segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Com moderno parque gráfico, ‘Vale’ lança sua edição full color


Nova impressão do
Nova impressão do 'Vale'. Foto: Rogério Marques

Investimento amplia a qualidade jornalística e abre mais possibilidades para anunciantes em veículo líder de audiência
Xandu Alves
São José dos Campos

Todas as cores do mundo para contar a vida como ela é e a realidade como é vista em toda a região.

O VALE inaugura hoje uma nova etapa na sua história de inovação e busca de qualidade editorial e gráfica, que começou em 4 de abril de 2010, data da fundação.
Todas as páginas do jornal passam a ser impressas em cor, sem imagens ou anúncios em preto e branco.
Para tanto, a empresa que edita O VALE e o jornal Gazeta de Taubaté instalou um novo Centro Tecnológico Gráfico em Taubaté, no bairro Independência, às margens da via Dutra.
Uma máquina importada da fabricante indiana Manugraph, com tecnologia alemã, permitiu a adoção de cor total em todas as edições do veículo (leia texto nesta página), que é líder de audiência em toda a Região Metropolitana do Vale do Paraíba.

Revolução digital. “Investir em um novo parque gráfico vai nos permitir levar em cores a milhares de leitores não só a melhor cobertura jornalística regional como também o talento e criatividade do nosso mercado publicitário”, afirmou Fernando Salerno, diretor responsável por O VALE.
Dessa forma, completou o executivo, o jornal estará reequilibrando o “jogo de forças com as demais plataformas de informação, ampliando o nosso alcance e a nossa responsabilidade”.
Além do jornal impresso, O VALE mantém um portal de notícias na internet (www.ovale.com.br), distribui informação via dispositivos móveis, como celulares e tablets, e interage com os leitores pelas redes sociais.
Tudo isso foi levado em conta na opção de adotar cor total nas edições do jornal, tornando o veículo mais atraente e agradável a leitores e anunciantes.
Na era de revolução digital, segundo Salerno, o meio jornal vive um momento de profunda transformação, análise e reflexão sobre o seu papel na construção dessa nova sociedade, mais livre, crítica e democrática.
“A necessidade de fortalecer as nossas operações tem como objetivo estreitar nossa relação com o leitor e o mercado anunciante”, afirmou o diretor de O VALE.

Mercado. Na avaliação da diretora de Publicidade Regional de O VALE, Marcella Cotes, as edições full color abrem possibilidades múltiplas para o jornal, as quais incrementarão o relacionamento do veículos com seu público e com o mercado anunciante.
“A cor total vai nos permitir apostar em ações diferenciadas, como campanhas e eventos, mas também em formatos diferentes de difusão de conteúdo e de anúncios.”

Inovação. Segundo o editor-chefe de O VALE, Hélcio Costa, a edição de cor total faz parte da decisão do jornal de investir em inovação, ação que faz parte do DNA do veículo.
Isso ocorreu no surgimento da edição impressa e online de O VALE, em abril de 2010, e segue como tendência para a manutenção da liderança no mercado editorial regional.
“A cor total é um atrativo para o leitor e oferece ao mercado a possibilidade de expor suas ideias, ofertas e qualidades”, ressaltou Costa. “O VALE é um jornal de vanguarda. Informação de qualidade é o nosso negócio”, afirmou.
Moderna, impressora pesa 120 toneladas
São José dos Campos

Para se tornar full color (cor total), o jornal O VALE instalou em Taubaté, no bairro Independência, o seu novo Centro Tecnológico Gráfico.
Nele, em um galpão de 1.000 metros quadrados, foi instalada a impressora Hiline da fabricante indiana Manugraph, que tem 41 anos de mercado.
Trata-se de um dos modelos mais avançados da empresa, que usa tecnologia alemã e é capaz de imprimir, por hora, 45 mil exemplares de jornal no formato standard (54,6 cm de altura). São 6,8 metros de papel impressos por segundo.
A máquina pesa 120 toneladas e tem 27 metros de largura e 10 metros de altura, com três torres de impressão e uma dobradeira.
Segundo o gerente industrial de O VALE, Marcos Verde, a máquina pode receber as páginas do jornal pela internet e fazer uma leitura delas, preparando um pré-ajuste das cores que serão impressas em cada uma. Além disso, a impressora é capaz de fazer dois cadernos ao mesmo tempo.
“Isso dá rapidez na impressão e vai refletir num melhor serviço de distribuição. O jornal poderá chegar mais cedo à casa dos leitores”, disse ele.
Arte full color

Xandu Alves
São José dos Campos 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Forbes elege as melhores agências americanas do ano


Executivos de marketing dos Estados Unidos elegeram, para a Revista Forbes, as melhores agências do ano. A Wieden+Kennedy, que atende contas como Old Spice, Nike, ESPN e Coca-Cola, ficou no topo do ranking, com 66% de aprovação. Na segunda colocação está a Droga5, comandada pelo premiado publicitário David Droga.
Mas nem tudo são flores. A Forbes também elencou alguns problemas apontados pelos anunciantes na pesquisa. No levantamento, as empresas demonstraram algumas preocupações como: “uma notável frustração sobre a incapacidade das agências para gerenciar campanhas integradas e a visão de que as agências não ajustaram o seu modelo de negócio para a era digital”.
Confira a lista:
1. Wieden+Kennedy (66%)
2. Droga5 (36%)
3. Grey (34%)
4. BBDO
5. Ogilvy (24%)
6. The Martin Agency (16%)
7. Leo Burnett (14%)
8. CP+B (12%)
9. Goodby Silverstein & Partners (9%)
10. Publicis (6%)

Fonte:Site Adnews
Com informações da Forbes.com

Jornalistas recordam de histórias marcantes nos plantões de Natal e Ano-Novo na redação

"Tudo acontece no final do ano, já parou para pensar?”, brinca a jornalista Sonia de Pieri, que teve sua estreia como locutora justamente em um plantão, no dia 31 de dezembro de 1992, na Alpha FM. Trânsito recorde, morte de celebridades, incêndios, entre outros, são apenas alguns perrengues que muitos jornalistas já enfrentaram durante seus plantões de fim de ano.

Soma-se às desvantagens da época o problema das redações reduzidas pela metade, e a dificuldade da apuração, já que muitos setores públicos estão em recesso. “Acho que no Natal é ainda pior. Por ser um feriado religioso, tudo para mesmo no país. Ano-Novo ainda tem muito comércio funcionando”, conta Francisco Prado, chefe de redação e âncora da rádio Bandeirantes.

Prado é pós-graduado em plantões complicados de fim de ano. O mais marcante ocorreu em pleno dia 25 de dezembro de 2007. Já às 6 horas da manhã, o então repórter chegava ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, para apurar as causas de um grande incêndio naquele local, que é hoje o maior complexo hospitalar da América Latina. “Temos uma central informativa que funciona de forma integrada para as rádios e canais de tevê do grupo, e foi de lá que recebemos a informação, ainda no dia 24 de dezembro à noite. Foi a própria redação que acionou o corpo de bombeiros e a defesa civil”, recorda-se.

Entre a missão de trabalhar em uma época em que grande parte da população está festejando e a sensação de dever cumprido ao dar informações de qualidade, parece que os jornalistas não têm dúvidas do que preferem. Com o passar dos anos, brindar com copinhos de plástico na redação se torna parte da rotina e algo até divertido. “Para quem está começando no jornalismo, os plantões incomodam muito mais”, conta o repórter de esportes Wilson Baldini, de O Estado de S. Paulo. Com quase trinta anos de carreira, ele mesmo teve problemas com sua esposa pelas inúmeras vezes que se atrasou para a ceia, no início da profissão. “Somos de certa forma como médicos, temos uma profissão que exige dedicação, muitas vezes, em tempo integral”, define.

Com pouco mais de duas décadas de estrada, a repórter Christina Miranda, da rede Record Bahia, diz já ter aprendido a lidar bem com seus plantões. “A gente é jornalista 24 horas mesmo, não tem jeito. Não tem botão on e off.” Além de trabalhar todos os anos no Natal ou no Ano- Novo, o feriado de Carnaval também é de lei. “Você aprende a lidar. O aniversário do meu filho, por exemplo, cai no mesmo dia do aniversário de Dona Canô, mãe de Caetano Veloso – falecida em 25 de dezembro de 2012 – então, nunca tinha festa. E a família sabe que tem sempre um Natal ou Ano-Novo que eu não vou.”

Enquanto para alguns a tarefa é tirada de letra, há quem tenha desistido da rotina das redações em nome de mais tempo livre. Já prevendo como seriam os plantões depois que se casasse e fosse mãe, a jornalista Rosana Venceslau resolveu abrir seu próprio negócio: uma agência de comunicação. “Amei trabalhar com rádio. Posso dizer que é minha paixão profissional, mas ter mais liberdade, folgar nos fins de semana e feriados e passar mais tempo com a família não tem preço.” O mesmo caminho seguiu Sonia de Pieri, que acabou abrindo uma agência especializada em rádios corporativas. “Hoje continuo trabalhando com rádio, mas tenho horários mais flexíveis”, comemora.

Para conhecer algumas das histórias mais marcantes ocorridas nos plantões de final de ano, bem como saber quais são as principais vantagens e desvantagens de estar nas redações no período de Natal e réveillon, IMPRENSA ouviu profissionais da tevê, rádio e impresso.
Christina Miranda - repórter da rede Record Bahia

Crédito:Divulgação
"A gente é jornalista 24 horas mesmo, não tem jeito. Não tem botão on e off"
O “Domingo Espetacular” resolveu fazer uma rodada mostrando outro lado do Ano-Novo, de quem não tem nada para comemorar e que às vezes nem percebem que é o dia da “virada”. Foram cinco praças, com duas semanas de produção para cada uma. Foi difícil encontrar o personagem porque os moradores de rua migram de lugar, têm problemas com bebida, drogas. Então, a nossa produtora foi para a rua pesquisar e encontrar a Janete, uma mulher que tinha perdido a casa há 5 anos em um deslizamento de terra e que desde então tentava retomar a vida. Ela morava num buraco em um viaduto inacabado de Salvador e de vez em quando fazia uns bicos. Nesse final de ano o filho de 12 anos, que morava com o pai em Camaçari (região metropolitana de Salvador), foi passar a noite de réveillon com a mãe.

Quando cheguei ela estava de banho tomado, toda de branco e o filho muito comovido, porque estava com ela. Fui com o câmera e o motorista e ficamos das 22 às 2 horas. Foi muito emocionante, mas não chorei porque ela estava muito alegre. Foi especial justamente porque é possível ser feliz mesmo com muito pouco.

Francisco Prado - chefe de redação e âncora da rádio Bandeirantes

Crédito:Divulgação
"Plantão no Natal é ainda pior. Por ser um feriado religioso, tudo para mesmo no país"
Já havia ido para casa quando fui comunicado do incêndio, na madrugada do dia 24 de dezembro para o dia 25, em 2007. Era para eu entrar somente às 10 horas no plantão, mas devido à urgência do caso, já estava desde as 6 horas no Hospital das Clínicas. Chegando ao local, já havia pacientes do lado de fora e diversas pessoas saindo às pressas, porque o incêndio não havia sido controlado ainda.

Tenho 15 anos de carreira e essa foi uma das coberturas mais marcantes. Geralmente, os plantões de fim de ano são muito tranquilos. Já deixamos pronta uma programação musical, só que nessa ocasião do incêndio nós derrubamos o material frio para entrar com hardnews. No mesmo dia 25 já começamos um trabalho investigativo para apurar as causas do incêndio. A fumaça preta atrapalhou um pouco o trabalho da perícia e o fato de ter ocorrido no período de recesso, o trabalho de apuração foi muito dificultado, porque dependíamos de posicionamentos oficiais. Havia também a suspeita de que pelo fato de muitos equipamentos estarem defasados eles teriam causado o incêndio.

Sonia de Pieri - proprietária da agência De Pieri

Crédito:Divulgação
“Hoje continuo trabalhando com rádio, mas tenho horários mais flexíveis”
Já cheguei a dar feliz Natal no ar, nas rádios CBN e Eldorado. É muito gostoso. Mas, ao mesmo tempo, o rádio deixa a gente muito solitário, especialmente no fim de ano. Eu mesma operava as mesas. Como âncora a gente também faz um trabalho muito emocional. Tem muita gente sozinha que está precisando de um “alô”. Esse é o grande barato do rádio. Não tinha ideia da quantidade de gente que me ouvia mesmo em datas como Natal e Ano-Novo. Por isso sempre procurei fazer uma mensagem de incentivo, de esperança na hora dos votos. Mas há também diversos casos engraçados durante esses plantões. Teve uma vez, na rádio Alpha FM, que chamei a jornalista Mônica Porto, de “Mônica Porco”. Não conseguíamos parar de rir. É uma profissão muito gostosa.

Wilson Baldini - repórter de esportes e blogueiro de O Estado de S. Paulo
Crédito:Felipe Rau/ AE
"Somos de certa forma como médicos. Temos uma profissão que exige dedicação"
Trabalho no esporte há 26 anos. E todo ano trabalho ou no Natal ou no Ano-Novo. Nessa época, infelizmente, temos muitos acidentes, então sempre há bastante trabalho. Em 2005, estava em um plantão de Ano-Novo quando recebi na redação a notícia de que o ex-jogador argentino Alfredo Estéfano Di Stéfano estava internado na UTI, em um estado muito grave. Ficamos até 1 hora da manhã esperando mais informações e, felizmente, ele está vivo até hoje. Para quem está começando, os plantões incomodam muito mais. No início do relacionamento tive problemas com a minha esposa. Somos de certa forma como médicos. Temos uma profissão que exige dedicação. Já vi noivados e até casamentos terminarem por causa do plantão.

Rosana Venceslau - proprietária da Agência Comunica

Crédito:Divulgação
"Ter mais liberdade, folgar nos fins de semana e feriados e passar mais tempo com a família não tem preço"
Eu trabalhava como auxiliar de produção na rádio Eldorado na virada de 1997 para 1998, atendendo as ligações de ouvintes. Pouco depois da meia-noite, o meu ramal tocou. Estranhei pelo horário, mas era uma mulher que queria fazer uma reclamação. Ela contou que havia diversos buracos na rua dela e que a culpa era do então prefeito da cidade, Celso Pitta. Perdi as contas de quantas férias passei fazendo plantão. E com mais da metade da redação em recesso, o trabalho era dobrado. Eu dava boletins de trânsito no fim de ano, então a audiência ficava ligada até certo horário para saber a situação das estradas. Mas quando as pessoas chegavam ao seu destino, sentia que a interação dos ouvintes caía bastante, obviamente. Um dos fatores que pesaram na minha decisão de não trabalhar mais em redação e ter uma agência foi justamente esta: eu pensava “Como vai ser quando eu estiver casada e tiver filhos?”. Hoje, não imagino passar o Natal, por exemplo, longe do meu marido e do meu filho Gustavo, de 4 anos.  

Danúbia Paraizo

Associação mapeia rádios comunitárias no país e cobra mudanças nas exigências

“Como se falar em uma comunidade de um quilômetro quadrado, se na região norte do Brasil há vezes que essa é a distância entre duas residências?” Assim, Pedro Martins, representante nacional da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc), questiona a legislação de outorga das rádios desse gênero no país.

Crédito:Divulgação
Rádio Novo Tempo, de Macapá (Amapá), incluída no mapeamento de rádios comunitárias da Amarc
Rádio Novo Tempo, de Macapá (Amapá), incluída no mapeamento de rádios comunitárias da Amarc


A legislação brasileira exige que as rádios comunitárias tenham alcance de no máximo um quilômetro, 25 watts de potência, o uso de um único canal de frequência em todo o país e registro de pessoa jurídica.

Crédito:Divulgação
Equipe da Rede de Comunicadores do Semiárido, em Belo Horizonte (Minas Gerais)
Rede de Comunicadores do Semiárido, em BH (MG)
No entanto, se para as rádios em regiões urbanas já é difícil solucionar e conviver com as exigências para a outorga, em regiões rurais e de terras tradicionais, como de indígenas e quilombolas, é muito pior. Assim, a Amarc defende uma diferenciação das exigências nesses casos, em que os cidadãos, apesar de constituírem comunidades reais, morarem bem mais afastados uns dos outros.
O movimento com essas reivindicações partiu de uma pesquisa indicando que, entre as cerca de 4,6 mil rádios comunitárias outorgadas, só existem duas em assentamentos rurais, uma em terras indígenas e nenhuma em terras quilombolas. Outras cerca de 6 mil também existem, mas sem outorga.
Crime quase só no Brasil
“Há pedidos [de novas outorgas] há 15 anos esperando no Ministério da Comunicações”, diz Martins, inconformado. “Outras optam até por nem entrar com pedido de outorga, sabendo que isso poderia ajudar a polícia federal a localizá-las e fechá-las”. Afinal, essas rádios são consideradas pelo governo como ação criminosa, o que seria atitude raríssima no mundo.
Segundo o representante da ONG, além do Brasil, só conhece outro país — Guatemala — que considere crime a manutenção desse tipo de rádio. Em outros países, haveria apenas uma sanção administrativa. Um projeto de lei que descriminalizaria essas rádios sem outorga até passou em primeira votação na Câmara dos Deputados, mas foi derrubado no Senado e em segunda votação na Câmara, segundo Martins, por causa do lobby empresarial.
Um caso emblemático que ocorreu neste ano foi o da rádio indígena Mapucho, no Chile. A Organização das Nações Unidas interveio para que o governo garantisse o direito da rádio comunitária de funcionar. Para Martins, o rádio é uma importante ferramenta para as comunidades indígenas, quilombolas e de assentamentos defenderem seus direitos à comunicação, terra e cultura.

Crédito:Reprodução
Mapa das rádios comunitárias brasileiras
Mapa das rádios comunitárias brasileiras
Seminário e movimento
Para lutar por modificações nessa situação, a Amarc montou, em 29 de agosto, um seminário em Belém (PA), com a participação de representantes do Ministério das Comunicações e da Cultura, além de representantes de rádios e de comunidades do interior. Martins diz que o governo ofereceu capacitação para que os candidatos a montar novas rádios aprendam a submeter a documentação. “Mas isso não é suficiente, as normas precisam mudar”, insiste.
Crédito:Divulgação
Rádio comunitária Nova Era, em Tarauacá, no Acre
Rádio comunitária Nova Era, em Tarauacá, no Acre
O projeto em si foi iniciado em julho, quando começou a articulação do evento com representantes do o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), indígenas e quilombolas. Há mais dois anos previstos para atividades nessa área, buscando uma atuação colaborativa com as próprias rádios. O objetivo é fazer com que as comunidades se reconheçam num mapa online e exista uma base de dados para que elas possam interagir.
O representante da Amarc admite que isso pode ser perigoso para as rádios sem licença, pelo risco de a Polícia Federal as localizarem e fechá-las. Tanto que existe a opção para elas aparecerem ou não. No entanto, para ele, é uma questão de mostrar que elas existem, que são rádios comunitárias e que o governo não garante esse direito.
Como próximos passos, a associação conversa com uma professora da Universidade Federal do Pará, para analisar ferramentas, checar as demandas de comunidades, inclusive em mais encontros presenciais e propiciar formação de gestão comunitária. Também busca articular as diferentes comunidades por meio das associações já existentes, como a Conaq (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas) e o MST. Mais financiamentos são buscados; para o seminário já realizado, houve patrocínio de uma fundação alemã.
Martins também comemora a Lei de Meios aprovada na Argentina, que restringiu a concentração de outorgas de meios de comunicação nas mãos de poucas empresas, como o do grupo Clarín. “Claro que eles ficaram insatisfeitos; se tinham umas 200 a 250 concessões, agora vão poder ficar só com 24.
Um relatório sobre os avanços do projeto pelas rádios comunitárias está previsto para ser divulgado em janeiro de 2014.  

Por Maurício Kanno

J.R Duran conta como se tornou um dos fotógrafos mais requisitados do Brasil

As antigas tribos indígenas tinham a superstição de que parte de sua essência seria perdida ao ter seu reflexo capturado por espelhos. A mesma dinâmica foi utilizada anos depois, quando as fotografias passaram a assumir a fama de roubar a alma das pessoas. Se os povos antigos tinham mesmo razão, o fotógrafo J.R. Duran já pode ser considerado um genuíno capturador de almas, com a vantagem de, em vez de aprisioná-las, conseguir libertá-las todas as vezes em que seus registros são publicados nos mais diversos meios.

Crédito:J.R Duran
Duran é responsável pelos ensaios recordistas de vendas na revista Plaboy
Nascido e criado em Barcelona, na Espanha, em um período excessivamente cinza, como o próprio descreve, devido à ditadura do general Francisco Franco, Josep Ruaix Duran passou grande parte da infância e adolescência viajando o mundo por meio das páginas de seus livros favoritos e das incontáveis sessões de cinema. Por ser tímido no início da adolescência, Duran só saía de casa para a escola, no máximo até o cinema. Aproveitou o tempo para estudar literatura alemã e francesa. “As aventuras de Tintin” era um de seus passatempos prediletos.

“Através da literatura e dos filmes foram abertas janelas para um mundo que eu queria saber como funcionava de perto.” Já nessa época, o garoto teve também seus primeiros contatos com a fotografia, por meio do marido de sua prima, o fotógrafo Oriol Maspons, falecido em agosto deste ano. “Eu passei a admirá-lo muito porque ele sabia coisas que eram tudo o que eu queria saber. Maspons revolucionou parte de uma geração.

Crédito:Arquivo Pessoal
Duran chegou ao Brasil aos 18 anos
Sem querer eu já estava no meio de um grande profissional.” Em 1970, quando chegou ao Brasil aos 18 anos, mal conseguia esconder a empolgação de conhecer de perto as tantas referências que leu na biblioteca particular do pai. “A Espanha não era tão colorida como as pessoas veem hoje. Eu via tudo em preto e branco. É curioso porque quando vim com minha família para o Brasil, o país não estava muito diferente, também havia ditadura. Mas, comparativamente, a gente achava o Brasil bem mais livre.”

O país que recebeu Duran também foi responsável por abrir as primeiras oportunidades profissionais. O jovem estava em busca de um ofício que o ajudasse a conhecer o mundo, algo que na sua cabeça, tanto o jornalismo quanto a fotografia poderiam promover. “Como não dominava a língua, achei que o texto em português seria uma coisa muito complicada. Então surgiu essa oportunidade na fotografia e comecei a trabalhar como assistente.”

O estágio em questão era com o fotógrafo catalão Marcel Giró, um dos grandes modernistas espanhóis no Brasil. “Ele pertence a uma geração de profissionais que, além de serem fotógrafos publicitários, também têm alma de artistas.” Apesar da experiência de três anos ao lado do mestre, Duran ainda amargava um mundo pouco colorido, já que passava inúmeras horas no laboratório de revelação. E quando teve a chance de acompanhar Giró em muitos trabalhos, pôde fotografar um universo de objetos, móveis e automóveis, mas faltava alguma coisa. Faltava gente.

Não pensou duas vezes: arranjou outro emprego e, embora estivesse ganhando menos dinheiro, pensou na experiência conquistada. Fez isso outras duas vezes até que finalmente começou a fazer trabalhos freelance mais elaborados. “Depois de um tempo comecei a entender que tudo aquilo poderia ser um negócio, mas meu primeiro impulso foi pensar: ‘Uau, isso aqui é um playcenter, melhor do que ir à praia no Rio de Janeiro no domingo’.” Duran não foi só para a capital fluminense, mas para centenas de cidades em todo o mundo, principalmente depois da abertura de seu estúdio próprio, em 1979. Nos últimos trinta anos acumula aquarelas de todos os quartos de hotel em que fica hospedado. Algumas das telas pintadas pelo próprio fotógrafo podem ser conferidas no livro “Cadernos de viagem”, recém-publicado pela editora Benvirá.

Leia a reportagem completa na edição 296 de dezembro da IMPRENSA. 

Pesquisador da UERJ cria aplicativo com 64 rádios comunitárias de 17 países



Aplicativo reúne 64 rádios comunitárias (Divulgação)
Facilitar e ampliar o acesso a rádios comunitárias do mundo inteiro foram inspirações para o jornalista Arthur William, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) para criar o aplicativo RadCom (com versões para web, Iphone e Android). A premissa é que as culturas, as vozes e os ideais locais devem ser valorizados, e chegarem cada vez mais longe. A tecnologia, que reúne inicialmente 64 rádios comunitárias de 17 países, está preparada para cadastrar novas emissoras do mesmo gênero.

O aplicativo surgiu a partir de oficinas do projeto Rebaixada, que pesquisa e experimenta mídias alternativas e ativistas. “Existem outros aplicativos para ouvir rádios em smartphones, só que é difícil fazer esse filtro pelas emissoras comunitárias. E sabemos que a maioria das disponíveis nesses Apps é comercial”, explicou o pesquisador. O aplicativo reúne estações ligadas a redes livres e comunitárias, como AMARCProjeto Dissonante, Rizoma de Rádios Livres e o Projeto Orelha. 
Motivação
O conceito principal do app, de acordo com o pesquisador, é que as novas tecnologias permitem uma nova ideia de comunidade. “Não é territorial”, aponta Arthur William. Sob essa ideia, as comunidades podem extrapolar fronteiras e culturas, conhecer novas experiências e manter o valor das próprias raízes. Outro detalhe é que o produto foi feito em software livre (saiba o que é). “Com baixo orçamento e poucos recursos podemos inovar e fazer uma comunicação que esteja próxima das pessoas, já que boa parte tem o celular como principal dispositivo no cotidiano", defende o pesquisador.
A iniciativa possibilita também a navegação por meio de um mapa interativo. O app pode ser baixado no site http://rebaixada.org/radcom. O projeto “Rebaixada”, que originou o aplicativo, foi resultado da pesquisa de mestrado de Arthur William, interessado em estudar as comunicações de periferias urbanas do Rio de Janeiro de alguma forma afetados ou isolados por obras para Copa do Mundo e Olimpíadas. 

Fonte: Portal EBC 

Programa Para Todos conquista primeiro lugar no Prêmio Abraciclo de Jornalismo



Programa foi exibido em dezembro de 2012 (Divulgação)
O programa Paratodos, da TV Brasil, recebeu nesta quinta-feira (05/12), o Prêmio Abraciclo de Jornalismo, concedido pela Associação Brasileira dos fabricantes de motocicletas, ciclomotores, motonetas, bicicletas e similares.
A matéria "Canal Motoboy", produzida e exibida no programa Paratodos em dezembro de 2012, foi a vencedora na categoria Televisão. A repórter Juliana Oliveira apresentou o trabalho dos motoboys que fazem poesia na capital paulista. A matéria revela a iniciativa de motoboys que têm outro olhar sobre São Paulo e se tornam verdadeiros cronistas da cidade.
A diretora do programa, Márcia Dutra, recebeu o prêmio em nome da equipe. "A gente mostra o que há de melhor na cultura, na manifestação artística e popular do Brasil. Estou muito orgulhosa", afirmou na ocasião da entrega.
No total, foram oito categorias premiadas pela Abraciclo, entidade sem fins lucrativos que representa oficialmente as montadoras dos veículos de duas rodas com fábricas instaladas no Brasil.
O prêmio, que tem como objetivo incentivar a elaboração de trabalhos que contribuem para tornar seguro o uso de veículos duas rodas, foi criado em 2006 em homenagem aos 30 anos da associação. A comissão julgadora do Prêmio Abraciclo de Jornalismo 2013 foi composta por profissionais de imprensa, acadêmicos e vencedores da edição anterior.
Assista ao programa:
Créditos
Repórter: Juliana Oliveira
Imagens: Pedro Gomes
Auxiliar: Paulo César da Silva
Edição de Imagens: Alvaro Siqueira Fernandes 

 Fonte:Portal EBC