Análise do NYT sobre a crise |
O repórter e colunista do New York Times David Carr, 55, decretou o fim de uma era do jornalismo ao dizer que a atividade sofre “ameaça existencial”. “É algo que quem ama jornais, como eu e provavelmente você, pode até torcer contra, mas realmente não se pode parar o que vem por aí”, disse em entrevista a Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo, ao comentar a crise financeira que assola os impressos em seu país.
O representante do jornal mais famoso do mundo discorre sobre os desafios enfrentados para conter a queda do investimento publicitário, num momento em que grandes protagonistas do mercado veem a verba cair ladeira abaixo. A nova configuração do mercado tem causado sérios danos à indústria. O caso mais recente foi do “Times-Picayune”, de Chigado, que depois de 175 anos, diminuiu sua veiculação, antes diária, para três vezes por semana.
Segundo Carr, o atual modelo de negócios “não sustenta o nível de jornalismo que havia”. O veterano lembra o costume instaurado na época em que a produção era fruto do monopólio regional dos jornais, que, por serem soberanos, investiam suas verbas em qualidade de reportagem. Com a chegada da internet , e a proposta de um novo hábito de consumo de notícia, não foi possível dar sequência ao mesmo nível de produção com que o público estava acostumado, analisou. “Acima de tudo, é a perda de potência, de músculo institucional em reportagem”, resumiu.
O paywall, modelo de cobrança por conteúdo online, tem dado bons resultados ao NYT, na avaliação do jornalista. Carr alerta que a nova realidade de mercado, no entanto, pode esconder a falsa percepção de que a publicidade voltará a injetar verbas significativas nos jornais, o que não vai acontecer, na visão dele. Neste caso, a diversidade de fontes de receita é a saída. “Se vamos avançar para o futuro, e penso que vamos, será com uma variedade de negócios sob a marca "The New York Times". Parte será vídeo, parte será social, haverá um monte de pequenas empresas sob esta outra”, observou.
Carr estará em São Paulo no próximo final de semana para participar do congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Segundo ele, o Brasil vive um momento favorável em relação aos EUA por conta do crescimento exponencial do país ao lado dos outros integrantes do BRICS.
O representante do jornal mais famoso do mundo discorre sobre os desafios enfrentados para conter a queda do investimento publicitário, num momento em que grandes protagonistas do mercado veem a verba cair ladeira abaixo. A nova configuração do mercado tem causado sérios danos à indústria. O caso mais recente foi do “Times-Picayune”, de Chigado, que depois de 175 anos, diminuiu sua veiculação, antes diária, para três vezes por semana.
Carr estará em São Paulo no próximo final de semana para participar do congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Segundo ele, o Brasil vive um momento favorável em relação aos EUA por conta do crescimento exponencial do país ao lado dos outros integrantes do BRICS.
“Há muita coisa importante em jogo, no Brasil, na Índia, na Rússia, diante das questões de justiça, da prestação de contas governamental, de como ficam as classes mais baixas conforme o país avança. O jornalismo é uma parte grande da resposta e é muito importante. É parte do motivo de estarem bem, porque coisas importantes estão acontecendo todo dia”, afirmou.
Fonte: Site Adnews
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