A História do Rádio Joseense tem como objetivo reconhecer os grandes Rádialistas ,jornalistas e Comunicadores que participaram e participam dos meios de comunicação em são josé dos campos-sp e dessa gloriosa história do rádio.O rádio joseense tem um celeiro de grandes profissionais que levam o nome de são josé dos campos ao mundo .E uma simples homenagem que podemos fazer a mais bela profissão da comunicação.Porque o Rádio é a escola da comunicação.Contato : rodolfo.moreira3@gmail.com
quarta-feira, 26 de maio de 2010
O fiasco da estréia do rádio no Brasil
O fiasco da estréia do rádio no Brasil
Nesta data em que se comemora o Dia do Rádio (25/09) cabe refletir em torno da primeira transmissão radiofônica no Brasil que teria ocorrido em 07 de setembro de 1922 e que hoje, tenho convicção, foi apenas um evento coadjuvante, se a tanto chegou. Um fiasco. Não há nenhum flagrante fotográfico sobre o assunto, nenhuma imagem, entre centenas produzidas pelos fotógrafos da época, mobilizados para registrar nas revistas (O Malho, Careta, Fon-Fon e Revista da Semana) e para a posteridade, as comemorações em torno do Centenário da Independência.
Que primeira transmissão radiofônica foi essa que não mereceu um clique sequer dos profissionais referidos e nenhuma linha nas revistas semanais e mensais ?
Outras prioridades
Segundo os historiadores, em registros desencontrados, o rádio teria sido inaugurado, para alguns, no recinto do Palácio das Indústrias (hipótese mais provável), para outros durante a parada militar no Campo do São Cristóvão. Em todo caso deve ter sido uma chateação e tanto para o presidente da república, Epitácio Pessoa, às voltas com inúmeras atividades “sérias” programadas pelo cerimonial.
O Itamarati estava se lixando para experiências de cientistas em torno da, então, chamada telefonia sem fio. A prioridade era outra, num evento que conseguira reunir o Rei Alberto da Bélgica, os Presidentes da Argentina e Portugal, jornalistas de todo o mundo, centenas de representantes do Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, México, Chile, Uruguai, França, Peru, Noruega, Espanha, China… e milhares de marinheiros dos navios estrangeiros ancorados no porto.
Roquette Pinto estava certo quando disse que “Muita pouca gente se interessou pelas demonstrações experimentais da radiotelefonia”. Que, imagino eu, ocorreu as pressas, num dos estandes da Exposição Internacional, o primeiro mandatário querendo se livrar dessa encrenca para atender os seus compromissos. E assim a mesma imprensa que destacou o jantar de gala oferecido por Santos Dumont a convidados ilustres, ignorou a tal inauguração do rádio. Os fotógrafos, por sua vez, trabalharam duro: clicaram os bailes a bordo dos navios, os fogos de artifício, a multidão reunida em torno do Palácio Monroe, o baile no Itamaraty, a inauguração do Pavilhão das Indústrias, a parada militar (com tropas estrangeiras) em São Cristóvão (testemunhada por 300 mil pessoas).
Tudo foi registrado
Fotografaram o Garden-Party no Jardim Botânico, o meeting de atletismo latino-americano, o Grande Prêmio Ypyranga no Jockey, a inauguração de monumentos, palestras e conferências na faculdade, iluminação cênica da cidade, o almoço no Catete, os jantares e beija-mãos nas embaixadas, os estandes da exposição… Tudo mereceu registro fotográfico, menos esse tal de rádio que ninguém viu e se ouviu foi, conforme descreveu Roquete Pinto: “no meio de um barulho infernal”.
A impressão que eu tenho é que o tiro saiu pela culatra. Os radio-amadores da época imaginaram que o Centenário da Independência seria a oportunidade para apresentar o invento aos brasileiros e a grandiosidade do evento engoliu o detalhe. Apressaram-se em montar transmissores provisórios e os tais 80 receptores (ninguém fotografou) que teriam sido disponibilizados pelos americanos, historinha essa muito mal contada. Convenceram o presidente a entrar nessa roubada que aceitou para não contrariar gente influente na sociedade e alguns cientistas de respeito. E assim, o marco histórico de uma nova tecnologia, passou despercebido na época. Mas, para felicidade geral da nação e nosso orgulho pátrio vieram os historiadores e entusiastas do veículo para dourar a pílula.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário