quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FILMADORAS DE ALTA DEFINIÇÃO


Alta-definição, preço baixo
Compactas, filmadoras da Samsung e Newlink são muito fáceis de usar



O lançamento da filmadora Flip Video, há pouco mais de três anos, foi um marco para a indústria dos eletrônicos. A Flip era incrivelmente simples: nenhuma parte móvel, lente na frente, tela atrás e um grande botão vermelho para gravar. Para transferir os arquivos, bastava plugá-la a uma porta USB.

Os vídeos eram bons o suficiente para o que a câmera se propunha e o baixo custo a tornou um sucesso entre os consumidores. Sozinha a Flip abriu os olhos das empresas para o fato de que havia espaço para aparelhos de baixo custo e fáceis de usar, chegando a abocanhar 13% do mercado de filmadoras domésticas nos EUA.

As duas câmeras que analisamos neste teste, a Pocket Cam HD da Newlink e a Samsung Flashcam U10, seguem o ideal da Flip: são pequenas, despojadas em termos de recursos, muito fáceis de usar e tem preço acessível. Mas em relação à sua "ancestral" tem uma vantagem: a promessa de capturar vídeo em alta definição. Afinal, se sua TV da sala é "HD", porque os vídeos das férias também não podem ser?

Aparência e recursos

As duas câmeras são compactas. A U10 é a menor de todas, medindo 5,6 x 10,3 x 1,5 cm (largura, altura e espessura) e com peso de apenas 112 gramas (incluindo a bateria), não muito maior que uma câmera digital compacta. Comparada a ela, a Pocket Cam HD é grandalhona: 6,1 x 11,3 , 2,75 cm e 400 gramas (bateria inclusa). Ambas tem um visor de 2 polegadas e são alimentadas por baterias internas recarregáveis.

No quesito design, o modelo da Samsung ganha disparado: o tamanho menor, o acabamento em cinza chumbo e os controles sensíveis ao toque na parte de trás dão a ela um ar de sofisticação. Já a Pocket Cam HD é feita de um plástico preto liso (no estilo "black piano") que acumula impressões digitais e riscos com facilidade e não passa a sensação de solidez: ela parece "barata".

A U10 ganha em versatilidade: além de filmadora de alta-definição (1920 x 1080 pixels, ou "Full HD") ela também serve como uma câmera fotográfica (bem) simples, capaz de capturar imagens a 10 Megapixels. Mas não pense em substituir sua câmera digital por ela: não há flash, ajuste de foco, modo macro ou qualquer outra função comum mesmo nas câmeras mais simples.

Uma saída (com conector proprietário) permite ligá-la a uma TV de alta definição com o cabo video-componente incluso. Decisão estranha por parte da Samsung, já que o conector padrão em aparelhos de alta-definição é o HDMI, que substituiria os 5 "plugues" (dois de áudio, três de vídeo) por um só.

Já a Pocket Cam é mais modesta: não fotografa, filma em resolução menor (HD, 1280 x 720 pixels) mas tem uma saída HDMI padrão para ligação a TVs de alta definição, além de uma saída "A/V" para ligação a TVs comuns.

Em comum, ambas as câmeras usam cartões de memória no formato SD e tem software que facilita o upload dos vídeos para o YouTube.

E a qualidade de imagem?

Seguindo os preceitos da Flip Video, ambas são muito fáceis de operar. Quer gravar um vídeo? Basta apertar o botão vermelho. Todas tem botões para controle de zoom e para acessar o modo de reprodução, e a Pocket Cam tem um botão dedicado para apagar clipes. Nela a configuração (que se limita à resolução da imagem) é feita apertando o botão MODE, enquanto a U10 usa um sistema de menus mais claro e fácil de navegar.

Mas no que mais importa, a qualidade de imagem, ambas desapontam. Vamos começar pelo modelo da Samsung: na resolução máxima (1080p) é impossível usar o zoom (digital, 4x). O que é uma coisa boa, porque ele simplesmente destrói a imagem: uma cena gravada com o zoom máximo não passa de um monte de borrões coloridos sem foco algum. Zoom digital é sinônimo de distorção de imagem em qualquer aparelho, mas este é uma vergonha!

Imagens gravadas a 1080p são boas, mas um pouco mais escuras do que deveriam. A impressão é que a câmera reduziu automaticamente a exposição para compensar o excesso de luz do sol, mas exagerou na dose. Mas nada que comprometa seriamente a qualidade. Entretanto ao baixar a resolução para 720p ocorre uma perda visível de nitidez na imagem, o que prejudica principalmente os detalhes.

Você pode estar se perguntando: "quem compra uma filmadora Full HD para gravar em HD?". Há motivos para isso, entre eles a autonomia: o cartão SD de 8 GB incluso com a câmera comporta 64 minutos de vídeo em Full HD, mas esse tempo sobe para 91 minutos em HD.

A Pocket Cam HD, por sua vez, vem com um cartão SD de 2 GB suficiente para 38 minutos de vídeo em qualidade HD. Seu principal problema é a gritante falta de foco nas bordas da imagem, principalmente no canto inferior esquerdo. Além disso as bordas são mais escuras que o centro, num efeito conhecido como "Vignette". Ruído ("sujeira") e compressão excessiva são notáveis, especialmente em áreas escuras (sombras) ou com muitos detalhes, como copas das árvores.

Também há problemas com o zoom. Ele não distorce tanto a imagem quanto no modelo da Samsung, mas causa problemas no áudio: o botão de zoom é mecânico e duro, e quando pressionado faz um "clique" bem audível. Esse ruído é captado pelo microfone e vira um estalo bem alto na trilha de áudio de seu clipe. Você aproxima a imagem e ouve "POC! POC! POC!".

Nenhuma das câmeras tem luz para auxiliar na gravação de vídeo: esqueça os vídeos noturnos, a não ser em locais bem iluminados.

Tanto a Samsung U10 quanto a Newlink Pocket Cam HD são um bom exemplo de que "alta definição" não é o mesmo que "qualidade de imagem". Esta é dependente de uma série de fatores, entre eles a qualidade das lentes, o sensor de imagem utilizado na câmera e o software responsável pela compressão de vídeo. Se qualquer um destes componentes falhar, não importa a resolução da imagem: a qualidade vai sofrer.

É o que acontece aqui. É claro que não esperamos que uma filmadora de mão de menos de R$ 1 mil tenha a mesma qualidade de imagem de uma Red One de pelo menos US$ 20 mil, mas é justo esperar um mínimo de nitidez e a ausência de distorção na imagem. A resolução de imagem é alta, mas deixaram a "definição" de fora. FONTE :http://tecnologia.ig.com.br/noticia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário