Investigadores da UA desenvolvem rádio do futuro

EQUIPE DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
Investigadores da UA desenvolvem rádio do futuro
Aparelho electrónico para vários fins

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) está a desenvolver um aparelho electrónico que possa ser usado ao mesmo tempo como rádio, televisão ou telemóvel. "Estamos a trabalhar na parte electrónica de um rádio universal que receba todo o tipo de sinal rádio e depois escolha a função através de software", explicou um dos cientistas envolvidos, Nuno Borges de Carvalho.

Pretende-se que os novos aparelhos possam captar "uma maior gama de frequências simultaneamente e também, ao mesmo tempo, delas fazer uso diferenciado", refere ainda. Para isso, a equipa de investigadores inspirou-se na capacidade auditiva dos mamíferos que conseguem ouvir múltiplas frequências em simultâneo, separando-as através da cóclea.
No futuro, as pessoas poderão assim adquirir um único aparelho para vários fins, ao contrário dos rádios atuais que, quando saem de fábrica, já têm uma função pré-determinada. Os ganhos de eficiência no uso do espectro de frequências ou a redução significativa de custos são algumas das vantagens desta tecnologia.

O projecto denominado Transceptores Adaptáveis para Comunicações Cognitivas Sem fios (TACCS) começou em 2007 e encontra-se actualmente em fase de protótipo – e ainda em evolução. A nova tecnologia traduzir-se-á numa redução significativa nos custos e em ganhos de eficiência no uso do espectro de frequências.

Segundo o coordenador da equipa multidisciplinar, dentro de cinco a dez anos deverão surgir no mercado estes rádios oportunistas, capazes de procurar frequências não utilizadas no amplo espectro de frequências. O trabalho desenvolvido já foi distinguido com o prémio PLUG, atribuído pela Associação dos Operadores de Telecomunicações. Para além dos três professores, o grupo inclui ainda os estudantes de doutoramento, Nelson Silva, Daniel Albuquerque e Pedro Miguel Cruz. O projecto designa-se «Rádios Cognitivos», tem, como base, um projecto aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com a designação de TACCS, e deu já origem a diversos artigos publicados em revistas científicas. Actualmente, a equipa já envolve, para além dos seis elementos iniciais, mais meia dúzia de investigadores.
FONTE : http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=46191&op=all 2010-11-23