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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
INTERNET VIA REDE ELÉTRICA
Internet pela tomada: tudo pronto
Banda larga via rede elétrica já foi liberada pela Aneel e agora começa a corrida para ver quem vai levá-la a sua casa
segunda-feira, 31 de agosto de 2009 17:55
por
Tatiana Mello Dias
Agora é uma questão de tempo para a internet via rede elétrica chegar à sua tomada. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou na terça-feira (25) as regras para que as empresas de energia comecem a oferecer internet baseada na tecnologia BPL (Broadband Over Powerlines), que permite tráfego de dados pelas linhas elétricas.
O sistema é testado no Brasil há alguns anos. Em São Paulo, 150 pessoas já têm a banda larga fornecida pela Eletropaulo Telecom. "É mais uma concorrência que pode haver no mercado", disse o engenheiro paulistano Sakae Icyukawa, que recebeu um modem pouco maior do que uma carregador de celular e usa o serviço-piloto desde o ano passado.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) regulamentou a tecnologia em abril, após uma consulta pública e uma série de testes. "Nossa preocupação foi estabelecer as condições para as tecnologias conviverem harmonicamente", disse Maximiliano Martinhão, gerente-geral de certificação e engenharia do espectro da Anatel. Segundo ele, os testes mostraram que a tecnologia é segura em relação a seu maior problema: a possibilidade de causar interferências na radiofusão.
Agora começa a fase de licitações para ver quem é que vai abocanhar o mercado. As empresas de energia elétrica têm duas opções: ou alugam a infra-estrutura da rede para as telecoms oferecerem a conexão, ou elas mesmas criam subsidiárias para prestar o serviço.
As agências estão otimistas. A Aneel diz que o aluguel da rede pode baratear a conta de luz, e a Anatel afirma que a tecnologia contribuirá para a inclusão digital - afinal, a rede elétrica chega a 98% das residências no País.
Uma coisa é certa: entrarão novas empresas no mercado de banda larga. As que estão mais próximas de oferecer o serviço são derivadas ou subsidiárias das empresas elétricas. Martinhão, da Anatel, aponta algumas: a Celg (GO), a Copel (PR), a Cemar (MA) e a Eletropaulo Telecom (SP), que já testam a conexão.
Em São Paulo, a AES Telecom usa a infra-estrutura de fibra óptica, que já é utilizada na cidade para transmissão de dados em grandes empresas, para conectar os usuários à internet. A fibra óptica vai até os condomínios, onde há um aparelho que converte o sinal para ser transferido pela rede elétrica. De lá, os dados são distribuídos até as casas dos usuários, que só precisam de um pequeno modem para acessar a internet pela tomada.
"A tecnologia é bem robusta para ruídos elétricos", disse ao Link Nicolas Maheroudis, responsável pela área na AES Telecom. Ele, porém, pondera que alguns equipamentos podem, sim, prejudicar a conexão. O "cobaia" Icyukawa diz que, no começo, o serviço falhou. Hoje, não mais. "Quando senti firmeza, cancelei o Speedy", disse.
Tecnologia interfere em rádio?
Uma das principais críticas ao BPL é a de que a transmissão de dados prejudica a radiofusão. "A própria tomada vira uma antena que gera interferência nos aparelhos", disse ao Link Ronald Siqueira Barbosa, engenheiro da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert). Segundo ele, a entidade realizou testes que comprovaram o problema. Barbosa afirma que serão prejudicados radioamadores, rádios de ondas curtas e médias e a comunicação das Forças Armadas. A conexão ultrar-rápida, de 80 Mbps, pode atrapalhar até a televisão. "Em São Paulo já temos muito ruído elétrico. Podemos não conseguir mais ouvir rádio", disse. A entidade reivindica participar dos testes realizados pela Anatel.
FONTE : JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO – CADERNO LINK
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