quarta-feira, 26 de maio de 2010

O fiasco da estréia do rádio no Brasil


O fiasco da estréia do rádio no Brasil

Nesta data em que se comemora o Dia do Rádio (25/09) cabe refletir em torno da primeira transmissão radiofônica no Brasil que teria ocorrido em 07 de setembro de 1922 e que hoje, tenho convicção, foi apenas um evento coadjuvante, se a tanto chegou. Um fiasco. Não há nenhum flagrante fotográfico sobre o assunto, nenhuma imagem, entre centenas produzidas pelos fotógrafos da época, mobilizados para registrar nas revistas (O Malho, Careta, Fon-Fon e Revista da Semana) e para a posteridade, as comemorações em torno do Centenário da Independência.
Que primeira transmissão radiofônica foi essa que não mereceu um clique sequer dos profissionais referidos e nenhuma linha nas revistas semanais e mensais ?
Outras prioridades
Segundo os historiadores, em registros desencontrados, o rádio teria sido inaugurado, para alguns, no recinto do Palácio das Indústrias (hipótese mais provável), para outros durante a parada militar no Campo do São Cristóvão. Em todo caso deve ter sido uma chateação e tanto para o presidente da república, Epitácio Pessoa, às voltas com inúmeras atividades “sérias” programadas pelo cerimonial.
O Itamarati estava se lixando para experiências de cientistas em torno da, então, chamada telefonia sem fio. A prioridade era outra, num evento que conseguira reunir o Rei Alberto da Bélgica, os Presidentes da Argentina e Portugal, jornalistas de todo o mundo, centenas de representantes do Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, México, Chile, Uruguai, França, Peru, Noruega, Espanha, China… e milhares de marinheiros dos navios estrangeiros ancorados no porto.
Roquette Pinto estava certo quando disse que “Muita pouca gente se interessou pelas demonstrações experimentais da radiotelefonia”. Que, imagino eu, ocorreu as pressas, num dos estandes da Exposição Internacional, o primeiro mandatário querendo se livrar dessa encrenca para atender os seus compromissos. E assim a mesma imprensa que destacou o jantar de gala oferecido por Santos Dumont a convidados ilustres, ignorou a tal inauguração do rádio. Os fotógrafos, por sua vez, trabalharam duro: clicaram os bailes a bordo dos navios, os fogos de artifício, a multidão reunida em torno do Palácio Monroe, o baile no Itamaraty, a inauguração do Pavilhão das Indústrias, a parada militar (com tropas estrangeiras) em São Cristóvão (testemunhada por 300 mil pessoas).

Tudo foi registrado
Fotografaram o Garden-Party no Jardim Botânico, o meeting de atletismo latino-americano, o Grande Prêmio Ypyranga no Jockey, a inauguração de monumentos, palestras e conferências na faculdade, iluminação cênica da cidade, o almoço no Catete, os jantares e beija-mãos nas embaixadas, os estandes da exposição… Tudo mereceu registro fotográfico, menos esse tal de rádio que ninguém viu e se ouviu foi, conforme descreveu Roquete Pinto: “no meio de um barulho infernal”.
A impressão que eu tenho é que o tiro saiu pela culatra. Os radio-amadores da época imaginaram que o Centenário da Independência seria a oportunidade para apresentar o invento aos brasileiros e a grandiosidade do evento engoliu o detalhe. Apressaram-se em montar transmissores provisórios e os tais 80 receptores (ninguém fotografou) que teriam sido disponibilizados pelos americanos, historinha essa muito mal contada. Convenceram o presidente a entrar nessa roubada que aceitou para não contrariar gente influente na sociedade e alguns cientistas de respeito. E assim, o marco histórico de uma nova tecnologia, passou despercebido na época. Mas, para felicidade geral da nação e nosso orgulho pátrio vieram os historiadores e entusiastas do veículo para dourar a pílula.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/

A cobertura da Copa do Mundo de 58


200 Anos de Imprensa no Brasil: A cobertura da Copa do Mundo de 58

Na última semana de junho a Rede Globo e a ESPN exibiram flagrantes da Copa do Mundo de 1958, imagens que, naquele tempo, apenas dois milhões de brasileiros assistiram na televisão e nos cine-jornal, em torno de 3% da população brasileira, então estimada em 65 milhões (IBGE) de habitantes: a elite de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife que possuía um aparelho de TV. Privilegiados expectadores que puderam assistir, com uma semana de atraso, os dribles de Garrincha ou o gol espetacular (de chapéu) do Pelé no jogo final contra a Suécia. Outros 32 milhões de habitantes apenas imaginaram e idealizaram as jogadas que a empolgação dos locutores de rádio, em tempo real, fazia parecer mágica pura. A platéia da TV assistia objetividade, a do rádio lidava com emoção.

A verdade é que a mídia, naquele tempo, com raras exceções se preparou para cobrir a Copa do Mundo. A expectativa do Brasil conquistar a taça Jules Rimet era remota, estado de espírito traduzido na charge de Fritz, revista Manchete, onde o cartunista ele próprio se apresenta sendo obrigado a embarcar, contra sua vontade, no avião que transportaria a seleção Brasileira. Os jornais diários, por sua vez, questionavam alguns nomes do elenco convocado. Os ecos do vexame de 1950 ainda se ouviam nas redações dos jornais e revistas.

Endereço trocado
A televisão, então sem maior estrutura, se fez presente, através de um acordo celebrado entre o jornalista Almeida Castro, representando a TV Tupi, e a TV sueca. O cinegrafista Ortiz Rúbio foi credenciado a cobrir os jogos, mediante o pagamento de US 5.000,00, imagens que deveriam ser despachadas, logo que revelados os filmes, via aérea, para ser exibido com três, quatro dias de atraso no Brasil. De fato as imagens do jogo de estréia foram ao ar, mas não pela TV Tupi, e sim através da TV Rio, que recebeu os rolos por engano e imaginou, e repercutiu essa informação, fosse uma cortesia da TV sueca. Não era. O pacote viera com a inscrição “Para a TV-Rio-Brasil”, induzindo a repartição dos Correios e Telégrafos ao erro.

Em 29 de junho de 1958 o Brasil conquistava a Copa do Mundo, enlouquecendo os brasileiros, na maior audiência até então registrada pelo rádio no país. A Folha da Tarde saudava o feito, no dia seguinte, com a manchete “O espetáculo que o Maracanã não viu”. A Gazeta Esportiva, mais contida, estampava as fotos dos jogadores erguendo a taça : “O Rei, a taça e os campeões do Mundo”. A chegada no Brasil, nesse clima, prometia ser apoteótica e desta vez a mídia não deixaria barato.
O escore
Assis Chateaubriand, oportunista, convidava familiares de alguns jogadores à sede da revista O Cruzeiro; a sua estratégia incluía em convencer o chefe dos batedores da Polícia Militar a desviar o percurso da comitiva, inicialmente programado para se dirigir à sede do Governo onde o Presidente Juscelino aguardava impaciente. A comitiva de fato desviava o caminho, parava no prédio do O Cruzeiro, os fotógrafos registrando com exclusividade as primeiras homenagens aos campeões do mundo com direito a beijos, abraços e o choro emocionado dos familiares. Empolgado com o sucesso da iniciativa o diretor e proprietário dos Diários e Emissoras Associadas, ainda debochou antes de cair na gargalhada: “Agora o escore é Chateaubriand 1 X Juscelino 0″. FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/

Primeiro furo da imprensa brasileira veio de caique


200 Anos de Imprensa no Brasil: Primeiro furo da imprensa brasileira veio de caique

Em 16 de junho de 1.808 um grupo de 18 pessoas, a maioria pescadores, de Olhão, município costeiro do Algarve, embarcou num caiaque com o único objetivo de atravessar o oceano para levar a Dom João VI a boa nova da expulsão dos franceses da região, primeira baixa sofrida pelas tropas de Napoleão

em território Luso. O episódio não é referência histórica no Brasil, mas é lembrado pelos portugueses que, nessa data (16/6), costumam comemorar o heroísmo dos nativos da cidade, uma epopéia e tanto, segundo os relatos de seus protagonistas e de autoridades da época, nos documentos hoje existentes na Biblioteca Nacional de Lisboa. E o que tem a ver essa viagem com os primórdios de nossa imprensa? Muito. Foram esses homens que possibilitaram à Gazeta do Rio de Janeiro, nas suas edições de 24 e 28 de setembro do referido ano, publicar as primeiras reportagens (cabe aqui a palavra considerando o espírito da narrativa) sobre a retomada do território pátrio, já que o público alvo do jornal era o português aqui residente, pelas circunstâncias da fuga, em decorrência da ocupação de seu país por tropas forâneas. Furo e repercussão
Quando os marítimos de Olhão partiram numa embarcação primitiva para uma odisséia no mar, queriam apenas levar e entregar a Dom João VI uma carta do Juiz da Alfândega de Faro narrando as circunstâncias da sublevação dos lusos e a expulsão dos franceses. Não sabiam eles que o Brasil já tinha imprensa e que esse documento e outros menos detalhados, seriam a matéria prima para Frei Tiburcio, redator da Gazeta, informar os leitores do jornal sobre o episódio. Foi sem dúvida o primeiro grande furo da imprensa brasileira, de fato uma noticia de impacto que deve ter repercutido em todos os lares da corte e sua comitiva no Rio de Janeiro. Um furo mais importante ainda que a “capitulação” dos franceses após o tratado de Cintra, noticiado pela Gazeta em dezembro/1808, esta sim uma notícia esperada, previsível por quem acompanhava, edição a edição, a retomada de cada cidade e território. O jornal não apenas transcreveu as noticias como destacou o feito: “armaram um caiaque por não terem outra embarcação para cumprir este encargo, e é bem para admirar a afoiteza da equipagem que se arriscou até este porto em tão pequeno e frágil barco. Os papeis que trouxe foram apresentados no número precedente, menos a participação do Juiz da Alfândega que reservamos para o fim para mostrar de um só golpe de vista o epítome de todas as circunstâncias espalhadas pelas outras peças”.

Guiados pelas estrelas
Caiaque era uma embarcação primitiva a vela de dezoito metros de cumprimento por cinco de largura, utilizada para pesca. As possibilidades de atravessar o oceano com sucesso eram mínimas. Mesmo assim os homens de Olhão aventuraram-se ao mar, guiando-se pelas estrelas e as correntes marítimas, ao sabor do vento; portavam um mapa rudimentar. Dom João VI reconheceu-lhes o heroísmo, elevou Olhão à condição de Vila e recompensou os pescadores. Já a história brasileira até hoje não se deu conta que o caiaque Bom Sucesso, que esse era o nome da embarcação, foi portador do primeiro grande furo da história da imprensa brasileira. É claro que a noticia poderia ter sido enriquecida se os relatos dos pescadores fossem aproveitados, mas ouvir a plebe (marítimo costumava ser analfabeto e pobre) não era hábito dos regimes monárquicos, naquele tempo.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

GOOGLE TRAZ INTERNET À TV



Google traz internet à TV

Serviço apresentado ontem deve ser lançado comercialmente ainda este ano

Uma conferência anual de desenvolvedores em San Francisco (EUA) foi o palco do anúncio da Google TV. O projeto, apresentado ontem, deve estar disponível ainda em 2010, segundo a empresa.

A ideia é trazer a internet para os televisores. Em parceria com Sony (TVs) e Logitech (set-up boxes), a Google TV virá com o navegador de internet Chrome instalado.

Os desenvolvedores disseram que o objetivo é transportar a experiência de navegação já vivenciada nos computadores para as telas de TV. Assistir a vídeos do YouTube, pesquisar episódios de seriados ou usar outros programas de computador serão possíveis no equipamento. Como resume o vídeo de apresentação: passar menos tempo procurando conteúdos e mais tempo assistindo.

A Google TV possibilitará ainda seguir a programação de um canal e participar, na tela, de um fórum de discussão em uma rede social.

A tecnologia estará presente em televisores da Sony, que virão de fábrica com processadores da Intel adaptados para melhor desempenho dos vídeos da rede na TV. Também serão vendidos set-up boxes – dispositvos para conectar o serviço às telas de alta definição – e aparelhos de Blu-ray, que permitirão o uso da Google TV em outros equipamentos.

A Logitech deve produzir teclados e outros acessórios para a TV. No software, a Adobe informou que o Flash Player 10.1 será integrado ao navegador Chrome para a visualização dos conteúdos. Não foram divulgados preços ou data ou lançamento. FONTE : http://www.clicrbs.com.br/21 de maio de 2010 |diariocatarinense

terça-feira, 18 de maio de 2010

200 Anos de Imprensa no Brasil:O impacto da máquina de escrever nas redações



200 Anos de Imprensa no Brasil:O impacto da máquina de escrever nas redações

Em fevereiro de 1912 o Jornal do Brasil adquiriu três máquinas de escrever, o primeiro passo para substituir as canetas bico de pena, processo este concluído muitos anos depois diante das reações de veteranos jornalistas que não abriam mão do hábito de escrever a mão. Alguns daqueles senhores conheciam o equipamento, disponível na Casa Pratt e outras lojas especializadas, há mais de uma década, naquele tempo usado apenas nas repartições públicas, escritórios de advocacia e, a julgar pelos apelos de venda dos anúncios publicados em jornais e revistas, também em alguns lares. Os reclames insistiam na praticidade de se escrever cartas numa máquina das marcas Royal ou Remington.

Mas, o uso de esses “incômodos” aparelhos de ferro nas redações não era cogitado. É desconcertante imaginar que a tecnologia da máquina de escrever tenha demorado tanto a ser assimilada pelas redações, considerando que o seu uso efetivamente foi popularizado no final da década de 20. Afinal, o invento estava disponível no país, desde a última década do século XIX e o teclado “infernal” que assustava os jornalistas com a sua incompreensível combinação de letras já era realidade nas oficinas desde a introdução do linotipo. Ou seja, durante muitos anos não houve a correlação de tecnologias que seria recomendável para agilizar os processos de pré-impressão. O jornalista escrevia a mão e o linotipista que muitas vezes era obrigado a interpretar garranchos, fazia a digitação mecânica. Redatores mais experientes sentavam-se ao lado do linotipista e ditavam o seu texto de cabeça; as correções feitas, ali mesmo, na hora.


Teclado duplo
Mas o que apavorava aquela geração era efetivamente o teclado, o tal sistema QWERTY (repare a seqüência no teclado de seu computador), inventado por um sujeito com esse nome (funcionário da Remington) e a outra série embaixo, ASDFG, supostamente as letras, então, mais usadas no idioma inglês. O fato é que enfiaram o QWERTY na gente de tal jeito que o teclado do computador (criado um século após o original) não teve como fugir da regra e ainda hoje utiliza o sistema. Para aquela geração abandonar o hábito da caneta de bico de pena significava aprender técnicas de datilografia. Para piorar as coisas é possível que as três máquinas de escrever adquiridas pelo JB tenham sido ainda do modelo de dois teclados, um para as maiúsculas, outro para as minúsculas, equipamentos muito mais complexo do que a máquina de escrever que prevaleceu até a década de 80.

O uso de máquinas de escrever na redação do JB fazia parte das reformas implementadas pelo jornal desde o aporte de capital do Conde Pereira Carneiro que já era sócio (minoritário) quando da inauguração da nova sede em 1910. Na década seguinte tornava-se proprietário (comprava as hipotecas não resgatadas). Foi também num contexto semelhante, de uma reforma estrutural, que a Folha de São Paulo adquiriu em 1983 os primeiros computadores para substituir as antes rejeitadas e naquele momento imprescindíveis máquinas de escrever. O objetivo era o mesmo, compatibilizar os processos de pré-impressão, tanto que uma vez consolidada a mudança, alguns anos depois, a Folha calculava em 40 minutos o ganho de tempo. E tempo já era moeda calculada pelo departamento industrial e a expedição.

Transição rápida
Mas, para os jornalistas o computador por algum tempo continuou a ser uma máquina de escrever, só que mais evoluída e com o mágico recurso da correção de texto. As redações tornaram-se mais silenciosas e ficaram mais limpas, sem o característico amontoado de papel amassado no chão e nas lixeiras. Desta vez a transição que foi tão ruidosa quanto a provocada pelos teclados de ferro, em idos remotos, se deu em tempo recorde. E as máquinas de escrever deixaram as redações para se perpetuarem nas vitrines dos museus, ou nos álbuns de fotografias, lado a lado com outras tecnologias aposentadas: o disquete, por exemplo que já saiu de cena. Você ainda lembra dele? FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?cat=4&paged=4

40 ANOS DA TV EM TEMPO REAL



40 anos da TV em tempo real

Em 28 de fevereiro de 1969, quarenta anos transcorridos no último sábado, o mundo ficava mais perto do Brasil que, então, ingressava na era das telecomunicações via satélite. Um marco referencial na história da televisão com grande repercussão na época apesar do minguado entusiasmo dos telespectadores e mesmo dos proprietários das emissoras de TV que apenas enxergavam a planilha de custos do novo sistema. Custos elevados que a publicidade não podia pagar e isso não era previsão, mas fato consumado: as agências de propaganda não conseguiram vender uma cota sequer para cobrir os 750 mil cruzeiros novos desta transmissão pioneira.

O fato é que na referida data os brasileiros assistiram ao “vivo”, via satélite, as palavras de saudação de Sua Santidade o Papa Paulo VI, gravadas na véspera, num português bem ensaiado. E logo em seguida cenas de um jogo do Juventus, também gravado e editado, estratégia das emissoras para chamar a atenção sobre as possibilidades do satélite, de olho na Copa do Mundo a ser realizada no ano seguinte. Encerrando a transmissão era exibido, direto de Washington, um documentário sobre a História das Comunicações.


Mas, nem tudo foram cenas gravadas em video-tape. O repórter que as apresentava, Hilton Gomes, esse sim falava em tempo real, direto de Roma, postado em frente ao Coliseu; então destacava o momento histórico: “Esta é a primeira reportagem internacional via satélite para o Brasil, inaugurando oficialmente, o Intelsat III, numa transmissão em cadeia para todo o país, comandada pela Embratel”. O fato era maior do que o resultado, já que o telespectador não percebia nenhuma diferencia do ponto de vista de qualidade da imagem. E se as circunstâncias acenavam para a idéia de um jornalismo mais ágil com maior incidência do noticiário internacional, logo a realidade dos custos elevados e da geração, operação e distribuição de conteúdos, através de um colegiado, encarregava-se de esfriar os ânimos.

O grande cilindro

A revista Veja, edição de 5 de março de 1969, em matéria de capa intitulada “O mundo em sua casa”, já previa esse desencanto em torno da novidade: “O mundo começou a ficar menor para os brasileiros desde sexta feira passada, quando as imagens de Paulo VI e cenas de Washington e Roma chegaram a nossos aparelhos de TV. Para as emissoras de TV, a alegria tinha, porém, o seu lado de sombra: eles bateram recordes de audiência e ao mesmo tempo se interrogaram se poderiam utilizar sempre esta maravilha, tão cara… As emissoras estão apáticas em relação ao satélite, não tem planos para ele, salvo para as transmissões da Copa do Mundo, no México. E na verdade seus sonhos são mais modestos: deverão falar antes para o resto do país antes de se entender com o mundo… O grande cilindro brilha no céu, mas a experiência ensina que os problemas se resolvem, antes de mais nada, em terra firme”.

O grande cilindro referido pela publicação era um satélite que flutuava a 36 mil km de altura sobre as costas do Ceará, ligando a estação de Itaboraí (RJ) aos 63 países que então integravam o consórcio Intelsat. O Brasil era um dos primos- pobres, signatários do Comsat que administrava o satélite, com 1,5 das ações. 55% do capital era americano, 25% dos países Europeus e 20% de países latino-americanos e asiáticos, todos alinhados com Washington. E se um muro em terra separava o mundo em duas bandas, no céu não era diferente: os russos constituíam o Intersputnik, consórcio com 14 países filiados.

Com 1,5% do capital constituído, nenhuma influência na administração (todos os diretores eram americanos) e praticamente nada para exibir ao mundo (a Veja ponderava “a não ser os festivais de canção e grandes jogos de futebol”), o Intelsat III na prática seria um elefante em casa de porcelana, salvo na histórica transmissão da chegada do homem na lua em 20/07/69 e na cobertura da Copa do Mundo, no ano seguinte, eventos que justificaram a sua existência.

Apenas simbólica

De modo que a primeira transmissão via satélite da TV brasileira (1969) teve uma importância apenas simbólica, assim como a primeira transmissão a cores (1972) e em tempos recentes (2007) a primeira transmissão digital. Marcos referenciais de uma nova tecnologia, mas sem nenhum impacto junto à audiência. Cinco anos se passariam para que o Brasil realmente ficasse integrado ao mundo em tempo real. Somente em 1974 nos livrávamos do SIN (Serviço Ibero americano de Noticias) e das ingerências políticas e administrativas do Comsat para receber, a preço de ouro, imagens via satélite da UPI.Muitas águas tinham corrido desde as imagens pioneiras de Roma e Washington. Nesse ínterim o Brasil instalara o seu sistema de telefonia em DDD e o conceito de rede nacional de TV já era uma realidade.

FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?cat=4&paged=3

O IMPACTO DO ZEPPELIN NA MÍDIA BRASILEIRA



O impacto do Zeppelin na mídia brasileira


O sonho de voar feito realidade esteve longe de nós, com exceção da histórica viagem ao mundo do Graf Zeppelin em maio de 1930 que milhares de brasileiros testemunharam de perto. É que acompanhamos as façanhas dos primeiros balonistas no final do século XIX e dos inventores do avião (Santos Dumont e os irmãos Wright) na primeira década do século XX através das revistas, num tempo cronológico distante dos acontecimentos; fatos estes que repercutiram apenas numa camada social privilegiada.

Muitos anos depois acompanhamos, também através da mídia, a chegada do homem na lua, um acontecimento muito distante de nós, porém de maior impacto graças às imagens em tempo real geradas pela TV. Os protagonistas deste momento histórico estavam no espaço e a equipe que viabilizara a façanha sediada em Houston. A nossa relação com o balão, o avião e o foguete foi apenas midiática.

Diferente foi a nossa relação com o Graf Zeppelin, o gigante voador de 128 metros de cumprimento, que aportou no Brasil em maio de 1930 enlouquecendo multidões que foram às ruas nas principais cidades brasileiras; milhares de pessoas, também, acompanharam a passagem da aeronave das janelas e sacadas de prédios e residências na rota do dirigível. O jornal O Estado de São Paulo empolgado com a repercussão enxergou no acontecimento um bom remédio contra o estresse: “A impressão causada pela travessia produz um bem-estar tão grande que deve ser empregada como cura da neurastenia”.

Exageros a parte a mídia registrou a passagem do Zepellin através de textos grandiloqüentes e muitas fotos; algumas delas hoje podem ser apreciadas nas bibliotecas e arquivos públicos. A propaganda não deixou por menos e as agências programaram anúncios de oportunidade do Guaraná Antarctica (com o sugestivo título “Um gigante entre os gigantes”, Depurativo Luedy, Cinzano, Ovomaltine, tecidos Indanthren, baterias Barta, Agfa, dentre outros.


Encarte e cobertura

Nesse contexto duas revistas se destacaram: “Careta” que programou um encarte de 38 páginas encomendada pelo Sindicato Condor que administrava destinos postais e de transportes de passageiros de companhias aéreas e a “Revista da Semana” que estampou magníficas fotos do Graf Zeppelin sobrevoando cidades européias e uma ilustração de página dupla do artista plástico Umberto Della Latta que se permitiu imaginar o dirigível sobrevoando o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. Através de “Careta” ficamos sabendo que a conta do espetáculo saiu de nosso bolso, através de uma verba de 100 contos de reis que o erário disponibilizou com autorização do Presidente da República Dr. Washington Luiz.

A publicação nos informa também da infra-estrutura montada no Recife para abastecer o Zeppelin.Já a “Revista da Semana” destacou os antecedentes de viagens intercontinentais do dirigível, relevando a visita ao Brasil:” É este o dirigível que pela primeira vez vêm ao continente sul americano. O Brasil sabe estimar os esforços hercúleos do velho inventor e seus dedicados sucessores; sabe avaliar as dificuldades a vencer na viagem transatlântica, onde cada vento contrário prolonga o caminho por centenas ou milhares de quilômetros; sabe admirar a tenacidade de um país que, depois de uma guerra terrível em que sucumbiu, surgiu do túmulo e criou maravilhas científicas e técnicas quando tudo parecia perdido.

O Brasil sabe que o Graf Zeppelin é o símbolo dos pacifistas… Salve Graf Zeppelin! Que a rainha de maio te guie seguro até o pais que em recordação do seu filho adotou o nome de Terra de Santa Cruz”.Tempo depois do vôo histórico do Graf Zeppelin pelo Brasil a Companhia Condor viabilizou uma rota regular de transportes de passageiros e até construiu um hangar gigante cuja estrutura ainda existe. Resistiu ao tempo, às intempéries e ao salitre, nas proximidades da Baia de Sepetiba, tombado pelo Iphan. Memória viva da ancoragem da grande nave que segundo a mídia da época requeria 200 homens em pista com cordas para orientar a atracação. A passagem original do Graf Zeppelin nos céus do Brasil foi mesmo a nossa única relação próxima com o sonho de voar.


FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?cat=4

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A IMPRENSA NO MUNDO DA LUA

EXEMPLAR DA REVISTA VEJA DE 1969

A imprensa no mundo da lua

Hoje, exatos 40 anos, a imprensa brasileira estava no mundo da lua, literalmente falando, nenhuma alusão às gafes cometidas pelos apresentadores da rede de TV com dificuldades de entender e traduzir o inglês do áudio original na histórica transmissão da chegada do homem no satélite em 20 de julho de 1969. Gafes que, diga-se de passagem, tinham a ver, também, com as alterações no roteiro original da NASA. Os engenheiros de Houston previram um determinado horário para o desembarque de Neil Armstrong, mas foi próximo da meia-noite, após uma longa espera, que o astronauta efetivamente pisou o solo lunar.Como ia dizendo a imprensa brasileira estava no mundo da lua. Não se falava outro assunto desde a semana anterior.
Toda a mídia ligada no grande acontecimento. Millor Fernandez definiu com muito bom humor e propriedade a edição especial de Veja de 23 de julho de 1969 como “Uma edição especialmente lunática” e então recomendava: “Armstrong: seja o primeiro suicida lunar. A idéia não é ficar na história?”. A propósito, as revistas comeram poeira, a julgar pelas manchetes nada criativas: “Chegaram!” (Veja), “O Homem na lua” (O Cruzeiro), “Especial. Mapa da Lua” (Manchete) e “Eis sua viagem à lua” (Realidade). Pecaram nos títulos, mas acertaram no texto, no caso específico de Veja, destacando uma magnífica entrevista com o Dr Von Braum. O criador dos foguetes V2 durante a II Guerra Mundial.

Os números da cobertura
O Brasil tinha em torno de 70 milhões de habitantes e o mundo estimava a população do planeta em 3,5 bilhões de pessoas. A histórica transmissão televisiva da chegada do homem na lua teria impactado, segundo estimativas da época, 530 milhões de telespectadores. Ou seja, 15% apenas da população. Mas a percepção foi outra já que na Europa, Estados Unidos e Japão, o mundo desenvolvido, a cobertura foi bem abrangente. No Brasil tínhamos 4,5 milhões de aparelhos de TV e uma cobertura estimada em 50% dos domicílios, algo em torno de 35 milhões de habitantes. Assistimos a chegada do homem na lua, em preto e branco, (o sistema de cores seria implantado somente em 1972), com imagens geradas pela NASA, via Embratel que para evitar um colapso nas comunicações e priorizar a transmissão televisiva, desligou o sistema de telex e telefonia DDD e DDI sem avisar à população. Três mil jornalistas credenciados pela NASA assistiram a decolagem do Apollo 11, testemunhado também por um milhão de pessoas presentes.
As grandes redes de TV americanas investiram na informação. A CBS convidou o ex-presidente dos Estados Unidos Lindon Johnson para comentar os aspectos políticos da missão lunar e Arthur Miller e Bob Hope para comentar cenas do cinema com o tema do espaço, exibidas nos intervalos da programação. A rede ABC entrevistou Marshall Macluhan, o teórico da aldeia global; então em evidência a máxima de que “o meio é a mensagem”.
Quanto à televisão brasileira esta deixou a desejar e a tecnologia teve muito a ver com essa cobertura, digamos, modesta. Dependíamos do Intelsat III e de um precário sistema de links terrestres, a partir da estação de Itaboraí recém inaugurada. Falávamos em cobertura via satélite, mas na prática, com exceção de alguns flashes pontuais e da histórica transmissão de 20 de julho, fizemos, mesmo. uma cobertura via telex. Com o estimável apoio da tesoura-press.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?p=903

O RASTRO DO COMETA HALLEY NA IMPRENSA


O rastro do cometa Halley na imprensa

Quando o cometa Halley passou próximo da orbita da terra em 1758 não existia imprensa no Brasil, nenhum meio de comunicação que repercutisse o assunto. Em 1834 o cometa cumpriu mais um de seus ciclos orbitais e desta vez a imprensa brasileira já existia, porém o assunto passou batido novamente. Justifica-se o silêncio da mídia, de um lado pela falta de uma cultura de jornalismo científico no país, do outro pela precariedade das comunicações com outros países.
O jornalismo científico ainda era incipiente, o “Jornal da Agricultura, Indústria e Comércio do Estado da Bahia” único órgão especializado do país, fundado em 1833, dedicava muito pouco espaço à astronomia, apenas algumas linhas sobre a influência dos astros nos plantios e colheitas. Quanto à comunicação com o mundo, ainda naquele tempo, as gazetas estrangeiras que chegavam nos navios, eram o único meio e fonte. Porém, na Europa e nos Estados Unidos assuntos científicos também eram muito pouco abordados pela mídia.
Outra era a realidade da imprensa brasileira quando o cometa fez a sua aparição em 1910 e se desta vez a passagem do astro foi um fiasco para a população, diante das expectativas criadas pela mídia, o Halley deixou rastros nos veículos de comunicação. Há exatamente um século, nesta época do ano jornais e revistas preocupavam-se com a campanha presidencial, que nem hoje, e como aperitivo ofereciam especulações em torno do cometa. Uma campanha incomum com mobilização popular, de um lado as oligarquias representadas por Hermes da Fonseca, do outro as oligarquias representadas por Ruy Barbosa; em todo caso uma disputa entre o militarismo e a sociedade civil, o verdadeiro pano de fundo.
A imprensa fazia ilações entre a campanha política e o acontecimento astronômico, através da verve irreverente dos chargistas de “O Malho”, “Careta”, “Revista da Semana” e “Fon Fon” (as revistas semanais) e da ironia dos cronistas do Jornal do Brasil, El Paiz, Jornal do Commercio e Correio da Manhã.
Lambido pela cauda
Fora o contexto político a imprensa se preocupava com os possíveis efeitos da passagem do cometa Halley que “O Malho” já anunciara no seu Almanaque de 1910 em novembro do ano anterior. A imprensa de fato comprou dos cientistas estrangeiros e vendeu para os brasileiros a idéia de um possível fim do mundo, a possibilidade de um choque entre o Halley e a terra: “O mundo ia ser lambido pela cauda venenosa do Halley. Dentro de pouco tempo nada mais existirá da triste humanidade nem sequer o vestígio das cinzas”, comentava “Fon Fon” para na mesma edição desmistificar o acontecimento diante do fiasco de milhares de pessoas que foram as ruas ver apenas um rastro: “Foi uma espiga. Grande decepção, não há duvida”. Uma foto na edição de “Careta” de 21 de maio de 1910 mostrava autoridades embaixo de guarda-sóis, aguardando o cometa passar.
Enquanto isso a imprensa ainda especulava sobre os gases venenosos do Halley, sobre a possibilidade do cometa ter sido o mesmo que anunciou aos Reis Magos o nascimento de Jesus e ainda especularia vinculando as mortes de Joaquim Nabuco no Brasil, Eduardo VII, Rei de Inglaterra e do escritor americano Mark Twain ao acontecimento, como conseqüência da entrada do astro na orbita terrestre. O jornal “O Paíz” por sua vez destacava a emoção do fato: É positivamente turbilhonante a preocupação universal com referência ao famoso “cabeleira” que mais uma vez visita nossos espaços, maravilhando as multidões que de dia e de noite, em todo o orbe, andam de nariz para cima, olhando, entre curiosas e um tanto impressionadas, o espetáculo soberbo de uma longuíssima faixa pálida, opalescente, aprumada por sobre um núcleo brilhante, enorme, mais denso que a faixa”.
O Halley pode ter sido uma decepção, mas deixou rastros na imprensa o verdadeiro mentor da expectativa criada na época. A mídia alimentou factóides em torno da aparição do cometa que já naquele tempo aprendia a lidar com a opinião pública. O Halley vendeu muitos jornais e revistas e foi um tema providencial para esfriar os ânimos após a contagem dos votos da eleição presidencial que analistas da época consideraram foi uma fraude. Rendeu muitas charges, crônicas, poemas, artigos e noticias. O Halley voltava em 1986, sem o mesmo alarde, num contexto de mídia mais amadurecida, desta vez apoiada num jornalismo científico já atuante em nosso país. Não mais se cogitava o fim do mundo, desta vez a imprensa aguardava e desejava o espetáculo, razão de ser da mídia de entretenimento.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?p=924

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A VIDA MODERNA MAIS ESPAÇO À PUBLICIDADE



Nos anos 1910 as revistas de variedades abriram espaços privilegiados para os reclames — como eram chamados, na época, os anúncios. Inserida neste contexto, a revista A Vida Moderna participou ativamente da construção de novos formatos da imprensa paulistana.
Com circulação quinzenal, A Vida Moderna foi publicada no período de 1907 a 1925, e esteve entre as revistas demaior vendagem em São Paulo. Em suas páginas o conteúdo escrito era ilustrado com fotografias mostrando as personalidades da sociedade e do meio político; coberturas de festas, eventos, esportes; e muitos comentários sobre bares, salões e teatros de São Paulo. Mas foi só através do grande investimento na indústria publicitária, que A Vida Moderna pôde firmar–se como empreendimento comercial de sucesso.
Fonte:
CRUZ, Heloisa de Faria. São Paulo em Papel e Tinta: periodismo e vida urbana 1890 – 1915. São Paulo: EDUC, 2000.
FONTE : http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoria/pginterna.php?revista=vm

domingo, 9 de maio de 2010

LANÇAMENTO TV DIGITAL NO BRASIL

HISTÓRIA DA REDE VANGUARDA

MARECHAL RONDON O PATRONO DAS COMUNICAÇÕES NACIONAL DIA 05 MAIO








Rondon:o Patrono das Comunicações
Na proteção e reconhecimento de fronteiras, além da construção de 7 mil Km de linhas telegráficas, o Marechal percorreu 17.316 Km por terra e água
Candido Mariano da Silva Rondon nasceu no distrito de Mimoso, município de Santo Antonio de Leverger, em Mato Grosso, no dia 05 de maio de 1865. Órfão desde os dois anos, viveu com os avós até os sete, quando mudou-se para Cuiabá onde passou a viver com o tio Manoel, em Cuiabá. Aos 16 anos foi diplomado professor primário (ensino fundamental) pelo Liceu Cuiabano.
Tempo depois ingressou na carreira militar como soldado do 3º Regimento de Artilharia a Cavalo. Interessado na carreira militar, mudou-se para o Rio de Janeiro onde, em 1883, matriculou-se na Escola Militar. Em 1890, recebeu o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra do Brasil.
Formado, foi nomeado professor de Astronomia e Mecânica da Escola Militar, cargo do qual afastou-se em 1892. Ainda em 1892, em 1º de fevereiro, casou-se com D. Francisca Xavier, com quem teve sete filhos, e foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Foi então designado para a Comissão de Construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás.
O novo governo republicano estava preocupado com o grande isolamento das regiões mais ocidentais do país, particularmente nas fronteiras com o Paraguai e Bolívia, por isso decidira construir linhas telegráficas que melhorassem as comunicações com o centro-oeste e o longínquo norte.
Rondon foi o mais importante dos sertanista que desbravaram estes rincões, abrindo caminhos, lançando linhas telegráficas, registrando sua topografia, descobrindo rios, estudando a flora e a fauna, mas, principalmente, estabelecendo relações respeitosas e desmistificando a imagem de violentos, assassinos e até antropófagos, que se construíra em torno dos primitivos habitantes destas terras: os índios.
Rondon costumava utilizar o lema: "Morrer se necessário for, matar nunca". Prova de sua relação pacífica com os aborígines. Entre outras nações indígenas, Rondon manteve contatos com os Bororo, Nhambiquara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariqueme, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya, Macurape, e outras.
O DESBRAVADOR - Entre os anos de 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada de Cuiabá a Goiás. Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia. Em uma de suas expedições, 1906, encontrou as ruínas do Real Forte do Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia.
Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada "Comissão Rondon". Desenvolvendo seus trabalhos de 1907 a 1915.
Os trabalhos exploratórios da Comissão Rondon, quando foram estudados e catalogados exemplares pertencentes a geografia, biologia (fauna e flora) e antropologia, dividiram-se em três expedições:
A primeira realizada nos últimos meses de 1907, reconheceu 1.781 km entre Cuiabá e o rio Juruena; a seguinte, ocorrida em 1908, envolveu 127 membros. Foi encerrada às margens de um rio denominado 12 de outubro, extremo norte de Mato Grosso (data de encerramento da expedição), tendo reconhecido 1.653 km entre o rio Juruena e a Serra do Norte. A terceira expedição, que mobilizou 42 homens, foi realizada de maio a dezembro 1909, vindo da serra do Norte ao rio Madeira, atravessando toda a atual Rondônia.
Candido Mariano assumiu em 1910, a direção do Serviço de Proteção aos Índios (SPI). Inaugurando em outubro de 1911, a estação telegráfica de Vilhena, na fronteira dos atuais estados de Mato Grosso e Rondônia. Em junho de 1912 inaugurou nova estação telegráfica, a 80 km de Vilhena, que recebeu seu nome.
De maio de 1913 a maio de 1914 participou da denominada expedição Roosevelt-Rondon, junto com o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt.
Durante o ano de 1914 a Comissão Rondon construiu em oito meses, no espaço físico de Rondônia, 372 km de linhas e cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (mais tarde Vila de Rondônia, atualmente Ji Paraná), Jaru e Ariquemes ( 200km de Porto Velho). Sua grande missão de levar a comunicação até o extremo do Estado, foi concluída em janeiro de 1915, quando inaugurou a estação telegráfica de Santo Antonio do Madeira.
Em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional. Em mais uma forma de prestar homenagens àquele que viabilizou o romper das distâncias, em 17 de fevereiro de 1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia. Em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de New York.
Uma vida ,de dedicação a República e as causas nobres que envolveram seu estado, Rondon prestou serviços de todas as origens a terra mato-grossense. Na proteção e reconhecimento de fronteiras, além da construção de 7 mil Km de linhas telegráficas, o Marechal percorreu 17.316 Km por terra e água, permeando as fronteiras com a Guiana Francesa, Holandesa, Inglesa, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina e Uruguai. Utilizando-se das mais variadas formas de locomoção, foram trilhados 1.071 Km em lombo de cavalos, 10.702 Km em embarcações fluviais, 2.917 Km em automóvel e 1.896 Km em meios ferroviários.
Seu vasto conhecimento sobre fauna e flora, botânica, geografia, geologia e cartografia, permitiram a elaboração da primeira Carta Geográfica de Mato Grosso, entregue por Rondon, em 1952, ao então governador do Estado, o bispo D. Aquino Corrêa. Hoje a carta faz parte do acervo pertencente ao Arquivo Histórico do Exército, no Palácio Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Candido Mariano da Silva Rondon, foi homenageado pelo Senado e Câmara Federal, quando foi elevado ao Posto de Marechal; recebendo em 1963 a honraria de Patrono das Comunicações.
Rondon faleceu em 19 de janeiro de 1958, aos 92 anos, no Rio de Janeiro.


FONTE: http://www.secom.mt.gov.br/ng2/conteudo2.php?sid=25&cid=9036&parent=6

DIA INTERNACIONAL DA COMUNICAÇÃO E DAS TELECOMUNICAÇÕES DIA 17 DE MAIO


DIA INTERNACIONAL DA COMUNICAÇÃO E DAS TELECOMUNICAÇÕES - 17/Maio

Os meios de comunicação são instrumentos que nos auxiliam a receber ou transmitir informação. Dessa maneira, eles nos ajudam a nos comunicar um com o outro. Por exemplo: nosso tio mora em outra cidade, mas graças ao telefone conseguimos conversar com ele. Existem diversos meios de comunicação como, por exemplo, o telefone, a televisão, o rádio e o jornal. A Internet também nos possibilita comunicar-nos através de vários meios, como o chat, o blog e o fotolog. É graças ao avanço da tecnologia que cada vez mais os meios de comunicação permitem que nos comuniquemos com pessoas em maiores distâncias no menor espaço de tempo. Cada meio permite que nos comuniquemos de uma maneira diferente com o outro. Por exemplo: a televisão permite que muitas pessoas vejam a mesma notícia, mas é através do telefone que conseguimos transmitir a notícia que escutamos para as outras pessoas.

sábado, 1 de maio de 2010

No Dia do Jornalista a lembrança da morte de Líbero Badaró




No dia 07 de abril comemora-se o Dia do Jornalista. A data é referência à abdicação do trono por dom Pedro I, após um grande desgaste político que teve como elemento de combustão o assassinato de Líbero Badaró, redator do “Observador Constitucional” em 20 de novembro de 1.830. Crime de mando atribuído diretamente ao juiz corregedor Cândido Ladislau Japiaussu, mas, segundo alguns órgãos da imprensa liberal oposicionista, por encomenda do Palácio. Para resumir a história: o crime chocou a opinião pública, mobilizou a imprensa de todo o país, as autoridades deram fuga ao corregedor para evitar o linchamento (mais tarde absolvido por falta de provas, num júri suspeito). E o Imperador que já sofria um processo de desgaste junto ao ministério teve de abdicar do trono em 07 de abril de 1.831, em favor de seu filho.
As circunstâncias
Há nuances que me chamam a atenção nesta história. Primeiro a instituição da data, por iniciativa da Associação Brasileira de Imprensa-ABI, no contexto de uma ditadura. O Dia do Jornalista foi instituído em 07 de abril de 1931, ou seja, nos primórdios da revolução quando o Governo Vargas, exercia forte repressão contra a imprensa, delegando autonomia a autoridades policiais para avaliar o conteúdo da mídia. Política de delegacia de esquina que prevaleceu até a consolidação do Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP e a montagem de uma rede de censores, nos moldes do fascismo italiano, que o inspirou. Por que Getúlio concordou em instituir uma data que lembra justamente a repressão do Estado contra a imprensa? Libero Badaró foi morto por que seu proselitismo em favor da liberdade de expressão incomodava o regime. Há uma contradição nessa iniciativa da ABI, encampada pela ditadura.
Também chama a atenção as circunstâncias do assassinato de Líbero Badaró. Foi morto a mando da autoridade que representava o braço judiciário. Morte anunciada. Badaró tinha publicado no seu jornal o “recado” de amigos sobre as intenções do corregedor. Mas nada disso intimidou a autoridade que fez valer os seus maus bofes, contratando sicários estrangeiros para executar a tarefa. Apostou na impunidade, na retaguarda palaciana, ao mesmo tempo minimizando o poder de mobilização da opinião pública pela imprensa. A morte do jornalista provocou uma corrente de indignação (o regime tinha ido longe demais) repercutida não apenas pela mídia de oposição (Observador Constitucional em São Paulo, Aurora Fluminense no Rio de Janeiro, Universal em Minas Gerais e O Bahiano de Antônio Rebouças na Bahia), mas por toda a imprensa. Dom Pedro I amargou vaias e protestos nas suas aparições públicas.
Sobre os abusos
Nuances aparte, vale lembrar nesta data as palavras de Badaró sobre a liberdade de imprensa, um recado no túnel do tempo para Dilma Russet e José Serra; ambos os candidatos em declarações recentes atacaram a imprensa, incomodados com a difusão de notícias e opinião de alguns veículos. Falaram em abusos, palavra de ordem para qualificar eventuais exageros, reais ou figurados, sempre no intuito de intimidar. Líbero Badaró, a propósito escreveu: “Incapazes de resistir à evidência dos argumentos positivos sobre que se apóia a necessidade de imprensa, os amigos das trevas se vestem da capa da moral e do sossego público, apontam os abusos desta liberdade, a calúnia, a difamação, as provocações diárias, os achincalhes continuados, que tornam a vida um suplício. E, meu Deus! Os abusos? E do que se não abusa neste mundo? Forte raciocínio! E porque se abusa de uma qualquer coisa, já, já suprima-se?
E aonde iríamos com estas supressões?”“Um mau juiz abusa do seu ministério: suprima-se a magistratura; um mau sacerdote abusa da religião: suprima-se a religião; um mau marido abusa do matrimônio: suprima-se o matrimônio. Forte raciocínio, dizemos outra vez! Suprimam-se os abusos que será melhor. A lei contra os abusos existe; sirvam-se dela; e se não é boa, faça-se outra; e liberdade a todos de esclarecerem os legisladores, pela imprensa livre”.
FONTE : http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/

JORNALISTA E EMPRESÁRIO BRASILEIRO SAMUEL WAINER



Jornalista e empresário brasileiro
Samuel Wainer
Data incerta, 1912, Bessarábia
2/09/1980, São Paulo (SP)
A crônica do jornalismo brasileiro moderno é a crônica da vida de Samuel Wainer. Criador de alguns dos mais importantes órgãos da imprensa brasileira, ele foi o único jornalista sul-americano presente no julgamento dos generais de Hitler, em Nuremberg, Alemanha, em 1945, e tornou-se uma lenda viva na história e nos rumos da imprensa nacional.

Sua importância política veio da participação como jornalista e intérprete do segundo governo Getúlio Vargas, de quem se tornou amigo.

Na década de 1950, fundou o jornal "Última Hora", no Rio de Janeiro, num tempo em que a informação escrita tinha muito poder. Wainer não escondia que era jornalista e também empresário preocupado com a sobrevivência de seu jornal: deixou claro que sua motivação estava atrelada a um pedido do governo Vargas.

Em 2005, foi relançada sua autobiografia, "Minha Razão de Viver: Memórias de Um Repórter", que já havia sido publicada parcialmente em 1987. Desta vez, o livro revelou sua verdadeira nacionalidade: Samuel nasceu na Bessarábia, que foi parte do Império russo e depois uma das repúblicas da ex-União Soviética, situada na Europa Oriental. E as perseguições aos judeus fizeram sua família emigrar para o Brasil, quando ele tinha seis anos de idade.

Mas por que isso era tão importante a ponto de precisar virar segredo?
No jogo político de forças contra Vargas, seus inimigos estavam obcecados em provar que Samuel, de origem judaica, não era brasileiro. Tinham, assim, a intenção de impedi-lo de dirigir uma empresa jornalística, atividade proibida por lei a qualquer estrangeiro - e o caso acabou tema de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal. Foi por isso que 45 grandes intelectuais brasileiros assinaram um documento provando que Wainer tinha nascido na rua da Glória, no bairro paulistano do Bom Retiro.

Assim, segundo a vontade de Samuel, a verdade só poderia ser revelada 25 anos depois de sua morte, em setembro de 2005, quando todos os depoentes também já teriam falecido, segundo ele calculava.

O jornalista não escreveu suas memórias. Ditou-as em forma de entrevista a dois colegas - Sérgio de Souza e Marta Góes. As fitas gravadas foram transcritas duas décadas mais tarde, pela filha de Samuel com a colunista Danuza Leão, Pinky Wainer, e o texto foi organizado por Augusto Nunes, ex-redator chefe da revista "Veja".

Envolvido em acusações de corrupção, Wainer acabou por morar na França. Franco como sempre, em suas "Memórias" ele confirma ter recebido dinheiro de esquemas ligados ao governo Jango Goulart.

No entanto, além de sua sinceridade, o mais importante sobre ele é o fato de ter liderado uma revolução na imprensa brasileira do ponto de vista gráfico, de conteúdo e salarial. A Última Hora era um jornal ágil, movimentado, tinha várias edições por dia. E os repórteres de Samuel eram bem pagos - o que, segundo o escritor Fernando Morais, despertou o ódio de alguns donos de jornal, que tradicionalmente pagavam pouco.

"Um jornal vibrante, uma arma do povo", era o slogan do jornal que tinha como padrinho o presidente Getúlio Vargas e publicava colunistas como Chacrinha, Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) e Nelson Rodrigues.

O sucesso da "Última Hora" durou 20 anos: sobreviveu à morte de Vargas, à renúncia de Jânio, mas não à ditadura militar (1964-1985): em 1971, o jornal fechou as portas.

Segundo o escritor Affonso Romano de Sant'Anna, o livro de memórias de Samuel deveria ser adotado para o estudo da história contemporânea do Brasil e da relação entre o poder, a corrupção e o jornalismo.

Quando Wainer morreu, era colunista da "Folha de S.Paulo" e membro de seu conselho editorial. Em suas palavras: "Vivi uma experiência humana completa ao cumprir uma trajetória que me permitiu conhecer a ascensão, a glória e a
FONTE : http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u631.jhtm

ULTIMA HORA MARCA ÉPOCA NA IMPRENSA BRASILEIRA



O jornal diário Ultima Hora foi fundado em junho de 1951 e circulou até 1971. Foi um marco, e representou uma inovação na história da imprensa brasileira: um veículo ágil, movimentado, que tinha várias edições por dia. Criado e dirigido pelo jornalista Samuel Wainer, chegou a ser publicado em sete cidades. Fez jornalismo popular de qualidade, articulando a discussão política e temas como futebol, cotidiano das cidades, movimento sindical, criminalidade, rádio e cinema.
Na origem do jornal, além de Wainer, está a figura do presidente Getúlio Vargas (1882-1954), que chegou ao poder na Revolução de 1930, e, depois de instituir o Estado Novo em 1937, governou o país como ditador até 45. A idéia inicial do Ultima Hora foi de Vargas, que conheceu Wainer quando este foi fazer uma entrevista com o então ex-presidente, em 1949. Vargas estava “exilado” na sua fazenda em São Borja desde que fora deposto, mas já planejava seu retorno. Em 50, voltou ao poder, eleito democraticamente. A UH defendeu o governo durante todo o seu mandato (1951-54). Por conta disso, enfrentou uma série de campanhas que ameaçavam a sua própria existência.
Em 1954, o governo Vargas, atacado violentamente por seus adversários, entrou em sua crise final depois do atentado contra o arqui-inimigo da Ultima Hora, o jornalista Carlos Lacerda. O atentado, que feriu Lacerda e matou o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, foi atribuído a Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente. A oposição pedia a renúncia do presidente. No dia 23 de agosto, Getúlio pediu a Wainer que publicasse em Ultima Hora a manchete "Só morto sairei do Catete". Esta manchete estava pronta quando, na madrugada do dia 24, o presidente se suicidou. A tiragem da UH deste dia foi de 700 mil exemplares.
Durante o governo de João Goulart, Ultima Hora permaneceu fiel à sua tradição trabalhista, apoiando o presidente até as vésperas do movimento militar que o depôs, em 1º de abril de 1964. Depois do golpe, a Ultima Hora foi apedrejada e Samuel Wainer teve seus direitos políticos cassados. Mas o jornal prosseguiu na sua trajetória popular e nacionalista até 1971, quando o título foi vendido por Wainer. A antiga redação foi desmantelada e o jornal passou por vários proprietários até 91, quando encerrou definitivamente suas atividades.
Fontes:

–Vários autores, Dicionário Histórico–Biográfico Brasileiro, http://www.cpdoc.fgv.br, em 04/09/2009.

–Biografias, UOL Educação, http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u631.jhtm, consultada em 04/09/2009.
Fonte : http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memoria/pginterna.php?jornal=uh

REVISTA VEJA



Veja
Slogan Veja, indispensável para o país que queremos ser
Editor Eurípedes Alcântara

Categoria Notícias
Frequência Semanal
Editora Editora Abril

Circulação Nacional
Circulação total 1 099 653
Primeira edição 11 de setembro de 1968 (41 anos)

País Brasil

Língua(s) português

Sítio oficial veja.com.br

Veja é uma revista semanal brasileira publicada pela Editora Abril. Foi criada em 1968 pelos jornalistas Victor Civita e Mino Carta. Com uma tiragem superior a um milhão de exemplares, é a revista de maior circulação no Brasil.
A revista trata de temas do cotidiano da sociedade brasileira e do mundo, como política, economia, cultura e comportamento; tecnologia, ecologia e religião por vezes também são abordados. Possui seções fixas de cinema, literatura, música, entre outras variedades. Seus textos são elaborados em sua maior parte por jornalistas, porém nem todas as seções são assinadas. A revista publica eventualmente edições que tratam de assuntos regionais como Veja São Paulo ou Veja Rio.
A Veja é entregue aos assinantes aos sábados e nas bancas aos domingos, mas traz a data das quartas-feiras.
Índice
• 1 Fatos históricos

Fatos históricos
Em 25 de abril de 1992 a revista publicou uma entrevista exclusiva com Pedro Collor de Mello (irmão do então presidente Fernando Collor de Mello), em que o entrevistado denunciava irregularidades de desvio de dinheiro público em uma suposta parceria com Paulo César Farias. Essa entrevista desencadeou uma série de novas denúncias e investigações culminando com o impeachment e a renúncia do presidente da República.
Em 14 de maio de 2005, reportagem da revista teve papel relevante na eclosão de outra crise política de grandes proporções, quando divulgou a transcrição de um vídeo em que se flagrava, com uma câmera escondida, o então funcionário dos Correios Maurício Marinho explicando a dois empresários como funcionaria um esquema de pagamentos de propina para fraudar licitações. Tal esquema envolveria o deputado Roberto Jefferson, e sua denúncia serviu de ignitor para que este deputado deflagrasse o chamado escândalo do mensalão.
Em maio de 2006, o grupo Abril anunciou a sociedade com o Naspers, grupo de comunicações sul-africano que esteve vinculado ao Partido Nacional, partido de extrema-direita sul-africano que defendia o apartheid. O grupo africano passou a deter 30% do capital da Abril, incluindo a compra dos 13,8% que pertenciam aos fundos de investimento administrados pela Capital International, desde julho de 2004.
Em 2009 a revista Veja libera o acesso a informação de todas as suas edições, agora digitalizadas, em um projeto realizado com a parceria do Bradesco.
FONTE : Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.