domingo, 14 de fevereiro de 2010

RÁDIO E MUITAS MUDANÇAS,MAS COM LIMITES


Muitas mudanças, mas com limites


O que muda?

* Melhoria na qualidade do som. As estações AM poderão fazer suas transmissões com som similar ao das atuais emissoras FM, e as FM terão qualidade equivalente àquela de CDs.
* Fim das interferências no áudio das estações AM.
* Possibilidade de transmissão simultânea de mais de um programa por emissora.
* Implantação de mecanismos de interatividade ao ouvinte.
* Convergência de mídias com agregação de recursos multimídia. O sinal digital poderá ser transformado em imagens e textos, exibidos na tela do aparelho receptor de rádio digital.

Imagine poder ouvir a transmissão do jornal da manhã e verificar informações adicionais sobre clima ou trânsito clicando em textos ou imagens na tela do seu aparelho. E aquela música legal que acabou de tocar na rádio e você não sabe o nome? Vai dar para baixar o arquivo dela pelo sistema de rádio digital. No entanto, apesar das transformações trazidas pela tecnologia digital serem muitas, são proporcionais aos seus limites. Os benefícios para população são questionáveis. Entre as limitações, podem ser citadas os problemas relacionados à implantação do padrão Iboc, que apresenta sérias falhas técnicas. A interatividade não será ampla, o ouvinte não vai participar efetivamente da elaboração de conteúdos ou terá voz nas produções. Eduardo Vicente acredita que a interatividade deverá se restringir à possibilidade de baixar arquivos de áudio pelo rádio. Para João Brant, mesmo com a digitalização do rádio, a relação do ouvinte com o meio continuará sendo essencialmente unilateral. Ele acredita que a abertura de novas possibilidades de interação entre rádio e ouvintes é realmente possível por meio da internet. A web oferece ao usuário mecanismos pelos quais ele pode enviar material e ter certa participação na produção de conteúdos.

Quanto à questão da democratização das ondas de rádio, a tecnologia digital desperta polêmicas. Isso porque, embora a digitalização possa abrir espaços no espectro, o processo pode acabar caminhando no sentido contrário na prática. Eduardo Vicente não vê a digitalização como um caminho para a democratização do rádio. João Brant destaca que é preciso desviar o foco dos debates da questão unicamente tecnológica, já que, muitas vezes, a melhoria na qualidade do som não vem acompanhada da ampliação do espectro e de benefícios para a população. Ele aponta que, com o padrão Iboc, o espaço ocupado por cada rádio precisará ser alargado, diminuindo o número de emissoras. Resumidamente: aumento do espectro não é sinônimo de maior número de emissoras.

Para Nélia Del Bianco, o Brasil ainda não está preparado para a digitalzação do rádio. Ela destaca que a maior parte das emissoras (sobretudo as pequenas e médias e as rádios educativas e as comunitárias) poderá ter dificuldades para conduzir as adaptações às novas exigências técnicas.

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