sábado, 12 de janeiro de 2013

A nova imprensa: o pioneirismo de Irineu Marinho

Sessão de autógrafos do livro 'Irineu Marinho' (Fonte: Reprodução/G1)

Não se trata apenas de uma biografia, e sim de uma análise instigante da trajetória de um homem

por Marisa Motta  

   O início do jornalismo moderno. A vida cultural da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Os movimentos sociais e políticos do Brasil no início do século XX. Este é o pano de fundo da biografia Irineu Marinho – Imprensa e Cidade escrita pela historiadora e socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho e lançada pela Globo Livros e Memória Globo.
Mas não se trata apenas de uma biografia, e sim de uma análise instigante da trajetória de um homem que, ao longo de seus 49 anos de idade, expressou sua paixão pela comunicação e pelo entretenimento em geral; fundou dois jornais A Noite e O Globo, que revolucionaram a imprensa brasileira e, antecipando o que seria a marca das Organizações Globo, Irineu Marinho investiu na comunicação de maneira diversificada. Criou uma produtora de cinema e fundou uma editora de livros e revistas. Irineu Marinho também era amigo de escritores, atores, sambistas, e duas reportagens do jornal A Noite inspiraram o primeiro samba gravado no Brasil, Pelo telefone.   
Em 1891, aos 15 anos, Irineu Marinho iniciou sua carreira jornalística como suplente de revisor. A partir de sua visão da nova imprensa, independente da tutela do Estado, ao contrário da maioria dos órgãos de imprensa da época, o jornal A Noite, fundado em 1911, destacou-se pelo entusiasmo com que liderou o movimento de renovação na produção de notícias no Rio de Janeiro.
A Noite procurava atrair o leitor comum, com reportagens sobre cultura popular, e modernizou a linguagem e a temática da pauta jornalística. O jornal publicava o resultado do jogo do bicho, envolvia-se nos problemas urbanos do dia a dia da cidade e investia no noticiário policial. O jornal logo conquistou um público fiel e, segundo a autora, “Quando os jornaleiros gritavam ‘saiu A Noite, saiu A Noite’, as pessoas iam comprar e já liam nos postes mesmo, embaixo da iluminação pública. Nem esperavam chegar em casa”.
Resultado de dois anos de pesquisa de Maria Alice Rezende de Carvalho e de pesquisadores do Memória Globo em diversos acervos, como coleções de jornais, correspondências e registros da vida pessoal, este livro retrata as iniciativas de Irineu Marinho como homem público e empresário. O livro também resgata o cenário do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX, com a edição de um maravilhoso acervo iconográfico. Como curiosidade tem um encarte com um exemplar do jornal A Noite publicado em 3 de março de 1924.
Irineu Marinho morreu em 1925, semanas após lançar o novo jornal O Globo, dirigido em seguida pelo filho mais velho, Roberto Marinho.     
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/a-nova-imprensa-o-pioneirismo-de-irineu-marinho/


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