3º período de Jornalismo
Em 13 de maio de 1808, no Rio de janeiro, nascia por decreto do príncipe regente Dom João VI a Impressão Régia. Surgia assim a imprensa no Brasil. Inicialmente, o objetivo era imprimir todos os atos administrativos do governo. Nesse mesmo ano, surgiram os primeiros jornais brasileiros: Correio Brasiliense (1º julho) e Gazeta do Rio de Janeiro (10 de setembro). O Correio Brasiliense era produzido na Inglaterra e teve como fundador José Hipólito da Costa, exilado em Londres, que possuía grande prestígio junto à sociedade do Rio de Janeiro. Já o Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro jornal impresso no Brasil e era o jornal oficial da corte brasileira.
FOTO : JORNALISTA E DIPLOMATA HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA É CONDIDERADO O PRECUSOR DA IMPRENSA BRASILEIRA AO FUNDAR O JORNAL CORREIO BRAZILIENSE EM 1808
Porém, naquela época, o país possuía uma população analfabeta em sua maioria e os jornais tinham tiragens limitadas de 200 a 500 exemplares. Não era a população excluída que os jornalistas viam envolvidas na luta pelos interesses do Brasil. Com a partida de D. João VI para Lisboa, em abril de 1821, a imprensa teve papel fundamental na convocação de uma nova constituinte. Os jornais Correio do Rio de Janeiro, O Tamoio e o Sentinela da Praia Grande fizeram violenta campanha contra os portugueses e o imperador D. Pedro I, pela proclamação da independência.
Surgem os jornais
A imprensa brasileira viveu grandes turbulências após a proclamação da independência. O ministro do Reino, José Bonifácio, perseguiu violentamente seus opositores, principalmente jornalistas. O jornal Malagueta Extraordinária criticou duramente a falta de liberdade de imprensa e o abuso de poder do governo. Augusto May, dono do jornal, foi espancado em sua própria casa em retaliação às publicações. A situação tornou-se mais grave com o
espancamento do jornalista David Pamplona, obrigando D. Pedro a dissolver a assembléia constituinte dando força à imprensa. O jornalista Cipriano Barata foi quem mais se destacou nessa época de conflitos, que teve a participação de grandes escritores da literatura brasileira.
A partir da independência, os jornais começam a aparecer. Em 1823, surge o Diário de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação até hoje no Brasil. Quatro anos mais tarde, o Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, surge para disputar com o pernambucano a hegemonia da publicação impressa.
Em 1855 começaram a surgir grandes jornais e revistas no Brasil: Brasil Ilustrado (1855), O Diário do Rio de Janeiro (1857), A República (1870), Correio Paulistano (1870), Revista Ilustrada (1876). Nessa época, o país já estava repleto de jornais em todo seu território. Em 16 de novembro de 1889, um dia após a proclamação da república, o jornal republicano, “A Província de São Paulo”, publicou em sua capa: “Viva a República”. Desde então passou a se chamar “O Estado de São Paulo”. O primeiro jornal a ser editado em cores foi o “Gazeta de Notícias”, no Rio de Janeiro, em 1907. A partir desse período, a imprensa brasileira assumiu um papel de grande influência na sociedade brasileira e foram surgindo os grandes jornais: O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã.
A ABI e a sensura
Em 7 de abril de 1908, Gustavo de Lacerda inaugurou a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), com o objetivo de assegurar à classe jornalística os direitos assistenciais e tornar-se um poderoso centro de ação. Lacerda afirmava que a Associação deveria ser um abrigo neutro para os profissionais da imprensa.
No Estado Novo, de Getúlio Vargas (1937 a 1945), a imprensa foi censurada. Mas a investida mais forte contra a imprensa veio após o Golpe Militar, em 1964. Durante os anos de ditadura, foram sancionadas duas leis que impediam a expressão verbal e oratória: Lei de Imprensa (09/02/1967) e Lei de Segurança Nacional (13/03/1967). Anos duros e difíceis para a classe jornalística. No entanto, surgiram nessa época os “Tablóides” contra todas as formas de censura: Pato Macho (1971), de Fato, Versus, Movimento e Coojornal (1975), Revista Realidade (1965 a 1968), Politika, Grilo e Jornalivro (1975). Dentre os tablóides, o de maior repercussão foi o Pasquim (1969), fundado por Millôr Fernandes, Paulo Francis, Jaguar e Tarso de Castro, no Rio de Janeiro.
Perseguição a jornalistas Durante a ditadura militar vários jornalistas foram exilados, assassinados, torturados e seqüestrados. A participação da ABI foi fundamental para a libertação, defesa e anistia de jornalistas acusados de subversão. Em 1976, o 7° andar do edifício-sede da instituição foi completamente destruído por atentado terrorista, quando a entidade era uma das mais importantes na defesa das liberdades democráticas da sociedade civil. As autoridades nunca conseguiram identificar os autores.
FOTO : JORNALISTA VLADIMIR HERZOG FOI TORTURADO E ASSASSINADO NOS PORÕES DA DITADURA EM 1975
Na noite de 24 de setembro de 1975, o Jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da Tv Cultura, é convocado ao DOI (Departamento de Operações Internas) para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, Herzog compareceu à sede do DOI e nunca mais voltou. Jorge Benigno Duque Estrada e Leandro Konder, jornalistas que estavam presos no mesmo local, disseram que Herzog foi torturado e assassinado. A versão oficial é de que Herzog, após confessar e entregar integrantes do PCB, cometeu suicídio. Uma foto divulgada na época mostrava o jornalista pendurado pelo pescoço numa grade mais baixa que sua estatura.
Tempos depois, José Alves Firmino, cabo do exército na época, entregou à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados três fotos que mostram o sofrimento a que Herzog foi submetido. Em 1978, a justiça responsabilizou a União pela prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. A família de Herzog foi indenizada em 1996, após a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconher seu assassinato no DOI-CODI de São Paulo. O historiador Mário Sérgio de Moraes lançou o livro “O Ocaso da ditadura – Caso Hezog” (2006), que aborda a reação da sociedade civil ao assassinato do jornalista.
Perseguição a jornalistas
Durante a ditadura militar vários jornalistas foram exilados, assassinados, torturados e seqüestrados. A participação da ABI foi fundamental para a libertação, defesa e anistia de jornalistas acusados de subversão. Em 1976, o 7° andar do edifício-sede da instituição foi completamente destruído por atentado terrorista, quando a entidade era uma das mais importantes na defesa das liberdades democráticas da sociedade civil. As autoridades nunca conseguiram identificar os autores. Na noite de 24 de setembro de 1975, o Jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da Tv Cultura, é convocado ao DOI (Departamento de Operações Internas) para prestar depoimento sobre sua ligação com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, Herzog compareceu à sede do DOI e nunca mais voltou. Jorge Benigno Duque Estrada e Leandro Konder, jornalistas que estavam presos no mesmo local, disseram que Herzog foi torturado e assassinado. A versão oficial é de que Herzog, após confessar e entregar integrantes do PCB, cometeu suicídio. Uma foto divulgada na época mostrava o jornalista pendurado pelo pescoço numa grade mais baixa que sua estatura. Tempos depois, José Alves Firmino, cabo do exército na época, entregou à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados três fotos que mostram o sofrimento a que Herzog foi submetido. Em 1978, a justiça responsabilizou a União pela prisão ilegal, tortura e morte do jornalista.
A família de Herzog foi indenizada em 1996, após a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconher seu assassinato no DOI-CODI de São Paulo. O historiador Mário Sérgio de Moraes lançou o livro “O Ocaso da ditadura – Caso Hezog” (2006), que aborda a reação da sociedade civil ao assassinato do jornalista.
FONTE : http://www.revelacaoonline.uniube.br/2008/341/reflexoessobre.html
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