto (esportes), estações de filmes e estações tais como as cadeias da MTV, da CNN e da BBC que são vistas por diversos países.

Nos Estados Unidos da América, as redes de televisão produzem programas primetime (horário nobre) para suas emissoras próprias ou afiliadas veicularem entre 19:00 e 23:00. Fora do horário nobre, a maior parte das emissoras têm sua programação de produção própria.
Gêneros televisivos

* Programas de conversa (talk-shows)
* Telejornal
* Programas seriados
* Telenovelas
* Esportes
* Debates
* Documentários
* Desenhos animados
* Filmes
* Adulto
* Reality-shows