quarta-feira, 20 de abril de 2011

Reflexões sobre os 200 anos de imprensa no Brasil

3º período de Jornalismo

Em 13 de maio de 1808, no Rio de janeiro, nascia por decreto do príncipe regente Dom João VI a Impressão Régia. Surgia assim a imprensa no Brasil. Inicialmente, o objetivo era imprimir todos os atos administrativos do governo. Nesse mesmo ano, surgiram os primeiros jornais brasileiros: Correio Brasiliense (1º julho) e Gazeta do Rio de Janeiro (10 de setembro). O Correio Brasiliense era produzido na Inglaterra e teve como fundador José Hipólito da Costa, exilado em Londres, que possuía grande prestígio junto à sociedade do Rio de Janeiro. Já o Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro jornal impresso no Brasil e era o jornal oficial da corte brasileira.

FOTO : JORNALISTA E DIPLOMATA HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA É CONDIDERADO O PRECUSOR DA IMPRENSA BRASILEIRA AO FUNDAR O JORNAL CORREIO BRAZILIENSE EM 1808

Porém, naquela época, o país possuía uma população analfabeta em sua maioria e os jornais tinham tiragens limitadas de 200 a 500 exemplares. Não era a população  excluída que os jornalistas viam envolvidas na luta pelos interesses do Brasil. Com a partida de D. João VI para Lisboa, em abril de 1821, a imprensa teve papel fundamental na convocação de uma nova constituinte. Os jornais Correio do Rio de Janeiro, O Tamoio e o Sentinela da Praia Grande fizeram violenta campanha contra os portugueses e o imperador D. Pedro I, pela proclamação da independência.



Surgem os jornais

A imprensa brasileira viveu grandes turbulências após a proclamação da independência. O ministro do Reino, José Bonifácio, perseguiu violentamente seus opositores, principalmente jornalistas. O jornal Malagueta Extraordinária criticou duramente a falta de liberdade de imprensa e o abuso de poder do governo. Augusto May, dono do jornal, foi espancado em sua própria casa em retaliação às publicações. A situação tornou-se mais grave com o   
espancamento do jornalista David Pamplona, obrigando D. Pedro a dissolver a assembléia constituinte dando força à imprensa. O jornalista Cipriano Barata foi quem mais se destacou nessa época de conflitos, que teve a participação de grandes escritores da literatura brasileira.




A partir da independência, os jornais começam a aparecer. Em 1823, surge o Diário de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação até hoje no Brasil. Quatro anos mais tarde, o Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, surge para disputar com o pernambucano a hegemonia da publicação impressa.



Em 1855 começaram a surgir grandes jornais e revistas no Brasil: Brasil Ilustrado (1855), O Diário do Rio de Janeiro (1857), A República (1870), Correio Paulistano (1870), Revista Ilustrada (1876). Nessa época, o país já estava repleto de jornais em todo seu território. Em 16 de novembro de 1889, um dia após a proclamação da república, o jornal republicano, “A Província de São Paulo”, publicou em sua capa: “Viva a República”. Desde então passou a se chamar “O Estado de São Paulo”. O primeiro jornal a ser editado em cores foi o “Gazeta de Notícias”, no Rio de Janeiro, em 1907. A partir desse período, a imprensa brasileira assumiu um papel de grande influência na sociedade brasileira e foram surgindo os grandes jornais: O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã.



A ABI e a sensura

Em 7 de abril de 1908, Gustavo de Lacerda inaugurou a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), com o objetivo de assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-se um poderoso centro de ação. Lacerda afirmava que a Associação deveria ser um abrigo neutro para os profissionais da imprensa.



No Estado Novo, de Getúlio Vargas (1937 a 1945), a imprensa foi censurada. Mas a investida mais forte contra a imprensa veio após o Golpe Militar, em 1964. Durante os anos de ditadura, foram sancionadas duas leis que impediam a expressão verbal e oratória: Lei de Imprensa (09/02/1967) e Lei de Segurança Nacional (13/03/1967). Anos duros e difíceis para a classe jornalística. No entanto, surgiram nessa época os “Tablóides” contra todas as formas de censura: Pato Macho (1971), de Fato, Versus, Movimento e Coojornal (1975), Revista Realidade (1965 a 1968), Politika, Grilo e Jornalivro (1975). Dentre os tablóides, o de maior repercussão foi o Pasquim (1969), fundado por Millôr Fernandes, Paulo Francis, Jaguar e Tarso de Castro, no Rio de Janeiro.



Perseguição a jornalistas Durante a ditadura militar vários jornalistas foram exilados, assassinados, torturados e seqüestrados. A participação da ABI foi fundamental para a libertação, defesa e anistia de jornalistas acusados de subversão. Em 1976, o 7° andar do edifício-sede da instituição foi completamente destruído por atentado terrorista, quando a entidade era uma das mais importantes na defesa das liberdades democráticas da sociedade civil. As autoridades nunca conseguiram identificar os autores.

FOTO : JORNALISTA VLADIMIR HERZOG FOI TORTURADO E ASSASSINADO NOS PORÕES DA DITADURA EM 1975

Na noite de 24 de setembro de 1975, o Jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da Tv Cultura, é convocado ao DOI (Departamento de Operações Internas) para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, Herzog compareceu à sede do DOI e nunca mais voltou. Jorge Benigno Duque Estrada e Leandro Konder, jornalistas que estavam presos no mesmo local, disseram que Herzog foi torturado e assassinado. A versão oficial é de que Herzog, após confessar e entregar integrantes do PCB, cometeu suicídio. Uma foto divulgada na época mostrava o jornalista pendurado pelo pescoço numa grade mais baixa que sua estatura.



Tempos depois, José Alves Firmino, cabo do exército na época, entregou à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados três fotos que mostram o sofrimento a que Herzog foi submetido. Em 1978, a justiça responsabilizou a União pela prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. A família de Herzog foi indenizada em 1996, após a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconher seu assassinato no DOI-CODI de São Paulo. O historiador Mário Sérgio de Moraes lançou o livro “O Ocaso da ditadura – Caso Hezog” (2006), que aborda a reação da sociedade civil ao assassinato do jornalista. 
Perseguição a jornalistas


Durante a ditadura militar vários jornalistas foram exilados, assassinados, torturados e seqüestrados. A participação da ABI foi fundamental para a libertação, defesa e anistia de jornalistas acusados de subversão. Em 1976, o 7° andar do edifício-sede da instituição foi completamente destruído por atentado terrorista, quando a entidade era uma das mais importantes na defesa das liberdades democráticas da sociedade civil. As autoridades nunca conseguiram identificar os autores. Na noite de 24 de setembro de 1975, o Jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da Tv Cultura, é convocado ao DOI (Departamento de Operações Internas) para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, Herzog compareceu à sede do DOI e nunca mais voltou. Jorge Benigno Duque Estrada e Leandro Konder, jornalistas que estavam presos no mesmo local, disseram que Herzog foi torturado e assassinado. A versão oficial é de que Herzog, após confessar e entregar integrantes do PCB, cometeu suicídio. Uma foto divulgada na época mostrava o jornalista pendurado pelo pescoço numa grade mais baixa que sua estatura. Tempos depois, José Alves Firmino, cabo do exército na época, entregou à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados três fotos que mostram o sofrimento a que Herzog foi submetido. Em 1978, a justiça responsabilizou a União pela prisão ilegal, tortura e morte do jornalista.   
 
A família de Herzog foi indenizada em 1996, após a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconher seu assassinato no DOI-CODI de São Paulo. O historiador Mário Sérgio de Moraes lançou o livro “O Ocaso da ditadura – Caso Hezog” (2006), que aborda a reação da sociedade civil ao assassinato do jornalista.   
 
FONTE : http://www.revelacaoonline.uniube.br/2008/341/reflexoessobre.html 

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