A imprensa internacional nas suas edições online ou versões impressas, desta quarta-feira, dá grande destaque à morte do Presidente venezuelano Hugo Chávez. Do perfil do líder aos efeitos da transição na Venezuela e na aliada Cuba, muitas das matérias destacam o carisma de Chávez e as suas declarações emblemáticas, mas condenam algumas das suas políticas.
Nos Estados Unidos, o New York Times dedica várias matérias à morte de Chávez, dizendo que o Presidente deixa um país dividido e numa crise profunda, salientando ainda os bloqueios vividos com os Estados Unidos e atribuindo a esse fato alguns dos problemas do atraso no desenvolvimento venezuelano. Quanto à sua personalidade, são destacadas as capacidades oratórias e os ataques audazes, bem como a capacidade de ter feito com que os mais pobres se sentissem ouvidos.
No Reino Unido, a BBC diz que Chávez morreu após uma luta contra o câncer e que apresenta dois perfis de possíveis sucessores interinos: Nicolás Maduro e Diosdado Cabello. Refere-se também ao legado econômico do líder da Venezuela e fala de como o País mudou com os seus mandatos, em alguns pontos para melhor, noutros para pior.
Na Espanha, o diário El País deu a manchete “Muere Hugo Chávez” e apresentou vários artigos sobre o tema na sua edição online. Num deles, disse que “a esquerda da América Latina fica órfã sem o comandante”. Afirma também que a morte do Presidente da Venezuela terá efeitos em países como Cuba, com quem mantinha uma estreita relação.
Na França, o Le Figaro dá especial destaque à personalidade do presidente venezuelano. “Hugo Chávez, o fim de um provocador”, diz a manchete do site, acrescentando que adorava cultivar a sua imagem de “dirigente incontrolável, fantástico e imprevisível”. O diário diz ainda que o país está em choque com a sua morte, tendo saído para as ruas em movimentos espontâneos.
O Le Monde descreve o percurso de Chávez de militar a presidente e diz que se entre os opositores foi considerado um autocrata, a verdade é que também suscitou grandes paixões depois de chegar ao poder. O jornal recupera algumas de suas declarações marcantes e descreve-o como a figura do socialismo latino-americano.
O El Mundo da Venezuela utiliza um laço negro no seu logótipo para assinalar o luto e escreve que com a morte do Presidente termina uma era no país. São também apresentadas duas fotogalerias, uma sobre a fé e devoção de Chávez desde que lhe foi diagnosticada a doença e outra sobre a estreita relação com Fidel Castro. O título da edição impressa diz que “Começa o chavismo sem Chávez” e um artigo considera que a morte do líder abre um vazio na esquerda da América Latina e questiona se será possível manter a sua “generosidade” na distribuição de petróleo naquela zona.
No Brasil, a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo destacam as declarações do Presidente dos EUA, Barack Obama, que considerou que a morte de Chávez abre “um novo capítulo” na história da Venezuela. Os dois jornais têm já nas suas páginas na Internet perfis de Nicolás Maduro. Segundo a Folha de São Paulo, o “Governo brasileiro aposta na eleição de Maduro para suceder Chávez”, enquanto o Estado de São Paulo considera o vice-Presidente da Venezuela “o herdeiro leal e pragmático do chavismo no país”.
Fonte: http://www.adnews.com.br/pt/midia/imprensa-internacional-retrata-morte-de-hugo-chavez.html
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